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Política

Candidatos à presidência da Coreia do Sul querem propor jornadas de trabalho de 4 dias

O ex-governador de Gyeonggi e possível candidato à presidência da Coreia do Sul estuda propor jornadas de trabalho de apenas 4 dias para os trabalhadores do país. Lee Jae-myung poderá concorrer ao cargo nas eleições de 2022 pelo Partido Democrático da Coreia, o mesmo do atual presidente Moon Jae-in.


Em entrevista à JTBC na quarta (27), Lee declarou que a intenção é uma tentativa de melhorar o bem-estar e as taxas de emprego dos trabalhadores sul-coreanos: “A introdução da jornada de quatro dias úteis é algo que eventualmente terá de ser feito para promover vida humanitária e menos horas de trabalho. Seria um projeto a longo prazo, mas precisamos nos esforçar para implementar logo e acompanhar a quarta revolução industrial“.

Na visão de Lee, a jornada mais curta poderá criar mais empregos e diminuir a carga de trabalho. Em 2019, a Coreia do Sul tinha uma jornada de trabalho 1967 horas anuais, a segunda maior entre os países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico.

As expectativas são de que, com as jornadas menores, o setor privado contrate mais pessoas. A proposta também pode ser uma maneira de atrair mais votos de eleitores da faixa etária dos 20 aos 30 anos, que estão valorizando mais o estilo de vida com equilíbrio entre trabalho e lazer.

As propostas de Lee também focam em aumentar os programas de bem-estar sociais. Ele já manifestou a pretensão de criar uma renda básica universal e programas de habitação.

Sim Sang-jung, candidata que concorre pelo Partido da Justiça, já havia anunciado seu apoio à diminuição da jornada semanal no mês passado, sendo essa a sua primeira promessa de campanha como candidata à presidência. De acordo com Sim, a proposta está alinhada com a tendência global.

Após a entrevista de Lee, o bloco da oposição fez severas críticas a sua fala. Lee Jun-seok, do People Power Party (PPP), declarou: “Se a doce máscara da jornada de quatro dias cair, veremos como o programa diminuirá salários e o número de trabalhos devido ao seu impacto negativo no ambiente de trabalho. Parece que Lee está sucedendo diretamente a incapacidade econômica da administração de Moon Jae-in, que pressionou por políticas economicamente absurdas, compensando lacunas em suas teorias com a ajuda de bajuladores e argumentando sobre a possibilidade do impossível com estatísticas fraudulentas“.

A jornada de 4 dias úteis já vinha sendo tópico de discussões há anos, mas só nos últimos vêm chamando atenção. O SK Group, terceiro maior conglomerado da Coreia do Sul, desde 2019 permite aos funcionários fazerem jornadas de 4 dias semanais, mas não de forma fixa. Já a Woowa Brothers e a Baemin oferecem jornadas de 4 dias e meio ao permitir que os funcionários folguem às segundas.

A ideia também esteve presente entre as propostas dos candidatos a prefeito de Seul, ocorrida em abril. Cho Jung-hun, do Partido Transition Korea, destacou os benefícios da diminuição da jornada de trabalho em uma entrevista à uma rádio em fevereiro: “Quase todas as corporações, incluindo as coreanas, viram suas taxas de produtividade aumentar 20%. Providenciaremos incentivos fiscais e orientações para incentivar pequenas e médias empresas que considerarem fazer a transição“.


A opinião pública

Apesar do bate-boca gerado entre os políticos, a opinião pública parece favorável a adoção da proposta. Uma pesquisa feita pela SaraminRH com 4155 pessoas que estão em busca de emprego mostrou que 83.6% têm uma visão positiva da diminuição da jornada de trabalho. Entre os benefícios citados estão mais equilíbrio entre trabalho e lazer, maior produtividade, melhorias da saúde e crescimento econômico motivado por mais férias.

Por outro lado, as críticas apontam que a medida é muito irreal e abrupta para o país que ainda luta para institucionalizar a jornada de 52 horas semanais introduzida pelo atual governo.

Especialistas alertam que a introdução abrupta da medida pode ter efeitos contrários e turbulentos. Uma diminuição dos salários podem forçar trabalhadores a procurarem outras ocupações, prejudicando a produtividade de pessoas e de empresas. Além disso, poderá afetar a busca de empregos por pessoas desempregadas, já que haverá mais competição pelas vagas.

A crise ocasionada pela COVID-19 fez com que cada vez mais pessoas decidissem assumir dois empregos devido à diminuição dos salários. Uma pesquisa feita pelo FindJob em abril com 1460 trabalhadores apontou que 76.8% deles estavam inclinados a ter dois empregos para ganharem mais, muitos desses optando por trabalhos de meio período além dos trabalhos primários.

Fonte: (1)
Imagens: divulgação
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  • Greyce Oliveira

    Cearense de Fortaleza, é metade uma humana normal professora de Inglês e metade ELF(a) precisando (talvez) de tratamento para parar de falar no Super Junior toda hora.

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