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Anime Friends no Rio de Janeiro: saiba os destaques do primeiro AF fora de São Paulo

Um pouco de tudo: de kpop, de anime, de tokusatsu, de jogos e do que mais envolve o mundo geek, é como pode ser definido o Anime Friends do Rio de Janeiro. Além de diversas atrações nacionais e internacionais, o mais marcante ainda foi o fato de ser um evento inédito, o primeiro AF a ser realizado em duas cidades diferentes.

Para muitos cariocas foi a oportunidade de conhecer este evento de grandes proporções sem precisar ir para São Paulo. O local do Rio Centro foi adequado para a ocasião, com uma área ampla e digna para o evento, com um grande palco principal, um auditório para palestras, uma arena exclusiva para kpop e muito espaço para todos os estandes, áreas temáticas e lanchonetes do evento.

Para quem não foi ou quer relembrar os melhores momentos, confira alguns destaques do primeiro Anime Friends do Rio de Janeiro.

A participação da rapper coreana Nada

Para os kpoppers, sábado foi o melhor dia do Anime Friends. Tudo por conta da presença da rapper Nada, ex-integrante do Wa$$up e hoje solista. Ela fez um show no palco principal, conquistando o público com suas músicas, muitas das quais foram resultados de sua participação no Unpretty Rapstar 3. Nada mostrou ao vivo porque chegou na final do reality com recorde de 5 músicas gravadas, performandoSticky, Nothing e Nasty. A rapper também intercalava com outros solos que lançou ao longo de sua carreira, como Trippin e Ride.

Entre uma música e outra ela aproveitava para falar com o público, chegando a falar algumas frases simples em português, como ao se apresentar quando entrou no palco e também ao dizer “te amo Rio”. Ela também falou da sua participação na nova música do girlgroup brasileiro Eve, Oy Mama. Pediu para todos ouvirem e apoiarem o grupo para que, talvez, elas possam fazer uma nova colaboração no futuro.

Como tudo que é bom dura pouco, o show passou rápido e logo terminou, mas este não foi o fim da participação da Nada no Anime Friends do Rio de Janeiro. A rapper ainda participou de um Meet & Greet com os fãs. E, não muito depois, Nada apareceu de surpresa na K-pop Arena, onde se apresentou com mais uma música dela, Scary. Desta vez a apresentação foi bem mais íntima e próxima aos fãs, que puderem ver a rapper com todo seu talento bem de perto, uma experiência inesquecível.

Por fim, a KOREAIN teve a oportunidade de participar da coletiva de imprensa com a Nada e conversar um pouco com ela sobre sua carreira. Ela falou sobre como já realizou vários sonhos que tinha. O primeiro era debutar, o segundo era escolher seu nome artístico, que significa uma forma de dizer “esta sou eu” e, por fim, agora estava realizando outro sonho de vir ao Brasil, sendo sua primeira vez no Rio de Janeiro.

Nada respondeu perguntas sobre o empoderamento feminino que está sempre presente nas suas músicas e disse que muita coisa mudou desde que começou sua carreira. Também disse que gostaria de ser inspiração para outras mulheres. Ela ainda contou sobre como no K-pop é possível se expressar através da dança, que mesmo em grupos, ainda mais com poucos integrantes, as coreografias são planejadas pensando nos membros.

Nada ainda comentou sobre a diferença de promover como um grupo e como solista e destacou que participar do Unpretty Rapstar 3 foi uma experiência desafiadora em sua carreira. Ela ainda disse ser fã das músicas brasileiras, principalmente funk. Contou que gostaria de cantar e dançar músicas brasileiras também, mas que isto é muito difícil por ela ser coreana e porque português é uma língua bem diferente.

Atrações nacionais e internacionais para todos os gostos

A Nada por si só já fez um show, mas muitos outros artistas e atrações também fizeram parte do Anime Friends Tour no Rio de Janeiro. Ainda no sábado, por exemplo, o AF recebeu mais idols, desta vez japonesas. Assim como no ano passado foi feito um concurso no Japão para selecionar duas idols para virem ao Brasil se apresentar e também registrar tudo por aqui.

Este ano as escolhidas foram Sumire Shinohana, que também esteve no Ressaca Friends em SP, e Ringo-Ame. A primeira a se apresentar no palco foi Ringo-Ame, dançando ao som de Senbonzakura. Ela também animou o público ao incentivar que todos dançassem junto com ela durante uma música popular japonesa. Durante a entrevista ela disse estar feliz de conhecer o Rio e que gostou particularmente da comida daqui.

Em seguida foi a vez de Sumire, que já empolgou a todos ao entrar com o cosplay de Saber, personagem da série Fate. Se Ringo-Ame focou na dança, Sumire mostrou toda sua habilidade cantando. Enquanto ela se apresentava, Ringo-Ame dava todo seu incentivo dançando e pulando junto no canto do palco. Ao longo das conversas com a idol, foi dito que Sumire apareceu na revista Shounen Jump, a maior revista de mangás do Japão, o que ela disse ter sido uma honra e uma surpresa por ter recebido tanto retorno positivo.

