Como o próprio nome fala, a história de “O Túnel” se passa principalmente dentro de um túnel. Logo nos primeiros minutos de filme somos apresentados ao personagem principal, Lee Jung-soo (Ha Jung-woo), um homem comum, pai, marido e vendedor de carros. Ele aparece dirigindo rumo a sua casa quando passa por um túnel. Inesperadamente rachaduras começam a aparecer no teto e o túnel, ironicamente construído por uma empresa denominada “Happy & Safe Construction” (Construção Feliz e Segura, em tradução livre), desmorona sobre Jung-soo que fica preso dentro de seu carro num espaço mínimo.
Os efeitos especiais fazem a cena parecer real a ponto de quem está no sofá sentir o teto caindo sobre sua cabeça.
Ali ele tem apenas duas garrafas de água, o bolo de aniversário de sua filha e 82% de bateria no celular para sobreviver. Se você é claustrofóbico(a), nesse momento já deve estar pensando em todas as formas de fazer o personagem sair dali. Ele entra em contato com a esposa, Se-hyun (Bae Doona) e também com a emergência.
Jung-soo é aconselhado pelo líder da força tarefa de resgate, Kim Dae-kyung (Oh Dal-su), a ficar parado e economizar mantimentos e a bateria. Enquanto o personagem principal tenta manter o ânimo, é mostrada a preocupação dos políticos com sua própria imagem ignorando o desastre que acabara de acontecer e se preocupando com a construção de um novo túnel. Além da vontade tremenda do espectador de ver Jung-soo a salvo, o filme traz uma dose de humor satírico com críticas ao governo coreano e à mídia que deixam a trama ainda mais interessante.
A força e a insistência do personagem para sobreviver mantendo o senso de humor faz você acreditar e querer ainda mais que ele saia dali. E sua esposa não desiste de apoiar o marido e nem mede esforços para fazê-lo ser alcançado, mesmo com os dias da operação de resgate sendo atrasados por complicações.
O drama e as críticas trazem a história contada para mais perto da realidade e prende o espectador em todos os 127 minutos do longa ao criar uma empatia com Jung-soo. Apesar da sensação de claustrofobia e agonia, a fotografia de Tunnel e seus efeitos especiais mostram a preocupação do diretor Kim Seong-hun e do diretor de imagem Tae Sung-kim em tornar o filme visualmente atraente para o público.
Se esse é o tipo de trama que te envolve, se você é apaixonado por estética cinematográfica ou se você simplesmente é fã da cultura e do cinema coreano, “O Túnel” é um filme que merece entrar para a sua lista. Ele será exibido na Mostra de Cinema Coreano que vai acontecer entre os dias 19 e 22 de junho no Centro Cultural de São Paulo (CCSP).
Imagem: Reprodução
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