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[ENTREVISTA] Atores de “Me Tira Daqui”, da Netflix, compartilham experiências e dão dicas para quem quer trabalhar no entretenimento coreano

A sitcom coreana lançada pela Netflix, So No Worth It (Me Tira Daqui), estreou no último dia 17 de junho e chamou a atenção do público pela diversidade de atores no elenco, dentre eles, o trio Carson Allen, Joakim Sorensen e Terris Brown. Os três abriram o coração numa entrevista exclusiva para a KoreaIN e contaram sobre suas vidas e experiências se aventurando na indústria do entretenimento na Coreia do Sul e muito mais!



Carson Allen, modelo e atriz estadunidense de 26 anos, já trabalhou em outros programas antes de Me Tira Daqui, até mesmo para a Netflix, como The World of the Married, When The Camellia Blooms, Spring Turns to Spring e The K2, então provavelmente se você já assistiu algum desses dramas coreanos, já deve ter se deparado com ela. Carson Allen interpreta Carson, americana de temperamento forte.

Joakim Sorensen, é sueco e se formou em Engenharia de Software antes de decidir ser ator. Ele já participou do elenco do programa de TV sul-coreano Love of 7.7 Billion e interpreta Hans, que também é sueco e vive se gabando por ser um expert em cultura coreana.

Terris Brown é estadunidense, canta e atua. Ele já participou do programa de canto Vocal War: God’s Voice, para revelar cantores amadores, e participou do drama True Beauty e do filme Jazzy Misfits. Terris Brown interpreta, Terris, de Trinidad e Tobago, talvez o personagem com mais reviravoltas na série.



A KoreaIN teve a oportunidade de conversar com os atores em uma entrevista exclusiva, que aproveitaram para contar tudo sobre como chegaram à Coreia do Sul, como alcançaram o nível de coreano que têm hoje –que foi muito elogiado pelos fãs da série – e ainda compartilharam sobre a experiência de trabalhar na gigante Netflix e até mesmo como atuar ao lado de idols de K-POP tão conhecidos.

Acompanhe abaixo a entrevista completa com os atores de Me Tira Daqui, Carson Allen, Joakim Sorensen e Terris Brown, com todo carinho e atenção pelos fãs da série.




KoreaIN: Como e quando vocês decidiram aprender coreano e se mudar para a Coreia do Sul?

Carson: Para mim, foi uma situação diferente da maioria dos estrangeiros que vêm para a Coreia. Me mudei para cá com minha família por causa do trabalho do meu pai, quando estava no ensino médio, então não tive escolha ou vontade de me mudar. Apesar de não ter sido minha ideia de vir para a Coreia, acabei me apaixonando tanto pelo país e pela cultura que em 2013, quando voltamos para os EUA, decidi voltar para a Coreia no ano seguinte, em 2014, para começar a universidade. Comecei a aprender a língua coreana no ensino médio e depois continuei a aprender ao longo dos anos, saindo com amigos e assistindo a muitos programas de TV coreanos, shows de variedades e dramas.

Joakim: Me interessei pela Coreia do Sul no ensino médio, quando comecei a assistir a programas de variedades coreanos depois que um amigo me recomendou. O programa era ‘Family Outing’ e mostrava tão bem a cultura coreana que despertou meu interesse. Vim pela primeira vez para a Coreia do Sul de férias, 9 ou 10 anos atrás, e depois de conhecer o país, quis muito aprender o idioma, então voltei para estudar em uma escola de idiomas por um ano, antes de entrar na universidade na Suécia. Isso foi há cerca de 8 anos atrás, eu acho. Voltei para a Suécia, entrei na universidade e fiz intercâmbio para a Coreia, comecei a trabalhar com entretenimento e nunca mais voltei para a Suécia. Acho que já estou na Coreia fazem 5 ou 6 anos.

Terry: Eu não sabia muito sobre a Coreia antes da faculdade. Durante o 1º ano me aproximei de alguns intercambistas coreanos. Eles compartilhavam comida coreana, lanches e coisas da cultura deles comigo. Pouco a pouco, comecei a me interessar cada vez mais pela cultura do país, então decidi fazer um curso de coreano para iniciantes no semestre seguinte. Depois das aulas, fiquei ainda mais interessado, então decidi vir para a Coreia por um ano como estudante de intercâmbio. Durante aquele primeiro ano aqui eu absolutamente me apaixonei pelo país. As pessoas, a comida, a língua, tudo era muito interessante e me motivou a continuar estudando. No total, acho que estou aqui há cerca de 10-11 anos, e agora a Coreia é como um lar para mim.


