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China x Hong Kong: conflitos políticos aumentam a tensão na Ásia

Se você assiste o noticiário, com certeza deve ter visto alguma reportagem sobre os protestos em Hong Kong, mas caso não tenha visto, separamos alguns fatores importantes para entender melhor o que está acontecendo por lá.

A princípio, precisamos entender um pouco sobre a história da China e de Hong Kong — que mesmo estando no território chinês, não é considerado parte do país, e sim uma província independente.

A grande metrópole Hong Kong que conhecemos atualmente, foi concebida depois da derrota da dinastia chinesa Qing. E, após a Primeira Guerra do Ópio, em 1842, Hong Kong foi cedida para a Grã Bretanha, junto com o território da Ilha de Lantau, parte da península de Kowloon e os chamados Novos Territórios, aumentando assim a superfície geográfica da região que se tornava colônia inglesa.

Crescimento de Hong Kong

Depois que a República da China se estabeleceu, em 1912, o território de Hong Kong se tornou local de refúgio para milhares de chineses exilados vindos do continente. Em 1937, China e Japão estavam em guerra pelo território da Manchúria e novamente Hong Kong serviu de refúgio para centenas de milhares de chineses deslocados pela invasão japonesa. Durante a Segunda Guerra Mundial, Hong Kong acabou sob domínio do Império Japonês até 1945, quando foi recuperada pela Grã Bretanha após rendição do Japão.

Hong Kong na década de 1950

Em menos de um século, Hong Kong se tornou superpopulosa e seu crescimento econômico veio exatamente daí. Com mão de obra barata, a manufatura foi o grande pilar para o crescimento da região e transformou Hong Kong em uma das regiões mais ricas e produtivas da Ásia.

No final do ano de 1984, China e Reino Unido assinaram a Declaração Conjunta, onde a China prometeu manter a política de “um país, dois sistemas”, onde o sistema comunista chinês não seria aplicado em Hong Kong pelos próximos 50 anos e a China seria responsável pela política exterior e a defesa do território, mas o acordo só entrou em vigor 13 anos depois, em 1997. Ou seja, até o ano de 2047, Hong Kong deveria continuar sob resguardo chinês, quando haveria a transferência de soberania.

Hong Kong em 1970

Isso significava que, ainda que fosse parte da China, Hong Kong gozaria de “um alto grau de autonomia, exceto em assuntos estrangeiros e de defesa nacional” pelos próximos 50 anos. Como resultado, Hong Kong tem seu próprio sistema legal e fronteiras, e direitos como liberdade de reunião e liberdade de expressão. Tornando-se um sistema diferente das políticas e diretrizes aplicada pelo governo chinês.

Devido a esta liberdade política vinda do tratado assinado, transformou-se no pivô que tem gerado o conflito na Ásia. De um lado a China que reivindica soberania sobre o território de Hong Kong, do outro, uma população que clama por liberdade e emancipação da até então, província chinesa.

Um assassinato que inflamou a população

Durante o feriado do dia dos namorados em 2018, um casal de Hong Kong decidiu viajar para Taiwan. Tong Kai Chan, assassinou sua namorada, Poon Hiu Wing, grávida de 5 meses, antes de retornar para Hong Kong. Atualmente, o homem está preso em Hong Kong pelas acusações de lavagem de dinheiro e roubo — por ter usado o cartão da namorada para sacar dinheiro e gastar em outro país — após matá-la por estrangulamento, colocar seu corpo dentro de uma mala e desovar em um matagal taiwanês. O governo local argumenta que a lei de extradição deveria ser aprovada até julho para garantir que Chan não seja solto antes disso. Embora julho já tenha passado, não saíram novas informações se ele foi libertado ou não

Poon Hiu Wing foi estrangulada até a morte pelo seu então namorado, Tong Kai Chan em 17 de fevereiro de 2018.

A possibilidade que a Chefe do Executivo da região, Carrie Lam, autorizasse as extradições de pessoas para a China Continental inflamou os manifestantes de Hong Kong que pedem mais autonomia política.

O projeto da Lei de Extradição foi criado visando extraditar criminosos hong kongnezes que cometeram crimes fora de Hong Kong, por exemplo em territórios como Taiwan, para serem julgados de acordo com as (duras) leis chinesas.

Após todos os protestos e repressões do governo chinês, Carrie Lam voltou atrás sobre a Lei de Extradição, como pediram os manifestantes, mas não renunciou ao cargo — outra reivindicação dos protestos, que não foi atendida.

“Dou como morto o projeto de lei de extradição”, disse a governante, acrescentando que os trabalhos para desenvolver esta legislação foram “um completo fracasso”.

Carrie Lam, Chefe do Executivo de Hong Kong.

Além da repressão física pelo Governo Chinês, com os manifestantes, utilizando spray de pimenta e balas de borracha, tropas e tanques foram enviados para se concentrar na cidade de Shenzhen, território chinês do outro lado da fronteira, a apenas 40 quilômetros por rodovia do centro de Hong Kong. Aumentando ainda mais a tenção na região.

Além de protestos nas ruas e os violentos confrontos no Aeroporto Internacional de Hong Kong — onde várias imagens de conteúdo sensível viralizaram, o ato mais recente contra o governo chinês foi no último dia 23, onde manifestantes se organizaram pela internet e fizeram pacificamente uma corrente humana por 35 km nos pontos mais populosos de Hong Kong, Kowloon e dos Novos Territórios, pedindo por eleições diretas de seus representantes.

Foto: THOMAS PETER

As manifestações que ocorreram ininterruptamente nos finais de semana durante meses, chegando a reunir mais de 1 milhão de pessoas nas ruas em todas elas, parecem estar começando a diminuir, mas a tensão entre a província de Hong Kong e a China comunista ainda está longe de acabar, já que nenhuma das partes quer abrir mão daquilo que deseja. Os manifestantes, a liberdade política e de expressão e o governo chinês, o valioso território de Hong Kong.

Muitos idols chineses no K-POP demonstraram seu posicionamento em relação aos conflitos, apoiando o governo chinês, o que está dividindo opiniões dos fãs. Lay (EXO), Jackson (GOT7), Lucas (NCT), The8 e Jun (SEVENTEEN), o ex-Wanna One, Guanlin, do F(X), Victoria, Yanan (PENTAGON), uma das integrantes chinesas do (G)I-DLE, Yuqi, Kyulkyung conhecida por participar do I.O.I e atualmente no Pristin, Cao Lu (ex-Fiestar) e do WJSN, Migi, Sunyi e Seongso, foram alguns dos idols que — até o momento — se posicionaram em redes sociais apoiando “uma só política chinesa”.

Sombrinhas ganharam destaque durante os protestos em Hong Kong. Os manifestantes usavam o objeto para se proteger do spray de pimenta.

Por Izabely Albuquerque
Fontes:
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