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Conheça os jogadores sul-coreanos que competem em equipes brasileiras de e-sport

Qual sua válvula de escape? O que você gosta de fazer para preencher os momentos de tédio, ou quando reserva um tempo apenas para você? Há inúmeros hobbies que poderiam ser listados, mas um em comum entre os sul-coreanos são os jogos on-line. 



E apesar de aparecer apenas um hobbie como o outro, os jogos se tornam muito importante para alguns jovens, que buscam entre partidas e campeonatos encontram uma nova forma de enxergar o futuro; com uma pontada de esperança. Ser jogador profissional se torna um sonho comum para os jovens, por isso se esforçam e se dedicam tanto para atingir o alto nível. 

Em entrevista para o site “Wired”, Tara Flicker, um estudioso e amante de jogos on-line, contou que “os jogos que envolvem azar, profissionalização ou monetização costumam ser discursos aspiracionais. Eles podem fornecer alternativas para pessoas para as quais educação ou herança familiar não são uma opção, quase como um trampolim social”. A força do e-sport (esportes on-lines) é grande na vida desses jovens, e pode definir o sucesso no futuro de cada um.

Um jogo on-line de comum paixão entre sul-coreanos e brasileiros é o League Of Legends. Segundo a própria Riot, desenvolvedora e distribuidora do jogo, a Coreia do Sul é o país que mais joga LOL, seguindo do Brasil e depois a Suécia. 

Essa paixão dos coreanos foi o bastante para trazê-los até o outro lado do mundo. E atualmente temos muitos jogadores estrangeiros em times brasileiros de LOL. É o momento do Campeonato Brasileiro de LOL (CBLOL), o qual tem tomado conta dos canais de esporte da TV paga e das lives no YouTube; por isso a KoreaIN listou os atuais participantes do CBLOL que vieram de tão longe para dar um show no campeonato.


Rensga

Jong-hoon “Croc” Park e Heemin “Yuri” Cha fazem parte do time que intitula “Os Cowboys mais brabos do Brasil”, tal título remete a região em que o time convive e treina: Goiânia; região conhecida por seus shows sertanejos e rodeios. Croc joga de jungler, enquanto Yuri é o mid

Croc e Yuri – Rensga

paiN

Chang-hoon “Luci” Han é  suporte da paiN Gaming. Ele entrou no time em dezembro de 2020, mas esse não foi o primeiro time brasileiro que Luci jogou, sua estreia no Brasil foi em 2018, pela Flamengo Esports. Luci começou jogando profissionalmente em 2016, pela equipe coreana Oh My Dream. 

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Flamengo

Antes de Sangwon “Parang” Lee ser top lane do Flamengo, o jogador defendeu a equipe KaBuM no 1º slipt de LOL, no início de 2020, mas logo em novembro do mesmo Parang assinou com a Flamengo ESports e atualmente compete no CBLOL junto aos jogadores brasileiros. 

Anúncio da contratação de Parang para o Flamento Esport


KaBuM!

Mais uma dupla de coreanos em uma equipe brasileira. A KaBuM conta com Choi “Wizer” Euiseok, na top laneLee “Ryan” Junseok como jungler. Wizer fez parte da KaBum em 2019, disputando até mesmo o Campeonato Brasileiro de League Of Legends; o coreano retornou para times do país de origem como: SandBox Gaming, Brion Blade, hyFresh Blade, mas retornou para a KaBuM em dezembro de 2020. Já Ryan faz sua estreia em solo brasileiro pela KaBuM, mas o jogador já jogou profissionalmente em times de outros países, como Japão, Tailândia, China e, claro, Coreia do Sul. 

Wizer e Ryan da KaBuM!

Idols e o LOL

É muito comum assistir idols em lives solos onde estão jogando, o famoso “joga e fala”, categoria a qual o anfitrião do ao vivo responde comentários dos fãs enquanto se diverte com os personagens na telinha. Soyeon do (G)I-dle é uma grande jogadora de LOL, ela também atraiu muitos espectadores (muitos deles brasileiros!) e fãs de LOL após dar a voz para a personagem Akali, uma campeã que é responsável por levar a lane do meio no jogo, uma das lane’s onde o jogador precisa – na maioria das vezes – carregar sua parte sozinho; contando é claro com a ajuda de outros jogadores durante a partida. 