KoreaIN: Vocês moram na Coreia do Sul já há alguns anos e provavelmente já estão adaptados ao país, mas vocês tiveram algum problema de adaptação ou algum choque cultural quando chegaram na Coreia?

Carson – Tive muita sorte por ter me mudado com toda a minha família, então não tive muitos problemas e fui capaz de me adaptar ao país no meu próprio ritmo. Eu também morei no Japão por 5 anos antes de morar na Coreia, então eu já estava acostumado a viver em um país estrangeiro desde muito jovem. Na verdade, eu me sentia mais confortável morando em outro país do que morando nos EUA na época, por ter passado grande parte da minha infância no exterior.

Joakim – Houveram alguns aspectos que foram difíceis de se acostumar, definitivamente. Eu, sendo de uma floresta sueca remota, descobri que a quantidade de pessoas e a falta de espaço pessoal era um pouco difícil de se acostumar. Vivendo na floresta, tudo o que você tem é espaço! Então, a transição de morar em um lugar tão remoto para morar em uma grande metrópole demorou um pouco. Eu gosto muito daqui agora, e provavelmente vou me sentir solitário quando voltar para a Suécia.

Terry – Como Carson, também cresci em uma metrópole, então já estava acostumado com a atmosfera agitada de Seul, mas definitivamente houveram desafios. Era difícil me sentir incluído quando não sabia o idioma, então havia momentos em que minha vida parecia solitária. A Coreia é uma sociedade muito coletivista, então acho que grande parte da cultura gira em torno dessa ideia. Vindo de um país como os Estados Unidos, acho que demorei para me acostumar com alguns aspectos dessa mentalidade.


KoreaIN: Percebemos que vocês falam coreano muito bem, e foram altamente elogiados pelos fãs da série! Quanto tempo demoraram para atingir o nível têm hoje? Acharam difícil aprender um novo idioma?

Carson – Mesmo morando na Coreia por mais de dez anos, ainda estou estudando e aprendendo o idioma todos os dias! Acho que demorei 2 anos antes de estar confiante o suficiente para realmente ter uma conversa completa com alguém apenas em coreano. Enquanto estudava numa escola internacional, no ensino fundamental e médio na Coreia, eu falava uma mistura de inglês e coreano com colegas de classe, o que me ajudou muito no começo a aprender novas frases e vocabulário. Acredito que quando você está tentando aprender um idioma, é melhor encontrar maneiras divertidas de estudá-lo, como sair com amigos. Também acho que a interação e situações da vida real, com as pessoas que usam a língua, realmente vão te ajudar a fixar e ficarão para sempre na sua cabeça! Percebi que depois de um longo período com minha família nos EUA, apenas falando inglês, meu coreano ficou enferrujado imediatamente, então acho que repetição é a chave!

Joakim Aprender um idioma nunca tem fim e todo dia é uma aula! A melhor maneira de aprender uma língua é morar ou passar um tempo no país onde ela é falada. Estudei em uma escola de idiomas por um ano e o restante aprendi enquanto morava aqui. Adoro aprender idiomas e novas culturas, então, mesmo com desafios, contanto que você tenha interesse na língua e na cultura, estudar é incrível. Eu sinto muita falta dos dias que comecei a aprender um novo idioma, é como me apaixonar. Com certeza tentarei estudar outro idioma em breve e estou aberto a sugestões!

Terry – É difícil dizer quando comecei a me sentir confortável falando em coreano, mas acho que fui capaz de ter conversas básicas depois de um ano morando na Coreia. A parte difícil sobre o coreano é que quanto mais você aprende, mais complicado ele fica. Mesmo que esteja confortável com minhas habilidades falando, o aprendizado nunca para. Me lembro de voltar para o EUA por um ano e fiquei chocado com a rapidez com que comecei a esquecer as coisas. Consistência e motivação para aprender são fundamentais. Se force a estar em situações desconfortáveis e aprenda com seus erros, mas também se lembre de se divertir no processo.


Reprodução: Netflix

KoreaIN: Falando sobre estar trabalhando numa gigante do streaming, como a Netflix, vocês notaram alguma particularidade na experiência de trabalhar para a Netflix em comparação com outras empresas?

