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[Chuseok] Sua origem e os atuais costumes dos coreanos

Desde que você tem feito parte dos fãs de kpop ou dos admiradores da cultura coreana, a palavra Chuseok já deve ter se repetido algumas vezes. Em uma comparação mais palpável, esse feriado seria como um misto entre o Dia de Ação de Graças, do calendário Norte Americano, e o Dia de Finados, do calendário de feriados católicos. O sentimento geral é de gratidão, já que o povo coreano usa os 3 dias de descanso para encontrar seus familiares, trocar presentes e principalmente prestar homenagem aos parentes falecidos.

O Chuseok reserva 3 dias dedicados a ele no calendário, sendo um dos feriados mais importantes da cultura coreana, junto do 설날 (Soelnal, ano novo lunar) e 단오/ 수릿날 (Danoh/Suroetnal, festival da primavera). De origem incerta, é celebrado desde o Reino Silla (57a.C.-935d.C.) e originalmente conhecido como Hangawi (한가위) (“grande meio”). Suas celebrações começaram por conta da “Lua da Colheita”,  no 15º dia do 8º mês do calendário lunar, por volta do equinócio de outono. Em uma antiga Coreia predominantemente agrícola, as famílias se reunião para agradecer a boa colheita, a fartura e venerar seus antepassados. Hoje, com a maioria dos setores econômicos voltados para tecnologia e serviços, o feriado tem sido dedicado a reunião de família, agradecimento pelas conquistas e principalmente o cuidado em memória dos familiares falecidos.

O costume atual é se reunirem na casa de seus pais ou avós (sempre na casa do familiar mais velho), e na manhã do feriado fazerem um banquete típico, com frutas diversas e tteoks (떡, ou “bolinhos de arroz”), feitos preferencialmente de arroz recém-colhido, que neste dia é também chamado de songpyeon (송편). Trata-se de um bolinho, no formado de meia-lua, recheado com pasta de feijão vermelho, castanhas, gergelim em pó ou apenas açúcar mascavo.

Uma das formas tradicionais de se servir a primeira refeição do Chuseok.
Songpyeon – o tradicional bolinho de arroz do Chuseok.

Durante esse comento de confraternização eles relembram seus antepassados – principalmente daqueles que conheceram e já se foram, como avós ou bisavós – e prestam-lhes homenagens. Muitos também vão aos túmulos levar flores, alguns alimentos como oferenda e cuidar da lápide.

A blogueira Ariane, que mora em Daejeon – uma cidade da Coreia do Sul, contou em seu blog “H(angu)k com Açaí” sobre sua experiência durante o Chuseok.

“Nas lojas e supermercados, já tinha me acostumado com o que eles chamam de “gift set”, ou seja, uma combinação de itens de comida (caros) para presentear os familiares, além de produtos de higiene pessoal, tipo shampoo e condicionador. O mais engraçado para mim foram os pacotes de carne.”

Ariane também visitou um mercado de frutas, legumes e hortaliças, algo semelhante aos Ceasas que temos aqui no Brasil. Relata que se assustou com os preços das frutas e com toda a questão financeira ligada aos presentes. Segundo ela, dentro da família os mais jovens devem presentear todos os integrantes mais velhos, e o presente que lhe será entregue deve ser no mesmo valor do recebido.

Um fato interessante é que toda as cidades e pessoas se mobilização para o feriado pelo menos uma semana antes. As lojas e mercados ficam cheios, assim como as rodoviárias, aeroportos e estações de trem, pois todos procuram passagens para estarem com seus familiares no dia do feriado.

Já no dia do feriado, as lojas não costumam abrir e as pessoas não saem às ruas sem estarem em família, cultivando o verdadeiro sentido da festa, que é agradecer por estarem juntos e tendo bons momentos em família. A comemoração é sempre complementada com jogos entre as famílias e em muitas cidades acontecem eventos e festividades com apresentações típicas de dança, canto e teatro, geralmente com entrada livre para todos .

Nesta semana, vamos agradecer por todas as nossas conquistas e por estarmos juntos, como uma família!

Por Naira Nunes
Fonte: De Prosa na Coreia; Hanguk com Açaí; 88 Milhas; Kpop Now; AllKpop; JKwave
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  • Naira Nunes

    Publicitária, redatora e diretora de arte, sou CEO e fundadora da KoreaIN, a primeira revista brasileira sobre música e cultura asiática.

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