Nesta quarta (16), a Coreia do Norte informou que o soldado estadunidense Travis King – que chegou ao país em julho após cruzar a zona desmilitarizada que separa as duas Coreias – busca asilo no país.
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A Agência Central de Notícias da Coreia (ACNC) – estatal norte-coreana – noticiou o fato quase um mês após King ter feito a travessia. O soldado alega que adentrou no território do país após sofrer racismo dentro do exército de seu próprio país.
A declaração da ACNC informa que:
Durante a investigação, Travis King confessou que entrou na República Popular Democrática da Coreia (RPDC) porque nutria ressentimentos contra maus tratos desumanos e discriminação racial dentro do Exército [dos EUA].
Ele também expressou desejo de procurar asilo na RPDC ou em um terceiro país, dizendo que estava desiludido pela desigual sociedade americana.
King está sob custódia do exército do país porque ainda é alvo de uma investigação por ter cruzado a fronteira de forma ilegal.
O Departamento de Defesa dos Estados Unidos informou em nota que não conseguiu verificar a veracidade das alegações divulgadas hoje, mas que segue focando em trazer King de volta para casa em segurança e trabalha com todos os meios disponíveis para que isso aconteça.
A manifestação da ACNC foi divulgada pouco antes do Conselho de Segurança das Nações Unidas se reunir na para discutir a situação dos direitos humanos na Coreia do Norte pela primeira vez desde 2017. A reunião está marcada para a quinta (17) e pode representar um esforço de Pyongyang para desviar a atenção de seus abusos para a discriminação racial nos Estados Unidos.
Porém, a propaganda estatal da Coreia do Norte, que se orgulha da alegada pureza racial de seu povo, também costuma usar insultos raciais contra pessoas que o regime considera hostis aos seus interesses. Em um desses exemplos, a ACNC chamou o ex-presidente Barack Obama de “sujeito sujo” e “um mestiço de sangue obscuro”.
Fonte: (1), (2)
Imagem: Morry Gash (via AP)
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