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Novas provas em caso de bebê morta aos 16 meses causa indignação na Coreia

No último fim de semana, o programa Unanswered Questions, exibido pela emissora de TV sul-coreana SBS, levou ao ar um episódio que chocou profundamente os telespectadores e internautas: o caso da neném Jeongin, adotada pelo casal Ahn e Jang, falecida em 13 de outubro de 2020 aos 16 meses.



De acordo com os laudos iniciais, a morte foi causada por “uma pressão no abdômen vinda de uma força externa”, resultado dos cerca de 10 meses de maus tratos por parte – principalmente – da mãe adotiva.

Na época em que o caso veio a público, muitos se comoveram e foram criadas duas petições no site da Casa Azul (escritório executivo do governo da Coreia do Sul) pedindo por investigações mais aprofundadas, além de uma pena aplicada à crimes hediondos aos responsáveis. Cada uma atingiu a marca de 200 mil assinaturas, exigindo também as informações pessoais dos acusados.



Aderência online da campanha #정인아미안해

No dia 2 de janeiro, o Unanswered Questions lançou o episódio que chocou a todos, e iniciou-se uma campanha incentivada pela produção do programa e pela Associação Coreana de Prevenção ao Abuso Infantil, consistindo em demonstrar seu apoio contra situações semelhantes vividas por crianças como Jeongin. Diversas celebridades aderiram à ação, como o Park Jimin (do BTS) e a atriz Seo Hyorim, e mais de 8 mil internautas manifestaram indignação pela situação, mas compaixão pela menina, através da hashtag “정인아미안해” (‘Sinto muito, Jeongin’, em tradução livre).


AVISO AOS LEITORES: OS PRÓXIMOS PARÁGRAFOS CONTÉM CONTEÚDOS ENVOLVENDO VIOLÊNCIA.

Os acontecimentos segundo o Unanswered Question

Jeongin tinha 6 meses quando foi adotada pelo casal Ahn e Jang no início de 2020. Ela passou 10 meses com a família adotiva, dos quais foram completos por maus tratos, tendo falecido em 13 de outubro de 2020, aos 16 meses. Na época, a Delegacia de Yangcheon, em Seul, prendeu os pais adotivos da criança, acusados de abuso corporal contra a menor.

De acordo com investigações, o pediatra responsável pelo bem-estar das crianças na creche que deixavam Jeongin fez 3 denúncias por suspeita de abuso infantil, duas tendo sido arquivadas, a última acabou sendo emitida após o falecimento no hospital. Na época os laudos oficiais declaravam que ela veio a óbito após sofrer “pressões no abdômen de uma força externa”.

Os produtores de Unanswered Questions, no entanto, conversaram com diversos especialistas e profissionais que conviveram com a vítima, divulgando informações mais aprofundadas sobre as condições vívidas por Jeongin nos 10 meses com a família adotiva. De acordo com laudos médicos, a criança faleceu por uma hemorragia interna ocasionada pelo rompimento do pâncreas e danos à órgãos importantes. A autópsia também descobriu que as costelas e braços da menina haviam sinais de fratura.

A família composta por Ahn, Jang, Jeongin e uma outra criança apareceu em um programa da emissora EBS, contando sobre sua vida com um bebê adotado. Com imagens gravadas durante o programa, internautas fizeram comparações com imagens antes da adoção e após, deixando claro a diferença no semblante da criança, além de pontuarem a existência de machucados visíveis.


Imagem retirada durante a participação no programa da EBS, com Ahn (homem à esquerda), Jeongin (a menina no colo dele) e Jang (mulher à direita). (Crédito: EBS)

Na época de seu falecimento, os adotantes responsáveis por Jeongin disseram não ter qualquer envolvimento direto em sua morte, alegando que os machucados aconteceram quando a criança caiu do sofá enquanto brincava. Investigações e gravações provaram que a menina foi negligenciada por meses, sendo deixada sozinha nos cômodos da casa, carro, além de ter sofrido agressões brutais.

Através de vídeos comprovando sua participação no crime, a promotoria indiciou Jang por abuso infantil e negligência, e o parceiro por abuso infantil e assistência. O julgamento será iniciado no próximo dia 13, quarta-feira.

Fontes: (1), (2), (3)
Imagens: Reprodução
Não retirar sem os devidos créditos.

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  • Bárbara Contiero

    Maria-cafeína. Tenho mais livros do que amigos. Minhas roupas são 70% de brechós. Epik High me mantém acordada de manhã.

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