Sua principal fonte de cultura coreana e conteúdo exclusivo sobre KPOP.

Cultura Sociedade

Lendas urbanas da Coreia do Sul e fantasmas de arrepiar!

Você conhece algumas das histórias mais assustadoras do folclore de lendas urbanas da Coreia do Sul? Tem estômago forte e uma curiosidade implacável? Por sua conta e risco, confira então desde Goblins até parentes falecidos que roubam almas.



AVISO DE GATILHO: ESSAS SÃO LENDAS URBANAS MACABRAS, CASO REALMENTE NÃO CONSIGA LER OU OUVIR HISTÓRIAS ENVOLVENDO MORTES E CRIATURAS SOBRENATURAIS, NÃO É RECOMENDADO QUE FAÇA A LEITURA DA POSTAGEM A SEGUIR. FIQUE SAUDÁVEL, FIQUE BEM.

Assombrações, fantasmas e lendas urbanas integram uma grande parte da cultura mundial. O conceito de “fantasma” é tangível, as motivações e a forma como aparece também mudam de local para local. Uma coisa é certa, em países nos quais a morte é muito respeitada e as superstições parecem ter raízes e troncos no imaginário popular, a presença de almas penadas, aparições misteriosas e o sobrenatural é profundamente lembrada.

A Coreia do Sul tem sua cota de lendas urbanas e fantasmas folclóricos. Alguns surgem da inquietude atraída pelo esquecimento, outros como penitência por seus pecados em vida, certamente existe pelo menos uma história que assuste, pois o medo é universal e a mitologia é sempre enriquecida com as mais macabras formas de provocá-lo.

Conheça algumas das lendas urbanas sul-coreanas:



Goblin (Dokkaebi, 도깨비)

Não poderíamos começar sem mencionar uma das lendas mais conhecidas, tanto por estrangeiros admiradores da cultura, quanto pelos próprios sul-coreanos. A criatura que inspirou um dos dramas mais populares dos últimos tempos apareceu pela primeira no Samguk Yusa – livro que conta a história dos reinos que formaram as Coreias, através de sua mitologia – , no conto “Lady Dohwa and Bachelor Bihyeong”, 

Goblins são criaturas multifacetadas, inclusive quando se trata de descrevê-los e entender suas motivações: a natureza dessas criaturas folclóricas é ambivalente, assim como sua aparência e versão, existem mais de um tipo de Goblins. Há quem acredite neles como deuses, dos quais se reza por uma pesca, especialmente na região banhada pelo Mar Amarelo – leste da China e oeste da Coreia do Norte -, na qual se dizia que o barulho produzido pelo ar saindo das águas pantanosas com a maré eram passos de Goblins.

Adentrando a Coreia do Sul, dokkaebis – nome coreano para os Goblins –  essa natureza ambígua se torna ainda mais proeminente. No folclore popular, goblins são criaturas imprevisíveis, arautos de doenças como catapora e autores de incêndios florestais, mas também são espíritos semelhantes aos humanos, que ajudam aqueles que merecem, ou também concluem rituais apelando por benefícios. Muitas vezes são considerados seres zombeteiros, vivendo em pontes e exigindo que o vençam em uma luta para ganhar o direito de passar.


O Ceifador (Jeoseung Saja, 저승사자) 

Na cultura ocidental, a personificação da morte não tem rosto ou gênero, mas sim uma aparência cadavérica, coberta por um manto preto e empunhando a foice que ceifará a alma de todos aqueles prontos para cruzarem o fino véu da vida. Na cultura sul-coreana, no entanto, o fim da vida é espreitado por uma criatura esguia e visualmente humana, usando um hanbok tradicional preto e um chapéu de abas largas, tradicionais no país chamado gat (갓). O nome desse ser misterioso é Jeoseung Saja (mensageiro do além vida, em tradução livre). Seu trabalho não é julgar ou matar, somente guiar a alma do recém falecido até o além, através do Caminho Hwangcheon, até o julgamento em Shi-wang, ou mundo inferior.