Carson – Eu não sabia muito o que esperar, já que era minha primeira vez trabalhando com a Netflix. Mas, para minha surpresa, o processo de filmagem não foi muito diferente de outras produções coreanas! Eu diria que a maior diferença em trabalhar num Original da Netflix foi a oportunidade incrível de tantas pessoas de diferentes países poderem assistir e aproveitar de forma fácil e acessível, assim que fosse lançado. Para mim, essa foi a maior bênção e a melhor parte de se tornar parte da família Netflix. Também senti que foi mais fácil de tocar em assuntos que normalmente são tabu para a TV coreana, como sexualidade, justamente por ser uma produção da Netflix. Espero que a Netflix continue a usar sua plataforma na Coreia para abordar mais assuntos como este!

Joakim – A Netflix foi meu primeiro trabalho como ator profissional, então fiquei impressionado com a escala da produção, como o set de filmagem e a comida eram bons. Não tenho nada para comparar, mas para mim foi muito emocionante e me diverti muito!

Terry – O processo de filmagem não foi muito diferente de produções com as quais trabalhei antes, mas a escala do projeto foi impressionante. Tínhamos um set muito legal e foi ótimo trabalhar com um elenco tão diverso. Também não tivemos as mesmas limitações que as estações de TVs coreanas enfrentam. Além disso, só de saber que o drama seria exibido em todo o mundo, foi alucinante! Já fiz vários outros programas aqui na Coreia, mas geralmente não posso mostrar para minha família porque nunca tem legendas, então definitivamente esta foi uma experiência de mudança de vida para mim.


KoreaIN: Trabalhando em uma plataforma enorme como a Netflix, é claro que vocês já receberam muitos comentários da audiência. Como foram as reações do público e os comentários para você?

Carson – A reação ao programa foi tão positiva e todos foram tão gentis que me sinto como se estivesse em um sonho. Durante as filmagens, sabendo que seria um lançamento global, me preocupei muito como as piadas e diálogos seriam traduzidos para outras línguas e me perguntei se seria engraçado. Mas, me surpreendi com a recepção global da série, foi fenomenal, não poderia estar mais aliviada! Depois de vários comentários de fãs internacionais, percebi que as experiências numa universidade é algo tão universal que, mesmo com piadas muito específicas “da Coreia”, todos conseguiram se identificar com alguma coisa.


Joakim – Recebi tanto amor e apoio que às vezes me sinto sobrecarregado. As pessoas são muito legais comigo e eu gostaria de conhecer e agradecer a todos! É muito bom saber que tantas pessoas se identificaram e quiseram vir estudar na Coreia. Recebi mensagens de amigos também, dizendo que gostaram do drama e acabaram se esquecendo que eu estava nele. Ouvir que eles esqueceram que estou interpretando um personagem é um dos melhores comentários possíveis.


Terry – A princípio, pensei que nosso público viria principalmente da Coreia, mas para minha surpresa, recebemos muito amor de fãs de todo o mundo! Eu estava com medo de como meu personagem seria recebido, porque ele começa a questionar sua sexualidade no final, mas para minha surpresa, não encontrei nada além de carinho. Espero que possamos continuar e mostrar mais coisas aos fãs. É difícil acreditar quão amáveis e solidários todos têm sido, mas realmente aprecio cada fã e espero que todos saibam que sou muito grato.




KoreaIN: Muitas situações mostradas na série são bastante possíveis de acontecer na vida real, como alguém chegando quando você estava falando sobre essa pessoa, ser traído ou se apaixonar pela mesma pessoa que um amigo está interessado. Alguma dessas situações já aconteceu com algum de vocês? Como vocês lidaram com isso?

Carson – Felizmente, não tive que lidar com o mesmo tipo de separação que a minha personagem na série. Mas tive muita experiência com pessoas roubando coisas da geladeira compartilhada do meu dormitório! Me lembro que, se comprasse alguma bebida, desenhava uma linha onde parava de beber e carimbava um selo que só eu tinha para saber se alguém tinha bebido algo meu. Lembro que era um tópico muito sério na época e todos reclamavam de pessoas roubando comida de outras pessoas na geladeira, mas agora apenas acho graça por ficar tão chateada com algo tão pequeno.


