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Saúde

Médico sul-coreano declara: “Quem não contraiu COVID-19, não tem amigos”

Nos últimos dias, a Coreia do Sul viu os casos diários de COVID-19 subirem a níveis estratosféricos. No último dia 17, o país chegou a registrar mais de 600 mil casos em apenas um dia, o mais alto índice desde o início da pandemia.


Porém, apesar do cenário, os sul-coreanos têm levado uma vida cada vez mais “normal”. Com altos níveis de vacinação no país, as regras de distanciamento social estão flexibilizando cada vez mais. Apesar dos contágios ainda estarem altos, a COVID-19 parece ter se tornado uma doença comum.

Há quem diga, inclusive, que pessoas que não foram infectadas não tem amigos. Esta é a opinião do médico Ma Sang-hyuk, vice-presidente da Sociedade Coreana de Vacina. A declaração foi postada por Ma em seu Facebook e, mesmo tendo sido apagada posteriormente, continua circulando em forma de captura de tela.

Ma defende que o governo deveria focar no tratamento da doença ao invés de fortalecer as regras de distanciamento social. Sua postagem foi feita justo no período em que, além da alta de casos, o país também registra grande número de óbitos e pacientes em estado crítico.

O médico, que luta por uma causa batizada de “vivendo com a COVID-19”, disse a um portal de notícias que sua fala foi uma metáfora para dizer que, na atual situação em que o país se encontra, ser infectado com o vírus é praticamente inevitável.

Desde o início da pandemia, mais de 9 milhões de sul-coreanos já foram infectados e o número pode em breve chegar aos 10 milhões. Considerando a atual população do país, de mais de 50 milhões de pessoas, isso significa que um em cada cinco cidadãos já contraíram COVID-19.

Segundo Ma, o sistema de saúde do país deveria ser reorganizado para que todos que testassem positivo possam receber o tratamento adequado: “É triste que alguns estejam morrendo em decorrência da COVID-19, mas também precisamos pensar naqueles que não podem ir ao hospital mesmo que estejam doentes e sofrem de medo e dores em casa. Eles devem ter o direito de receber tratamento“.

A opinião de Ma é da mesma da especialista em doenças infecciosas Brenda Crabtree. Em entrevista ao Wall Street Journal, a mexicana disse: “Se você não tiver nenhum amigo infectado agora, você não tem amigos“.

Polêmicas à parte, dados do Relatório Nacional de Qualidade de Vida revelados em 15 de março pelo Statistics Korea – instituto nacional de dados do país – indicam que o nível de isolamento no país no ano passado foi de 34,1%. Este foi o nível mais alto já registrado desde 2009, quando os dados começaram a ser compilados, indicando que os cidadãos estão mais isolados que nunca.

Os dados são um índice que indicam a proporção de adultos acima dos 19 anos que dizem não ter ninguém próximo que possam auxilia-los em caso de crise.

Fonte: (1)
Imagem: Leo Patrizi (via iStock)
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  • Greyce Oliveira

    Cearense de Fortaleza, é metade uma humana normal professora de Inglês e metade ELF(a) precisando (talvez) de tratamento para parar de falar no Super Junior toda hora.

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