Muitas lendas dizem que o Ceifador é um fiel servo de Yama, Rei do Inferno na cultura budista, mas muitos o identificam como uma entidade sozinha e fiel a sua incumbência com os vivos de guiar os falecidos. Ele aparece para pessoas tomadas por doenças graves e prestes a partir, podendo ser visto em locais permeados pela aura da morte – como hospitais e áreas propícias para acidentes fatais -, devotos a tarefa, não é possível negociar ou suborná-lo, uma vez que Jeoseung Saja aparece, sabe-se que é o fim.



O Fantasma Virginal (cheonyeo gwishin, 처녀귀신)

Fantasmas são almas que após deixarem o corpo físico, por alguma razão não conseguiram deixar o mundo material para trás, os sul-coreanos definem e separam os espíritos inquietos e presos conosco em definições diferentes, por características rondando a morte ou sua vida.

Um dos fantasmas sul-coreanos mais tradicionais é o cheonyeo gwinshin, ou fantasma de uma virgem. Caracterizada como uma moça vestindo a roupa branca tradicional de luto, o sobok (소복), os cabelos soltos e compridos tampam o belo rosto do que uma vez foi uma jovem cheia de vida. A alma inquieta vaga silenciosamente, recebendo como penitência a culpa de não consumado o ato carna ou servido a um parceiro em vida.

Nos séculos passados, com costumes hoje considerados inadequados e machistas, para convencerem garotas a se casarem o mais rápido possível, os pais contavam histórias envolvendo cheonyeo gwishin. Hoje em dia, a lenda só é utilizada como entretenimento aos turistas. Curiosamente, existe uma versão masculina chamada chonggak gwishin (총각 귀신) que não é tão comentada.


O Fantasma Sem Rosto (Dalgyal Gwishin, 달걀 귀신)

Ao longo da vida, todos procuram ser lembrados. Na Coreia do Sul, a proximidade e memória são de suma importância, pois o esquecimento trará consequências após a morte. Todos aqueles que morrem sem serem lembrados e recebendo uma despedida apropriada, se tornará uma criatura chamada Dalgyal Gwishin, ou Fantasma Sem Rosto.

Dalgyal Gwinshin é uma alma penada esquecida por todos, presa por sua insignificância e acorrentada às montanhas pelo esquecimento. Sem ninguém para lembrar de suas qualidades e defeitos, perdem feições e se tornam sem face. Residem em montanhas e assombram durante a noite aqueles que se atrevem a vagar solitários. O simples relance em sua figura fantasmagórica resulta na morte.



O Fantasma das Águas (Mulgwinshin, 물귀신)

Nadar em águas profundas é sempre perigoso. A correnteza pode levar, cãibras podem te fazer perder o ritmo e afundar, há sempre a possibilidade de tudo terminar bem, mas quem garante? No folclore sul-coreano existe uma alma penada, ensopada em solidão e calafrios, acostumadas com a escuridão do fundo dos rios mais sombrios na face da Terra, o Mul Gwinshin (fantasma das águas). Os mais supersticiosos temem por suas vidas o dia em que serão deixados à mercê de tais assombrações, sozinhos para sofrerem com o mesmo destino.

O mul gwishin é um personagem aterrorizante, pois só é possível enxergá-lo quando já é tarde demais, por vezes não é possível propriamente focar em suas feições, para entender se suas ações são por maldade ou pura solidão. Mul gwishin é uma alma solitária daqueles que se afogaram em grandes corpos de água. Eles não são fãs do frio que os envolve ou do isolamento atraído pelas circunstâncias, por isso puxam o pé de nadadores e os arrastam ao fundo, procurando companhia para a eternidade que passará sendo assombrado pela própria morte.