Joakim – Algumas das situações já aconteceram comigo na vida real. O que mais aconteceu comigo na Coreia foi precisar urgente de um banheiro. Quando vim para cá, me apaixonei pela comida coreana, mas era muito picante em comparação com a comida sueca. O resultado foi que minha boca adorou e meu estômago odiou, então tinha que encontrar urgentemente um banheiro para entrar, muitas vezes em situações bem inconvenientes.


Terry – Já fui abordado por cultos religiosos aqui na Coreia, mas conhecia os sinais de alerta, então, felizmente não fui enganado, como o Hans. Também não me envolvi com alguém que um amigo tinha uma queda, mas já fui vítima dessa situação. Foi terrível, então entendo muito o personagem de Hyun-min. Mas aprendi que não se pode forçar um relacionamento, se alguém não gosta de mim, não devo levar para o lado pessoal caso a pessoa goste de alguém próximo, por mais que possa doer.


KoreaIN: Durante as gravações, vocês trabalharam com grandes estrelas do entretenimento, como Youngjae (Got7), Hyun-min e Minnie, do (G)I-DLE. Como era o relacionamento de vocês por atrás das câmeras?

Carson – Antes de começar as filmagens, passamos muito tempo juntos trabalhando e ensaiando os roteiros, então, quando as gravações começaram estávamos bem próximos. Lembro que quando conheci Minnie e Youngjae pela primeira vez, fiquei nervosa porque não tinha certeza do quão abertos eles estariam a fazer amizade e sair conosco. Mas eu não podia estar mais errada. Eles foram as pessoas mais “pés no chão” que já conheci e todos nós nos demos muito bem. Trabalhar com eles realmente me inspirou a trabalhar ainda mais, porque eles trabalham muito e são profissionais. Durante as filmagens, eles também estavam promovendo como cantores e isso com certeza não foi fácil. Definitivamente, tenho muito respeito por eles.


Joakim Mesmo sendo grandes estrelas, eles são tão humildes e reais que você se esquece de como eles são populares. Acabamos nos tornando amigos, brincamos muito e tivemos vários bons momentos. Foi um privilégio trabalhar com eles e tenho orgulho de poder chamá-los de amigos.


Terris – Estava nervoso para conhecê-los, já que ambos são muito famosos, mas eles eram muito pés no chão e nunca senti uma “barreira” entre nós. Nos bastidores, era como se eu estivesse saindo com meus amigos normalmente. Quando estávamos juntos era tão natural que nem pensava que eles eram estrelas. Minnie e Youngjae foram muito profissionais e muito bons em entrarem no personagem quando as câmeras estavam ligadas. Hyunmin era o mais novo no set e eu o mais velho, então ele realmente se sentia como meu irmão mais novo. Sempre me certificava se ele estava bem e não estivesse causando problemas, não que ele causasse, mas era apenas um instinto de irmão mais velho, eu acho! (risos)




KoreaIN: Seus personagens têm traços de personalidade muito fortes. Vocês têm algo em comum com eles?

Carson – Eu diria que eu e minha personagem temos valores e mentalidades parecidas. Somos muito protetoras com os amigos e tendemos a agir de forma mais racional em situações difíceis. Também diria que somos muito semelhantes em não nos importarmos tanto com a aparência na universidade. Não acho que teve alguma vez que me vesti bem ou saí da minha rotina para me arrumar apenas para ir para a aula. No colégio ou na universidade, você me acharia nas aulas usando meus óculos, de cabelo sujo num coque bagunçado e um moletom com capuz! Sou uma pessoa muito mais quieta em comparação à Carson do drama, e também geralmente não grito ou discuto com ninguém, nem intimido ninguém. (risos!)


Joakim – No começo, pensei que Hans e eu seríamos totalmente opostos, mas, me surpreendi quando percebi que temos muitas coisas em comum! Sou muito ligado à regras, acho que pelo jeito que fui criado. Me lembro de uma vez, no set, quando Terris pegou minha pasta de dente emprestada e apertou o tubo no meio. Um tubo novo de pasta de dente apertado NO MEIO! Fico chateado só de pensar nisso, mas lembro que eles apenas riram e me chamaram de Hans em vez de me levar a sério. Assim como o Hans, também me envolvo em causas ambientais e procuro ter mais consciência sobre meu consumo. Por exemplo, sempre evito consumir óleo de palma e camarão-tigre por terem um grande impacto negativo para o meio ambiente.