O cosplay é uma atração tradicional do Friends e não podia ficar de fora desta edição. Ao longo do evento do Rio de Janeiro, nos três dias teve palestra com a cosplayer argentina Lady Lemon, que em seguida julgou o concurso de cosplay em formato desfile e em apresentação individual tradicional. O nível das competições estava alto, com roupas detalhadas e apresentações complexas de obras novas até clássicos nostálgicos.

Tanto no sábado quanto no domingo foram mais de 100 inscritos por dia para o desfile cosplay. Além disso, no dia 8 ainda ocorreu uma das etapas da seletiva para o Cosplay World Master, valendo vaga na final brasileira que definirá nosso representante para a grande final mundial ano que vem. Outra vaga será definida no Friends em São Paulo.

Para quem é fã da dublagem brasileira, sexta-feira tivemos palestra com Charles Emmanuel, responsável por dar voz a Ron Weasley, Ben 10, Mutano, Rigby, entre outras dezenas de personagens. Já no domingo subiu ao palco principal Guilherme Briggs, que já emprestou a voz para Buzz Lightyear, Cosmo, Mickey, Optimus Prime, Super-homem, e outros diversos personagens e a atores.

Na ocasião, Guilherme Briggs respondeu perguntas do público, falando sobre a carreira como dublador. Ele citou que deve sempre manter sigilo absoluto sobre seus trabalhos futuros e que perder personagens é normal na área por conta da rotatividade e das mudanças na voz conforme o dublador envelhece. Também deu dicas para novatos que desejam seguir a profissão, afirmando que é difícil entrar no mercado e para isto é preciso sempre praticar e ir atrás. E, claro, deu uma palhinha de suas dublagens mais famosas ao vivo.

Em termos de J-rock, a banda destaque foi Snowkel. Em sua primeira apresentação no Rio de Janeiro a banda trouxe suas músicas mais animadas. Eles mesmos estavam tão empolgados que o vocalista, Nishi, arrebentou uma corda de sua guitarra logo na primeira música e precisou concertá-la. Além das músicas de autoria própria eles também prepararam surpresas para os fãs.

A primeira delas aconteceu quando o baterista Yama tirou a camisa do Brasil que estava usando para revelar outra blusa, desta vez uma do Goku, e eles começaram a cantar a primeira abertura de Dragon Ball. Este foi o primeiro de um medley de músicas clássicas de anime, que incluiu obras como Sailor Moon, Dragon Ball Z, Naruto (Haruka Kanata) e Cavaleiros do Zodíaco.

Ao final do show, não podia faltar sua música mais famosa entre os fãs de anime, Namikaze Satellite, 7ª abertura de Naruto, e em homenagem aos fãs, Nishi voltou ao palco com um casaco laranja e uma bandana de Naruto. Ao final eles trouxeram sua última surpresa: levantaram cartazes dizendo primeiro “Nós <3 Rio” e outras com “Tchau, até logo”. Impossível não se encantar com a simpatia e a presença de palco do Snowkel. Se tinha algum assistindo que não era fã antes do show começar, passou a ser depois dele.

Explorando todos os universos do AF

Não dá para não mencionar também a variedade de espaços temáticos em todo o pavilhão do Rio Centro. Tinha área de Board Games, estande Lolita, loja de comidas e bebidas japonesas, as mesas da artist’s alley, TVs com videogames e até realidade virtual, área temática de Harry Potter, lojinhas com produtos geeks e estandes de mangá.

Sem contar também a presença da K-pop Arena, local com kpop tocando o dia inteiro e muitas atividades para variar a brincadeira. Tiveram covers de canto e dança no final de semana, mas com uma reviravolta. Depois da apresentação normal, os grupos covers foram desafiados a realizar gincanas que nem idols. Teve Kill This Love em modo aleatório trocando a parte da música, Mamma Mia performada pelos integrantes um atrás do outro e Boy in Luv por vezes mais rápido, por vezes mais lento que o normal.

O restante do público também não ficou parado. Foi o caso de brincadeiras para tentar identificar uma música em menos de três segundos e, claro, vários random play dance. Também foi feito um workshop para ensinar a galera interessada a dançar Boy with Luv, música mais recente do BTS. Além disso, os DJs estavam abertos a pedidos o dia inteiro, para todo mundo ter a oportunidade de curtir sua música predileta.

O Anime Friends no Rio de Janeiro, embora não tivesse as mesmas proporções que a edição de São Paulo costuma ter, ainda foi uma bela amostra de um dos maiores eventos de anime e cultura geek do Brasil. Foi um evento organizado, com atrações e atividades variadas que garantiram a diversão de qualquer visitante.

Por Paula Bastos Araripe
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  • Paula Bastos Araripe

    Jornalista carioca que tem o k-pop como trilha sonora da vida. Multistan incorrigível, defensora de grupos (injustamente) desconhecidos e nostálgica da segunda geração do k-pop. Highlight (Beast) tem certificado vitalício como meu grupo ultimate.

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