Sonhos ladrões de alma

Dizem que determinados sonhos possuem muito significado, são vívidos, fortes demais para serem ignorados. No Ocidente, quando sonhamos com um parente falecido, o que nos resta é sua memórias, mas para os sul-coreanos é um mal-agouro, eles podem roubar sua alma.

Sonhar com um parente falecido é perigoso, especialmente se no sonho ele estiver na água. O espírito inquieto se aproximará para lhe abraçar, cada vez mais próximo, como se estivesse tentando fundir o corpo físico e vivo com sua alma penada, mas revivida momentaneamente por sua memória. Se o parente conseguir fechá-lo e apertá-lo num longo abraço, não haverá um dia seguinte, pois ele terá pegado sua alma.



O homem do elevador

Entre as lendas urbanas modernas narradas por toda a Coreia, contam as lendas sobre uma jovem de 19 anos vivia no 14º andar do prédio. Certa noite, voltando tarde da faculdade, ela entrou no elevador e assistiu o fechamento das portas ser interrompido por um homem bonito, que colocou uma mão entre elas. Ele entrou no elevador e se aproximou da garota, dizendo em tom de flerte que estava morando no 13º andar.

No curto percurso fechados no elevador, a garota e o rapaz flertaram. Ele saiu ao chegar no 13º andar e disse que a veria no piso de cima, puxando uma faca e rindo de forma macabra, seguindo para as escadas. Ela não conseguiu se movimentar rápido o suficiente e as portas se fecharam. Ao chegar no 14º, a menina foi assassinada cruelmente, ainda ouvindo a gargalhada cruel de um assassino impiedoso.

Não se sabe dizer o quanto da história é verdade, mas sempre avisam para prestar atenção, ele ainda pode estar a solta.


O cão de face humana

Há controvérsias em relação a sua origem real, se foi visto no Japão ou na Coreia do Sul. Anos atrás corria pelos ventos e má-línguas que um homem havia visto um cachorro com rosto humano se refestelando com lixo sob uma ponte. Aquele que encontrou a criatura de proporções grotescas e sobrenaturais havia escutado alguém falando, percebendo que o som vinha do metade-cachorro e metade-humano.

Não foi possível seguir a aberração para entender de onde saia, pois ela fugiu e sumiu virando a esquina. Muitos culpam uma maldição, jogada em um homem que viveu a vida se afogando nos próprios pecados e ações de má fé, sendo sentenciado a viver uma longa existência em um corpo sobrenatural.



A mulher sem olhos

Estamos todos carecas de saber os perigos de se dirigir a noite, sozinhos em estradas longas e desertas. Ao norte de Seul, a estrada Jayuro que conecta Goyang à Paju é sempre tomada pela neblina pesada, assim causando acidentes fatais anualmente. No entanto, muitos não acreditam que essa seja a razão para tantas mortes, dizem que há algo sobrenatural espreitando os motoristas que se aventuram por ali.

Alguns motoristas alegam ver uma jovem mulher, muito bonita e charmosa, parada ao lado da estrada, com sua aparência divina sendo complementada pelo que parecem ser óculos de sol. Muitos são tomados pela tentação de se aproximar para olhar de perto, assim se deparando com um pesadelo que os fazem perder o controle do veículo: o escuro em sua face angelical não eram óculos, mas sim buracos vazios, escuros, fundos, onde deveriam se encontrar os olhos dela.

O que achou dessas lendas urbanas e fantasmas? Conhece mais alguma história sul-coreana de arrepiar os cabelos? Conta pra gente nos comentários.

Doces ou travessuras? Feliz halloween!

Fontes: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10
Não retire sem os créditos, ou algum dos fantasmas vai assombrar você!

Tags relacionadas:

  • Bárbara Contiero

    Maria-cafeína. Tenho mais livros do que amigos. Minhas roupas são 70% de brechós. Epik High me mantém acordada de manhã.

    Sair da versão mobile