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Resenha: “Um Motorista de Táxi” emociona os espectadores com trama baseada em fatos reais

“36 anos após o levante que pavimentou a democracia na Coreia, o país segue como uma das democracias mais consolidadas do mundo, mas as marcas dos protestos ainda continuam.”, já dizia o artigo publicado pela KoreaIn sobre o Massacre de Gwangju. Feridas que jamais saíram da mente dos coreanos que lutaram contra a ditadura de Park ChungHe, ou presenciaram o terrível banho de sangue provocado pelos militares. Entretanto, algumas lembranças precisam ser exaltadas para que a esperança não se perca, e esse é um dos propósitos do aclamado filme “Um Motorista de Táxi”.

O filme conta a história da viagem do motorista táxi de Seul, Kim Man-Seob (Song KangHo, de “The Face Reader”), que só queria ter lucro em seu dia de trabalho, e do Repórter alemão Jürgen “Peter” Hinzpeter (Thomas Kretschmann de “O Pianista”), que investigava sobre a (até então) suposta ditadura Gwangju.

Kim, um motorista cansado da vida, viúvo e pai de uma pequena menina, vive vagando entre um problema e outro para conseguir dinheiro para suas contas atrasadas (principalmente seu aluguel) e criar melhor sua filha, mas o estresse do trabalho e as lembranças da esposa falecida o distanciam da sua filha, deixando o relacionamento difícil.

Do outro lado, há o Repórter Peter, cansado dos noticiários pacatos do Japão, ele resolve explorar a Coreia do Sul e averiguar os boatos de que uma revolução acontecia nas ruas de Gwangju. Personagens muitos distintos que, sem a audácia de Kim em roubar a corrida “afortunada” de outro taxista, jamais teriam se encontrado e iniciado uma das viagens mais importantes para o povo de Gwanju, que foram ouvidos e vistos com veracidade a partir do documentário de Peter.

O filme prende a atenção do início ao fim, e é praticamente impossível não se envolver com o enredo de tirar o fôlego. É possível rir com piadas sutis apresentadas em algumas cenas, mas o coração aperta a cada vez que o filme retrata a violência que um povo sofreu por simplesmente lutar por uma democracia.

O cinema coreano sempre busca explorar um lado mais humano de seus personagens, e isso está presente no taxista, que deseja voltar para ver sua filha, no repórter que sofre ao presenciar tamanha violência, no jovens e universitários que amam seu país, mas querem destruir um exército que só sabe matar para silenciar, e por último (mas não menos importante) é possível se sentir na pele dos personagens que representam os cidadãos que lutam, se revoltam e sofrem em ver sua cidade destruída.

“Um Motorista de Táxi” representa um fato real. A viagem do taxista e do jornalista é conhecida por todos os coreanos, principalmente pela cidade Gwangju que abriga um memorial para Peter. O jornalista faleceu no ano de 2016 sem ao menos reencontrar o motorista Kim.

O longa é do diretor Wang Yoo Suk, conhecido pelo filme “Steel Rain”, e tem mais de duas horas de duração, mas vale cada segundo. “Um Motorista de Táxi” foi indicado à 25 prêmios, incluindo melhor filme e melhor ator, e levou 16 troféus em diferentes cerimônias, como melhor filme nos festivais: Buil Film Awards e Grand Bell Awards, melhor ator, com o personagem de Song KangHo, nos festivais: Fantasia International Film Festival, Korean Film Producers Association Awards, The Seul Awards e na 38ª edição da aclamada premiação Blue Dragon Film Awards. O longa ainda recebeu três troféus no Asian World Film Festival: melhor fotografia, o prêmio humanitário (de serviço social) e o ator Song KangHo foi presenteado com um troféu de menção honrosa. Além dos diversos prêmios, “O Motorista de Táxi” recebeu a nota 7,9 no conhecido site IMDB, uma pontuação considerada alta.

Se você está procurando um filme para se divertir, emocionar e, acima de tudo, conhecer um pouco mais da história política da Coreia do Sul, “Um Motorista de Táxi” é, com certeza, um dos melhores filmes indicados.

O filme está presente na Mostra de Cinema Coreano, e será exibido no dia 21 de junho às 20h.

Por Isabela Marques
Fonte: IMB, Korea Times, Ny Times e FilmGleeky.
Não retirar sem os créditos.

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