Terris – Também acho que sou semelhante a Terris em alguns aspectos. Apesar de não me vestir tão bem e definitivamente não ser um conquistador, acho que nós dois nos importamos muito com nossos amigos. Terris às vezes não consegue expressar muito isso, mas no fundo é um amigo leal, (com exceção do começo da série). Na vida real, sou muito mais extrovertido e não implico tanto com meus amigos! Também não tenho medo de mudanças como Terris, não rejeito algo só porque não entendo aquilo. Gosto de ser honesto com o meu coração e acho que o Terris também é.


KoreaIN: Percebemos que seus personagens tem seus próprios nomes, com exceção de Hans, personagem interpretado por Joakim. Vocês se inspiraram em alguém para interpretá-los?

Carson – Lembro de um dia aleatório, quando ainda estávamos no começo das leituras e ensaios do roteiro, todos fomos questionados pela produção se queríamos mudar os nomes de nossos personagens para nossos próprios nomes. No começo achei que seria uma boa ideia porque seria mais natural responder quando chamassem meu nome, além de ser bom para o público lembrar meu nome real. Mas, conforme a filmagem avançava, notei que talvez não fosse uma ideia tão boa. Eu, definitivamente, acho que nunca mais usarei meu nome em um personagem, porque isso dificulta entrar 100% no personagem e diferir o personagem de mim mesma. Não me arrependo, mas não recomendo!


Joakim – Escolhi ter um nome diferente do meu personagem para manter certa separação entre meu personagem, eu e o meu trabalho. Estava com medo de me confundir se ouvisse meu nome. Além disso, eu realmente gostei do meu personagem se chamar Hans. Parecia certo pra mim.


Terris – Quando nos perguntaram se queríamos usar nossos nomes verdadeiros, vi isso como uma oportunidade de fazer meu nome ser lembrado, então fiquei animado. Às vezes é difícil me separar do personagem quando leio comentários online, mas não me arrependo da escolha. Terris sempre será um personagem especial no meu coração.


KoreaIN: Podem nos contar um pouco sobre seus próximos planos e projetos?

Carson – Infelizmente ainda não estou trabalhando em outro projeto 🙁 Mas estou sempre trabalhando duro para me preparar para qualquer papel que apareça! Tenho treinado coreografia de dublês há pouco mais de um ano e tenho tido aulas de atuação online com professores de Hollywood. Planejo ir aos Estados Unidos ainda este ano visitar minha família e enquanto eu estiver lá, vou ter um treinamento intensivo em atuação e buscar mais experiência em audições.


Joakim – Também não tenho nenhum projeto em andamento, mas quanto a planos e sonhos, tenho muitos! Estou sempre trabalhando duro para melhorar na minha atuação e ser um bom ator. Meu objetivo é ser o melhor que posso ser. Adoraria tentar alguns papéis mais sérios no futuro e estou trabalhando duro para tornar esse desejo uma realidade. Você ainda não me viu pela última vez, com certeza!


Terris – Atualmente, também não estou trabalhando em nada, mas estou sempre me preparando para as próximas audições. Por enquanto, vou apenas trabalhar minhas habilidades e espero que algumas oportunidades surjam em breve!


KoreaIN: Por serem estrangeiros que trabalham na indústria do entretenimento na Coreia, que tipo de desafios vocês enfrentaram na carreira?

Carson – Seguir a carreira de ator nunca é fácil, não importa onde. Tentar isso em um país diferente e em um idioma que não é o seu idioma nativo apenas dificulta mais o processo. Algumas das dificuldades que tive foi interpretar papéis muito estereotipados, além de ter opções muito limitadas para os papéis que poderia fazer o teste. Mesmo que não seja nada comparado a tentar atuar sendo uma pessoa negra em Hollywood, foi um obstáculo que enfrentei na Coreia como estrangeira. Acho que o que tornou “Me Tira Daqui” tão especial foi o fato de metade do elenco principal ser estrangeiro, mas sem ser algo de destaque. Todos eram apenas pessoas normais na série e nenhuma de nossas personalidades ou características vieram do nosso país. Eu acho que este é um bom passo para saber como futuros programas podem lidar com personagens estrangeiros.


Joakim – Também acho que a indústria do entretenimento é sempre difícil, não importa o país. Uma coisa que achei muito desafiadora no começo era fazer piadas e ser engraçado. Para ser capaz de fazer piadas, você precisa realmente conhecer a cultura e isso leva tempo. Algumas coisas podem ser universais, mas muitas piadas podem ser muito específicas da cultura ou da cultura pop e levei anos me entregando à música coreana, programas de variedades, dramas, filmes e livros para conseguir adquirir conhecimento que tenho hoje para fazer piadas e tentar ser engraçado.


