Pescadores sul-coreanos estão descartando diariamente mais de 20 toneladas de atum na costa de Gangwon. O argumento é que eles não têm intenção de pegar tais peixes, que acabam sendo pescados nas redes junto com outras espécies.
Os pescadores chegam a viajar longas distâncias para chegar até o local de descarte. O principal motivo para isso é o limite que a Comissão Pesqueira do Pacífico Ocidental e Central impõe sobre a quantidade de peixes que podem ser capturados. Aqueles que forem pegos com excesso de peixes podem receber punições que incluem até dois anos de prisão ou multa de até 20 milhões de wones (mais de R$ 75 mil).
Nos últimos tempos, os atuns estão sendo capturados com mais frequência por causa das condições anormais de temperatura nos mares. O pescador Kim Cheol Gon conta que, diariamente, captura entre 5 e 20 toneladas de peixes com suas redes ancoradas localizadas a 3 quilômetros da costa. Os atuns conseguem nadar até às redes, mas não conseguem sair delas. Quando os pescadores puxam as redes para selecionar os peixes que lhes interessam, os atuns, já mortos, acabam vindo em grandes quantidades.
As viagens para descartar os peixes acabam tendo alto custo devido aos atuais preços dos combustíveis na Coreia do Sul. Mesmo assim, Kim conta que o valor acaba sendo mais barato que a multa que poderá receber pelo excesso de atuns. Ele ainda revela que gasta mais energia descartando os peixes que capturando-os.
Com grandes quantidades de peixes mortos sendo descartados diariamente nas praias do país, não é de se espantar que a ação gere impactos ambientas. Kim procura fazer o descarte em águas consideradas longínquas para não causar danos em praias consideradas atrações turísticas, como a de Gyeonpo. Mesmo assim, as correntes marítimas acabam levando as carcaças para outras regiões. Em 28 de julho, mais de mil atuns mortos foram parar na praia de Jangsa, localizada em Yeongdeok, fazendo com que habitantes locais e turistas tivessem que lidar com o cheiro de carne apodrecida que tomou conta da região.
Visando evitar ou diminuir o descarte, pescadores pedem que o governo aumente a quota de peixes que podem ser capturados. O atum foi capturado pela primeira vez em Gangwon no ano de 2018 e a quantidade de pescados na região só aumenta. No ano passado, foram 39 toneladas, contra as 31 registradas em 2020.
Fonte: (1)
Imagem: Yonhap
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