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Feriado coreano relembra vítimas de exploração sexual na II guerra mundial

Na última quarta-feira (14), mulheres vítimas de violência sexual foram relembradas na Coreia do Sul. Durante a 2º Guerra Mundial, os militares japoneses coagiram mulheres coreanas, chinesas e filipinas a trabalharem como escravas sexuais no front do conflito, essas mulheres ficaram conhecidas, eufemisticamente, como “mulheres de conforto”. Pesquisas estipulam que, pelo menos, 200.000 mulheres coreanas foram escravas sexuais nos bordéis japoneses onde eram submetidas a incontáveis violências físicas, psicológicas e sexuais.

A data foi utilizada para ressaltar a necessidade de diálogo e educação sobre a violência contra as mulheres, como afirmou o Presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, em homenagem às vítimas. Diversos eventos aconteceram como forma de apoio a essas mulheres em Seul e Busan. Além disso, uma nova estátua, similar a presente em São Francisco, foi colocada no Monte Namsan, mais precisamente próximo de uma antiga construção imperial japonesa. 

A estátua consiste em três garotas, sendo elas, uma coreana, uma chinesa e uma filipina, de mãos dadas olhando para frente com o falecido Kim olhando para elas. A inauguração aconteceu na quarta-feira (14) e teve a presença de ex-mulheres de conforto, do prefeito de Seul, Park Won-soon, do ex-deputado Mike Honda e da ONG Coalizão da Justiça das Mulheres do Conforto. Tudo isso no dia anterior ao Dia Nacional de Libertação da Coreia (15 de agosto) que celebra o fim do domínio colonial japonês após a rendição japonesa às forças aliadas. 

Cerca de 100 especialistas realizaram, na terça-feira (13), um simpósio internacional para discutir possíveis formas de cooperação, na Prefeitura de Seul. No mesmo dia, o Ministério da Igualdade de Gênero e Família de Seul realizou eventos recreativos, como exposições, exibições de peças audiovisuais e apresentações culturais. 

A ministra de Igualdade de Gênero e Família, Jin Sun Mee, disse em seu discurso na cerimônia que quer restaurar a dignidade e a honra dessas mulheres. “Educaremos uma nova geração para que o ocorrido seja lembrado como uma lição histórica”, acrescentou a ministra. 

Enquanto isso, em Busan, uma exposição sobre o sofrimento das vítimas da escravidão sexual japonesa foi aberta na segunda-feira (12) e ficará em funcionamento durante 5 dias. O nome da exposição pode ser traduzida como “Simpatia por uma garota da paz: nós éramos a família”. Lá, obras de artistas locais foram selecionadas e exibição de vídeos educativos.

Além das comemorações, houve um comício em frente a embaixada japonesa em Seul onde os manifestantes exigiram desculpas oficiais por parte do governo japonês. Segundo notícias coreanas, 3.000 pessoas se reuniram no local. Ano após ano, inúmeros coreanos se mobilizam em apoio ao protesto contra o Japão.

Em 2015, a Coreia do Sul e o Japão resolveram a questão diplomaticamente. O Japão pediu desculpas às ex-mulheres pelo sofrimento e ofereceu 1 bilhão de ienes (o equivalente à 9,4 milhões de dólares) para uma fundação de apoio financeiro às vítimas. Porém, o governo Moon, que chegou ao poder após o ocorrido, disse que o acordo não poderia resolver a questão pois, não refletia as opiniões das vítimas sobreviventes. 

O Dia Memorial das Vítimas das Mulheres de Conforto Militar Japonês teve início em 2017. O dia 14 de agosto foi escolhido porque, nesse mesmo dia em 1991, Kim Hak Soon, uma ativista e ex-mulher de conforto se tornou a primeira mulher a compartilhar sua história e as dificuldades enfrentadas.  

Por Fernanda Bastos.
Fontes: 1, 2, 3
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