Terris – Ser um estrangeiro na indústria coreana de entretenimento é uma espécie de faca de dois gumes. Por um lado, às vezes você é a única pessoa que pode interpretar um papel, mas, por outro lado, os papéis que você pode interpretar tendem a ser limitados. Acho que eu, como negro, fui rotulado em papéis muito estereotipados, mas felizmente, assim como em “Me Tira Daqui”, da Netflix, essas tendências parecem estar mudando lentamente. Espero continuar quebrando barreiras e mostrando a mais pessoas que nós, estrangeiros, temos muito a oferecer!




KoreaIN: Que tipo de sonho você gostaria de realizar morando na Coreia?

Carson – Adoraria continuar atuando até o dia da minha morte, ser capaz de me sustentar e viver confortavelmente. Sinceramente, não me importo com fama ou me tornar uma celebridade, só quero continuar fazendo o que amo no país que chamo de lar.


Joakim – Eu adoraria continuar e ter uma vida real fazendo o que amo. Trabalhar com entretenimento não é muito seguro e já passei por muitos momentos difíceis. Então, algum dia, meu sonho é poder ter uma vida estável e segura entretendo pessoas. Isso seria incrível. Eu adoro fazer as pessoas rirem, isso me traz muita alegria e me deixa completamente feliz.


Terris – Honestamente, eu só quero ser capaz de atuar e ter uma carreira de sucesso na Coreia. Espero que escrevam e criem mais papéis para os quais eu possa fazer um teste no futuro, para continuar na estrada da construção do meu nome. 


KoreaIN: Podem deixar algumas dicas para quem gostaria de seguir carreira no mundo do entretenimento sul-coreano?

Carson – O primeiro passo a dar é estudar o idioma o máximo que puder! Mas encorajo também a não esperar até chegar à Coreia para começar a procurar oportunidades no campo do entretenimento. Se você quer ser dançarino, cantor ou ator, então busque aqueles que estão em seu país primeiro e obtenha todo o treinamento possível imediatamente. Porque se você esperar até chegar à Coreia para começar sua carreira do zero, será muito mais difícil e estressante. Se você já vier com o conhecimento e as habilidades, só resta começar a fazer contatos com empresas para te apoiar e trabalhar com você. Mas você não pode fazer isso a menos que já seja um profissional na área em que deseja trabalhar e tenha confiança em seus talentos e habilidades.


Joakim – Pode haver alguns que têm muita sorte e meio que “são escolhidos”, mas para nós não é assim, é necessário muito trabalho duro. A única dica real que posso dar é se aprofundar muito na língua e na cultura coreana. Não apenas assistindo ao seu drama favorito, mas assistindo a dramas e filmes antigos, programas de variedades lançados anos atrás e, eventualmente, lendo livros. Basta consumir tudo. Achei que isso realmente me ajudou. Também se divirta fazendo isso! Tem que ser divertido! Se eu posso fazer isso, todos podem, então dê o seu melhor!


Terris – Se você quer trabalhar na Coreia, o domínio do idioma é imprescindível. Mesmo que você esteja atuando num papel que fale inglês ou outra língua, falar com os membros do elenco e com a equipe é muito importante. Já existem muitos falantes fluentes de coreano morando na Coreia, então você deve procurar uma maneira de se destacar. Se você sabe em que tipo de trabalho está interessado, comece a aprimorar suas habilidades agora. Pratique e tenha o máximo de experiência possível antes de vir. Além disso, seja determinado. Viver como um artista é instável e você enfrentará muita rejeição. Você realmente precisa querer isso se quiser seguir uma carreira nessa área. Mas, por mais difícil que seja, também é muito gratificante. Então, se você tem certeza de que é isso que deseja, comece agora e não deixe ninguém te impedir!


Você pode conferir e apoiar o trabalho de Carson Allen, Joakim e Terris Brown através das redes sociais.

A série da Netflix conta com altos índices de aprovação entre os espectadores, 97% das pessoas que assistiram Me Tira Daqui gostou do programa. Se você bobeou e ainda não assistiu, confira o trailer oficial!



Não retirar sem os devidos créditos.

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