O Pandora Papers, megavazamento de informações financeiras que expôs diversos líderes mundiais e celebridades, trouxe entre seus citados o nome do fundador de uma das maiores empresas do ramo de k-pop. Lee Soo-man, fundador da SM Entertainment, é mencionado 399 vezes em 280 documentos.
De acordo com a BBC, o Pandora Papers incluiu 11,9 milhões de arquivos – entre documentos, imagens, e-mails e outros registros – em mais de 2 terabytes de informação. Com isso, o Pandora ultrapassa o volume de informações do Panama Papers, vazado em 2017. Os arquivos foram enviados ao Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, com sede em Washington, e examinado por mais de 600 jornalistas ao redor do mundo. O processo foi demorado devido à grande variedade de idiomas em que os documentos estavam.
O nome de Lee Soo-man aparece ligado à oito empresas de Hong Kong. O caso dele foi coberto pela mídia local Newstapa, que faz parte do Consórcio. De acordo com os documentos, Lee teria oito empresas no país. A tática de obter negócios em outros países podem ter como fins o estabelecimento de empresas de fachada para lavagem de dinheiro ou ocultação de bens.
A SM Entertainment foi consultada sobre o caso e explicou que a denúncia foi feita de forma errônea. Em nota, a gravadora explicou: “As empresas em Hong Kong, que a reportagem sugeriu que tenham sido estabelecidas com ações ocultas de Lee Soo-man, foram fundadas na Coreia com as ações de Heejae Lee, pai do CEO Lee Soo-man“.
Após o falecimento de Heejae Lee, suas ações foram herdadas por sua esposa, Kyonghyon Lee, e depois doadas à JG Christian Charity Foundation em nome da sua esposa e de acordo com a vontade de seu dono. A SM ainda explica: “Lamentamos a notícia de que as empresas sediadas em Hong Kong tenham sido estabelecidas de forma ilegal, ilícita ou de maneira fora da lei para adquirir propriedades em solos estrangeiros e que o produtor-chefe Lee Soo-man estivesse por trás disso“.
Dentre as oito empresas ligadas a Lee, cinco – incluindo a Success Maker Investment e a já citada JG Christian Charity Foundation – teriam sido usadas para ocultar bens. De acordo com os documentos obtidos pelo Newstapa, o nome de Lee Soo-man aparece como proprietário beneficiário em muitas dessas empresas.
Este ano, a SM Entertainment foi obrigada a pagar 20.2 bilhões de wones (mais de R$ 93 milhões) após uma investigação do fisco sul-coreano após uma investigação feita sob suspeita atividades financeiras ilegais.
Fontes: (1), (2)
Imagem: reprodução
Não retirar sem os devidos créditos.