A produção de filmes na Coréia do Sul é muito mais vasta e diversificada do que podemos imaginar. Conforme Parasita ganhou representatividade, foi abrindo as portas para que ainda mais pessoas tivessem conhecimento dessa produção rica e muito valorizada na origem – muito além dos blockbusters e thillers que chegam do lado de cá.
No mês das mulheres, a KoreaIN indica 10 filmes sul-coreanos dirigidos por mulheres poderosas e que merecem reconhecimento. São narrativas surpreendentes e de qualidade técnica impecável, que não apenas quebraram barreiras de audiência e de premiações, como reinventaram os gêneros e fizeram história.
House of hummingbird (Kim Bo-ra, 2018)
Eun-hee tem 14 anos e precisa lidar com as mudanças intensas na vida de uma adolescente, intensificadas por relações conturbadas com a família e as diversidades com os amigos após as férias de verão. O visual contemplativo e elaborado do filme é seu grande diferencial. Além de ser escrito, produzido e dirigido por Kim Bo-ra, é baseado em traços de sua própria vida. O longa recebeu 40 prêmios, das 60 indicações – que belo jeito de estrear a carreira!
A girl at my door (July Jung, 2014)
Com esse filme, July Jung entrou para o time das poucas diretoras coreanas a ir para Cannes – não foi para a competição oficial, mas foi exibido na mostra paralela Un Certain Regard. Nele, uma policial (Bae Donna, Sense8) resgata uma garota vítima de abusos pela sua família. Por apresentar uma trama lésbica, o orçamento foi limitado, mas contou com grande ajuda do Conselho Coreano. As protagonistas aceitaram atuar de graça em nome da causa.
Money (Park Noo-ri, 2019)
Apesar de muito comparado com o filme “O lobo de Wall Street”, “Money” foi inspirado no livro de Jang Hyun-do. Nessa trama, um jovem ambicioso (Ryu Jun-yeol, Reply 1988) começa carreira na bolsa de valores, mas percebe que o mercado é mais voraz do que parece. Para subir na vida, ele se envolve com uma rede perigosa a um preço que talvez pode ser alto demais. Com grande sucesso de público, o lucro passou 25 milhões nos cinemas coreanos.
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Cart (Boo Ji-young, 2014)
Esse drama é uma ótima escolha para quem curtiu o debate das classes sociais de Parasita. Após terem seus contratos rompidos e terem sido demitidas em massa do supermercado onde trabalham, um grupo de mulheres inicia uma greve para mudar sua situação. O filme é baseado em uma história real, quando em julho de 2007, os funcionários da loja de departamentos E.Land Mart Retail foram ameaçados de demissão, e então fizeram uma greve que durou 510 dias.
Talvez as exo-ls de plantão já conheçam o longa, já que o D.O (EXO) é parte do elenco.
The Bros (Chang You-jeong. 2017)
“Mas tem na Netflix?” esse tem. Representante das comédias populares coreanas, nesse filme acompanhamos a história de dois irmãos egoístas, mas que após o reencontro no funeral do pai, descobrem que a família esconde um segredo obscuro. O sucesso de bilheteria foi tanto que na época só ficou atrás de Thor: Ragnarok e, em menos de dez dias, alcançou 1 milhão de telespectadores.
Ma Dong-Seok (Train to Busan, Os Eternos) faz parte do elenco.
The Whistleblower (Yim Soon-rye, 2014)
Embora fictício, o filme é baseado na vida real do cientista Hwang Woo-suk, figura central de uma das maiores investigações de fraudes científicas nos últimos anos. A trama acompanha a denúncia de fraude em uma pesquisa sobre clonagem de células, na qual um jornalista investigativo se opõe a uma poderosa empresa e luta pela verdade, ao mesmo tempo em que lida com a revolta da opinião pública.
Há um filme estadunidense com o mesmo nome, de 2010, retratando a história real da policial Kathy Bolkovac, que também foi dirigido por uma mulher, Laryssa Kondracki. Quantas semelhanças, não?
Pluto (Shin Su-won, 2012)
O investimento na educação na Coréia do Sul é reconhecido em qualquer lugar, por conta disso, a competição pelo ingresso nas melhores universidades é muito alta. “Pluto” retrata essa tensão na forma de thriller, onde um colégio de elite é palco de um assassinato envolvendo o melhor aluno e o novo transferido, resultando em uma série de intrigas e paranoias. A diretora recebeu menção especial na Seção Geração 14plus no 63° Festival Internacional de Cinema de Berlim.
Bluebeard (Lee Soo-youn, 2017)
Ideal para quem curte thrillers cheios de reviravoltas, acompanhamos um anestesista preparando seu senhorio para um procedimento médico, mas sob o efeito do medicamento, ele confessa ter cometido um crime. O médico acredita que o senhorio é um serial killer que está relacionado com a morta de uma garota. Com exibição em festivais na Itália, no Havaí e em Bruxelas, “Bluebeard” ainda foi recorde de melhor estreia em março na Coréia do Sul.
Pure Love ou Unforgettable (Lee Eun-hee, 2016)
Olha o D.O aqui de novo, mas dessa vez como protagonista. Assistir a esse filme é como assistir a um dorama: leve, divertido e apaixonante. Um radialista recebe uma carta escrita pelo seu primeiro grande amor, fazendo com que ele relembre os acontecimentos do verão de 1991. Naquela época, em uma viagem de amigos, ele se apaixona por uma amiga que machuca a perna e precisa ser carregada pelo resto do tempo.
Treeless Mountain (So Young Kim, 2008)
Esse filme se destaca pelo visual contemplativo e foi dirigido por uma das diretoras coreanas mais celebradas, inclusive com longas marcantes nos Estados Unidos (entre eles, Lovesong, que está na Netflix!). O enredo envolve alcoolismo, Síndrome de Down e a história tocante de uma menina de 7 anos que é forçada a cuidar de sua irmã mais nova depois que sua mãe as abandona. A performance das duas jovens atrizes é admirada por inúmeros críticos.
Por Karina Beraldi
Fonte: (1), (2)
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