Nos últimos dias, a Coreia do Sul vem enfrentado uma onda crescente de casos de assassinatos de bebês. Um deles seguiu para a justiça nesta sexta (23) após o Tribunal Distrital de Suwon, cidade localizada a cerca de 30 quilômetros de Seul, ter expedido um mandado de prisão para uma sul-coreana que matou seus dois bebês.
A mulher está na faixa dos 30 anos e matou dois bebês: um menino nascido em 2018 e uma menina nascida em 2019. Os corpos foram mantidos dentro de um freezer em sua casa. A polícia já havia capturado a ré na quarta (21) e pediu um mandado de prisão por infanticídio na quinta (22).
A ré alega ter sufocado os bebês para evitar piorar ainda mais a situação da família, pois ela já tinha 3 filhos. O marido não soube da existência dos bebês porque ela mentiu dizendo que havia sofrido um aborto e ele disse ter acreditado. A polícia planeja fazer uma perícia nos celulares dos dois. As suspeitas começaram no início do mês quando as autoridades de Suwon enviou um relatório à polícia sobre bebês que não possuíam documentos de registro apesar do nascimento terem sido registrados.
Já na cidade de Ulsan, a polícia anunciou que está a procura do acusado de abandonar o corpo de um bebê em uma lata de lixo na quinta (22). O corpo foi encontrado por um funcionário de limpeza que imediatamente reportou o caso à polícia. Em Changwon, uma criança nascida em 2022 morreu de desnutrição cerca de 76 dias após o seu nascimento.
Em outro caso ocorrido na cidade de Hwasong, a 45 quilômetros da capital do país, as autoridades procuraram uma mãe de um bebê nascido em 2021 e também não registrado. A suspeita disse ter dado a criança à uma pessoa que conheceu pela internet, mas será investigada.
Autoridades buscam mudanças na lei
Os casos chocantes foram revelados em uma investigação feita pela Comissão de Auditoria e Inspeção. Atualmente, há 2.236 casos de nascimentos que foram registrados pelos hospitais entre 2015 e 2022 cujos bebês não foram registrados junto às autoridades para obter certidão.
A ONG Save the Children divulgou uma declaração afirmando que é necessário e urgente aplicar mudanças no atual sistema de registros. Uma das ideias seria a de lançar um sistema para tornar obrigatório que hospitais e maternidades informem às prefeituras sobre todos os bebês nascidos em suas dependências. O Ministro da Saúde e do Bem-estar Cho Kyu Hong disse que o Ministério se esforçará para fazer um lei para prevenir novos casos de infanticídio.
A atual lei sul-coreana diz que os pais têm no máximo um mês após o nascimento para registrar seus bebês. Caso o prazo não seja cumprido, os mesmos serão multados em 50 mil wones (pouco menos de R$ 185).
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Imagem: 123rf (reprodução via The Korea Herald)
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