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Suga (BTS) em controvérsia por mixtape com trecho de Jim Jones

A mixtape D-2 de Agust D – nome escolhido por Suga para suas produções solos – foi envolvida em uma polêmica pouco mais de uma semana após o seu lançamento.

Antes disso, na tarde de ontem, vários meios de comunicação voltados para a cultura coreana noticiaram que D-2 havia conquistado uma posição histórica na parada britânica, chegando em sétimo lugar junto a artistas renomados como Dua Lipa e Harry Styles.



Com isso, Suga tornou-se o primeiro solista coreano a conquistar uma posição no Top 10 da parada de álbuns. No ranking de singles, Daechwita ficou na 68ª posição.

D-2 na 7ª posição da parada britânica que leva em consideração vendas de CDs, downloads e streamings.

As comemorações, porém, não duraram muito. Na noite de ontem (horário brasileiro), o nome de Yoongi apareceu nos trending topics mundiais junto a outro que, inicialmente, não teria relação com KPOP.

A polêmica começou quando fãs notaram que na abertura de What do you think? – terceira música do álbum – havia uma voz masculina e que se tratava do trecho de um discurso de Jim Jones.

No trecho específico, Jones fala “Embora você esteja morto, você viverá, e aquele que vive e crê nunca morrerá“, no entanto, a música de Suga fala supostamente sobre suas conquistas e estilo de vida.

Algumas hipóteses sobre a música foram levantadas e fãs puseram em xeque se o próprio Suga teria colocado o discurso de Jones na faixa, já que outros produtores aparecem citados no álbum. A dúvida foi posta de lado quando alguns internautas reviveram um trecho do documentário Bring The Soul (lançado ano passado), em que mostra Suga produzindo a faixa.



Quem foi Jim Jones?

Jim Jones foi um pastor americano que tornou-se líder de um culto fanático denominado Templo do Povo. Nos anos 70, Jones mudou-se para a Guiana, onde montou uma comunidade rural autossustentável com seus seguidores. Mais de 900 pessoas chegaram a morar no local que foi batizado de Jonestown.

Após denúncias de abusos aos habitantes de Jonestown, o congressista Leo Ryan decidiu ir até a comunidade para investigar. Ryan e sua delegação chegaram a comunidade em 15 de novembro e foram muito bem recebidos por Jones na ocasião.

AVISO DE GATILHO!

Três dias depois, Ryan foi atacado com uma faca por um dos membros da seita e fugiu da comunidade. Junto dele, além da comitiva que o acompanhava, estavam 15 membros de Jonestown que desejavam abandonar o local. Em um primeiro momento, Jones não se opôs a vontade dos desertores, mas, quando o grupo chegou à pista de pouso de onde deixariam a região, seguranças armados da comunidade – chamados Brigada Vermelha – chegaram ao local e começaram a atirar contra o grupo que embarcava naquele momento. Ao mesmo tempo, um dos supostos desertores, chamado Larry Layton, também sacou uma arma e atirou contra os que já haviam embarcado.

Horas depois da chacina, 909 habitantes de Jonestown – entre eles 304 crianças – morreram de envenenamento por cianeto. Investigações concluíram que Jones havia convencido o grupo a beber suco envenenado sob o argumento que a comunidade seria invadida por conspiradores que matariam e torturariam os moradores e o suicídio era a única saída para que morressem com alguma dignidade. Jones também se matou na mesma ocasião, com um tiro na cabeça. A tragédia ficou conhecida como “A Última Noite Branca”, já que o líder havia feito simulações de suicídios coletivos que foram chamadas de “Noites Brancas”.

O planejamento e execução do suicídio coletivo foram gravados em uma fita que mais tarde foi encontrada pelo FBI. O massacre de Jonestown foi a segunda maior tragédia da história norte-americana atrás apenas do ataque de 11 de setembro de 2001.

A visão comunista de Jones o fez um admirador de Kim Il-sung, primeiro fundador da Coreia do Norte e avô de Kim Jong-un, chegando a criticar os Estados Unidos por serem contrários ao ditador. Ele também chegou a adotar 3 crianças coreano-americanas e incentivou seus seguidores a adotarem órfãos da guerra entre as Coreias.


Jones como referência

Tanto Jim Jones quanto Jonestown já foram citados em diversas produções, como filmes e documentários. Na música, nomes como Frank Zappa, Foo Fighters e Post Malone já fizeram referências ao líder cultista. Lana Del Rey também buscou inspiração em Jones para o clipe de Freak, no qual aparece bebendo suco e com atrizes vestindo roupas brancas.

Ainda não se sabe o porquê do discurso ter sido incluído na faixa de Suga. A Big Hit tampouco se posicionou sobre a polêmica. Continuaremos acompanhando o caso para buscar atualizações.

Fontes: (1), (2), (3), (4)
Não retirar sem os devidos créditos.

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  • Greyce Oliveira

    Cearense de Fortaleza, é metade uma humana normal professora de Inglês e metade ELF(a) precisando (talvez) de tratamento para parar de falar no Super Junior toda hora.

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