Entenda a importância da nova associação entre a Big Hit e a Source Music e como o acordo beneficiará ambas as empresas
No último dia 29 de julho, foi divulgado em nota pela Big Hit Entertainment, a compra da empresa Source Music, responsável por gerenciar a carreira do girlgroup GFriend. Ambas as companhias não divulgaram os números da transação.
Baseando-se no sucesso do BTS, carro chefe da Big Hit, a empresa pode ter faturado entre U$1.6 bilhões e U$2 bilhões de dólares norte-americanos com as vendas do grupo, tornando-se uma das mais rentáveis e confiáveis para investimentos. Assim, ganhando o título de ‘empresa unicórnio’, nomenclatura para startups que atingem margens de lucro a partir de U$1 bilhão.
Com números tão altos, a Big Hit Entertainment continua expandindo sua economia, agora dando um passo maior em relação à parcerias comerciais e traçando o caminho percorrido por outras gravadoras para tornar-se uma companhia com diversos selos, como SM, JYP, YG e Cube. É comum na indústria musical a união de empresas pequenas e maiores para a criação de subsidiárias, isto é, nomes que se aliam a outros nomes para uma melhor divulgação, divisão – ou acúmulo – de ganhos e renome. Em outras palavras, afiliadas.
Vale ressaltar, que a própria Big Hit foi uma empresa subsidiária da JYP Entertainment por volta de 2010, antes de voltar a tornar-se uma empresa independente em 2014. À época, a agência gerenciava a carreira do boygroup 2AM, vindo da JYP, e outros artistas relevantes como o grupo 8Eight. Em 2015, a BigHit foi adquirida pela Signal Entertainment Group, junto a outras duas empresas. A relação entre as duas se findou no início de 2017.
Como mencionado, após diversas negociações, Bang Si Hyuk e So Sung Jin fecharam um acordo tornando a Source Music, uma subsidiária da produtora bilionária.
“Um contrato para a aquisição das ações da Source Music foi finalizado recentemente, agora a companhia se juntará a Big Hit como subsidiária”, declarou a Big Hit em nota para a imprensa. “A administração continuará a cargo da Source Music, assim mantendo a independência e singularidade da gravadora.”
Apesar da ‘união estável’ entre as empresas só ter sido oficializada e divulgada recentemente, a amizade e parceria já é antiga. Bang Si Hyuk e So Sung Jin já estiveram unidos em projeto musical, especificamente o girlgroup GLAM, que debutou em 2012 e acabou em 2015 após polêmica envolvendo chantagem feita por uma das cantoras. Com o histórico amigável e contato entre as gravadoras, o CEO da Big Hit ainda deixou claro que as semelhanças na administração de grupos foi uma das razões para a oficialização da parceria.
“Uma filosofia compartilhada em relação à promoção de artistas e administração foi uma das principais motivações que uniu a Big Hit e Source Music. Como nos conhecemos bem, esperamos que a aquisição seja um sucesso. Estou contente que ambas companhias possam começar a criar algo ainda maior”, declarou Bang Si Hyuk, ou Hitman Bang.
Os números da Big Hit
Os números registrados pela Big Hit Entertainment fizeram da empresa uma das mais ricas no cenário musical coreano, ultrapassando o lucro total das três grandes companhias coreanas em 2018: SM Entertainment (U$1.36 bilhões de dólares norte-americanos), JYP Entertainment (U$787.79 milhões de dólares norte-americanos) e YG Entertainment (U$491.95 milhões de dólares norte-americanos).
Apesar dos lucros apresentados pela Big Hit, o patrimônio líquido (ou seja o capital total da empresa), coloca-a em terceiro lugar, tornando-a uma das atuais Big 3. Economistas estimam que a companhia tenha o valor de U$610 milhões em patrimônio, atrás da SM Entertainment (US945 milhões) e JYP (U$735 milhões). A BigHit entra substituindo a YG Entertainment no top 3, que viu suas ações, lucros e patrimônio caindo após intermináveis polêmicas ligadas a Burning Sun e SeungRi (ex-BIGBANG), estando à margem de U$500 milhões de dólares norte-americanos.
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O movimento estratégico tomado pela Big Hit reflete os passos da SM, JYP e YG, onde a existência de subsidiárias torna o patrimônio líquido maior, pois soma todo o lucro dos contratados por cada selo. Um detalhe importante é que uma empresa subsidiária não obrigatoriamente se refere à gravadoras, mas também marcas de roupas, entre outras áreas de produção, como é o exemplo da SM Branding Marketing. O que torna a companhia a primeira entre as presentes na Big 3 é, em partes, a existência de 20 subsidiárias.
Os benefícios de aliar um grande nome a outros com valores de mercado menores, se reflete no crescimento da SM Entertainment entre 2012 e 2013. No ano de 2012, a empresa uniu-se com duas subsidiárias, a SM Town Travel (relacionada ao turismo) e SM Culture Contents (responsável por gerenciar a Woollim Entertainment, gravadora do Infinite e Lovelyz). Em 2013, a Forbes publicou uma matéria pontuando a alta estratosférica nos ganhos líquidos registrados pela companhia naquele ano: em 2012 girava em torno de U$225 milhões de dólares norte-americanos, enquanto em 2013, de acordo com o portal, estava em U$600 milhões de dólares norte-americanos.
Visibilidade
Além das questões econômicas que beneficiam todas as partes no acordo Big Hit/Source Music, a associação entre as companhias também faz aumentar a visibilidade do artista principal da Source, o girlgroup GFriend, que entrou novamente no Top 10 World’s Album Charts da Billboard com o comeback Fever Season. As expectativas relacionadas à parceria são positivas, como expressado pelo CEO da Source Music em nota para imprensa.
“Estamos animados com a junção da Source Music e Big Hit. Acredito que essa seja uma grande oportunidade para atingirmos um outro nível de excelência para artistas, trainees e colaboradores da gravadora. O histórico da Big Hit para criar artistas globalmente conhecidos rapidamente e expertise criam um fundamento sólido para a Source Music. Nós iremos nos esforçar ainda mais para providenciar um conteúdo ainda melhor para nossos fãs, por meio desse relacionamento orgânico com a Big Hit.” – declarou So Sung Jin.
A KoreaIN valoriza a opinião de todos os envolvidos na união das companhias, inclusive dos fãs, os mais beneficiados pela junção de ambas companhias produtoras de entretenimento.
“Acho que a Source se tornando uma subsidiária da Big Hit não é ao todo uma coisa ruim, muito pelo contrário, é algo bom a princípio porque vai aumentar a visibilidade internacional das meninas. Porque o TXT e BTS já possuem visibilidade ocidental”, declarou a estudante de jornalismo Fernanda de Sousa (@lettergirl_), ARMY e Buddy (fandom do GFriend). “No último comeback, as meninas usaram de decoração um carro da Hyundai, e os garotos propaganda são o BTS. Durante o comeback do GFriend, mesmo que tenha sido no começo de julho, já existia suspeita de negociações entre as empresas, por motivo de os CEOs de ambas serem amigos e, no começo, os grupos dividiam muitos espaços para economizar verba, por serem empresas pequenas. Quando o BTS se consolidou de um lado e GFriend do outro, juntaram forças.”
E você, o que acha da união das duas empresas e de seus artistas? Conta pra gente nos comentários!
Por Bárbara Contiero
Fontes: Forbes 1 – 2, Soompi, Hani, Quora, Naver, The Jakarta Post, O Povo
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