O LOL não é um jogo para ser vencido sozinho, afinal há 5 lanes no jogo, os famosos caminhos que serão percorridos pelos jogadores. Um cuida do top, literalmente o topo do jogo, depois temos o meio, mid, o jungler que cuida da parte da selva, pois suas habilidades se tornam mais forte ao cumprir pequenos desafios e conquistar seu território, e por último (mas não menos importante) há a bot lane, o “caminho debaixo”, onde uma dupla comanda e enfrenta outra dupla de inimigos durante a partida. 

E talvez seja esse companheirismo que enlaçou os corações dos sul-coreanos, é inegável que League Of Legends é um trabalho entre um grupo de 5. “Nunca um sem o outro”, a frase do personagem Kindred (jungler) exemplifica bem que todo trabalho precisa ser feito em harmonia e conjunto de todos os jogadores. E falando em personagens, encontramos seres fantásticos que além de serem campeões com habilidades únicas (e muito interessantes) possuem histórias inspiradoras, os que os tornam mais apaixonantes e – curiosamente – mais humanos

[Créditos: Hunter Martin/Getty Images]

O hype do e-sport na Coreia do Sul

Um dos motivos para a popularização dos esportes eletrônicos se tornaram tão populares na Coreia do Sul foi pelo encorajamento do governo sul-coreano, pois a crise financeira que atingira a Ásia no final da década de 90 fez com que o governos dos países como a Coreia do Sul clamavam por encorajar seu povo a ser criativo e trabalhar. O encontro com a internet levou a Coreia para uma era de renascimento acidental aos esportes eletrônicos. Os videogames já haviam provado ser uma maneira fantástica de se distanciar das realidades financeiras que assolavam a região; as pessoas de repente tiveram uma saída da mais alta qualidade possível, melhor do que aquela que estava sendo oferecida em qualquer outro lugar do mundo.

Os jogadores de eSports são vistos como celebridades na Coreia do Sul, porque o esporte em si é muito popular e amplamente visto. O fato de alguém de uma cidade pequena chegar às grandes ligas e ser celebrado por tantas pessoas não é diferente de alguém que fez sucesso na NBA. É por isso que o esporte e suas equipes são tão amplamente reverenciados em toda a Coreia do Sul, porque pessoas de todas as gerações tratam o esporte como um passatempo de diversão. E não somente por lá, no Brasil há fanbase para os mais diversos times, e os jogadores estrangeiros são bem recebidos e muito queridos no Brasil.

Entretanto, outros pesquisadores atribuem o sucesso a outros interesses culturais e veem os videogames como StarCraft como versões modernas de um jogo mental tradicional, que exige capacidade de resposta e raciocínio rápidos. Eles argumentam que isso se adequa às tendências comportamentais dos coreanos. A verdade provavelmente está em algum lugar no meio, como uma combinação de investimento governamental e impulsos culturais individuais. Ninguém se preocupa em perguntar por que o cinema é uma parte tão importante da cultura americana: simplesmente é. Obviamente, existem influências históricas e culturais significativas que o tornam assim, mas é fácil ver por que o cinema é uma parte tão importante da identidade dos EUA. Em relação aos esportes eletrônicos e, mais especificamente, ao MOBA tradicional, os jogadores coreanos tendem a se destacar em áreas com as quais os jogadores americanos e europeus só podem sonhar.

Até a Blizzard, o estúdio por trás de StarCraft, não sabe por que seus jogos são tão populares na Coreia. “Pode muito bem ter sido um bom momento, uma simples coincidência onde as estrelas se alinharam e deram início a uma ascensão no esporte” – contam.  Além de League Of Legends e StarCraft, OverWatch também faz parte do trio principal de jogos mais procurados e jogados na Coreia do Sul. 

Fontes: (1), (2), (3), (4), (5), (6), (7), (8), (9), (10), (11), (12) e (13).
Foto de capa: Riot Games
Agradecimento especial a Pedro Magalhães
Não retirar sem os devidos créditos.

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  • Isabela Marques

    Jornalista do interior de SP. Tenho 27 anos e quase metade deles foram dedicados ao mundo geek asiático. Quando não estou sendo uma boa fangirl, aproveito para ler bons livros e webtoons de mistério.

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