Atualmente a Coreia do Sul está enfrentando uma de suas piores crises causadas pelas chuvas de monções. Já são 45 dias seguidos de chuva forte, que vem causando estragos com alagamentos e deslizamentos de lama pelas cidades. A previsão é que a chuva continue pelos próximos 15 dias. Autoridades locais reportaram que só em agosto 16 pessoas morreram, outras 11 estão desaparecidas e milhares desalojadas como consequência das chuvas.
O temporal está afetando toda a península coreana, bem como outros países asiáticos, mas o foco atualmente está na divisa entre Coreia do Norte e do Sul. O primeiro-ministro sul-coreano Chung Sye-kyun requisitou a oficiais que as províncias Gyeonggi e Chungcheong fossem consideradas zonas especiais de desastre para liberar ajuda extra do governo.
A metrópole Seul sozinha registrou 280 milímetros de precipitação nos primeiros 6 dias de agosto. Em termos de comparação, apesar de agosto já ser tipicamente chuvoso na capital, a média é de 350 milímetros de precipitação ao longo do mês inteiro.
As chuvas aumentaram nível das águas dos rios e foi necessário abrir as comportas hidráulicas um dia antes do esperado para controlar o fluxo e evitar mais enchentes. Rodovias próximas a rios, como o rio Han (que atravessa Seul), foram fechadas por causa de alagamentos iminentes.
A ponte Jamsu, uma das que liga a área norte a sul de Seul, também foi interditada. Nesta quinta (6) a ponte ficou submersa enquanto o nível da água bateu recorde de 11,3 metros (o recorde anterior era de 11,03 metros, registrado em 2011). Alarmes de risco de alagamento perto de rios foram tocados em vários pontos da cidade. Em alguns locais foi a primeira vez que foi necessário usar o alarme desde 2011.
Deslizamentos de lama também impediram tráfego em ruas e estradas e interrompeu funcionamento parcial ou total de três linhas de trem que cobrem o país. Por causa disso, o deslocamento até para fornecer ajuda aos afetados foi prejudicado. Em uma reunião emergencial, o presidente Moon Jae In pediu por todas as medidas de prevenção possíveis, mesmo que pareçam exageradas, para evitar perdas de mais vidas. Moradores também recebem constantes mensagens de alerta pelo celular para notificar sobre a situação atual.
O temporal também causou destruição de propriedades, principalmente lares. Mais de 4900 pessoas estão desalojadas porque suas casas foram invadidas por água e lama. A maioria dessas pessoas se abrigou em escolas, centros comunitários e arenas esportivas. Algumas já puderam voltar às suas residências, mas a maior parte permanece em abrigos.
No cenário atual, os abrigos têm sua utilidade mas também seus riscos. Com muitas pessoas convivendo em um mesmo lugar, as autoridades se preocupam com a propagação do COVID 19. Nesta sexta (7) foram registrados 20 novos casos nessa sexta. Embora seja um número baixo, ainda existe o risco da aglomeração causar um aumento de casos nos próximos dias e semanas.
Para tentar amenizar a situação, divisórias de tecido separam famílias umas das outras, as camas foram colocadas a um espaçamento seguro e todos nesses locais devem usar máscaras. Governos locais também enviaram representantes para medir as temperaturas e ficar atento a sintomas da doença.
A área rural também foi bastante afetada. Centenas de plantações foram alagadas, enquanto celeiros e locais de armazenamento foram danificados. Para resgatar pessoas e consertar todos os estragos, a central de desastres e contramedidas de segurança conta com uma equipe de mais de 50 mil pessoas (entre trabalhadores de construção civil, policiais, bombeiros, militares e voluntários) com equipamentos como escavadores e bombas de água.
Enquanto as autoridades expressam otimismo sobre as ações de recuperação do país e a chuva parece dar trégua em alguns momentos, a situação ainda é delicada. Órgãos de meteorologia do país ainda estão alertas com as previsões de chuva para os próximos dias. Esperamos que esse período de chuvas logo passe para tranquilizar todos os moradores.
Fontes: (1), (2), (3), (4), (5), (6), (7), (8), (9)
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