Nesta quinta (14), a Promotoria do Distrito Central de Seul enviou equipes a dois escritórios e às casas de dois jornalistas sob suspeitas de fabricação de notícias falsas que visavam descreditar a campanha do Presidente Yoon Sul Yeol.
Os alvos foram escritórios da JTBC e do jornal Newstapa e as casas dos jornalistas Han Sang Jin e Bong Ji Wook. Os mandados de busca e apreensão foram liberados uma semana após a promotoria montar uma força-tarefa para averiguar tentativas de interferência na campanha presidencial de 2022.
Ao chegarem na redação do Newstapa, as autoridades foram impedidas de entrar no prédio por funcionários do jornal. O jornal, que também é conhecido como Centro Coreano de Jornalismo Investigativo, transmitiu toda a movimentação através de seu canal no YouTube. Somente após uma hora os promotores conseguiram adentrar o prédio.
Tudo começou em setembro de 2021, quando o jornalista Shin Hak Lim – conselheiro da Newstapa e ex-presidente da União Nacional dos Trabalhadores de Mídia – conduziu uma entrevista com Kim Man Bae, figura-chave por trás de um escândalo imobiliário apelidado “Daejang-dong”ocorrido da província de Gyeonggi.
O escândalo tomou proporções figantescas após o nome do Deputado Lee Jae Myung emergir junto com suspeitas de sua ligação com outras figuras envolvidas no caso. Lee foi concorrente direto com Yoon pela presidência e acabou perdendo por uma diferença mínima. Porém, a história de Han publicada dias antes da eleição sugeria que Yoon era o grande arquiteto do plano.
Além da suspeita de manipulação, ainda há acusações de transações financeiras por trás da notícia. Shin recebeu 165 milhões de wones (mais de R$ 605 mil) de Kim antes de entregar a entrevista para o Newstapa, mas ainda não há evidências de que a transação tenha ocorrido por causa da notícia em si.
Este mês, o Newstapa se desculpou pela transferência em questão, descrita como “antiética”. Porém, o jornal não admitiu que a notícia era falsa e afirma que o Partido do Poder Popular e as outras mídias estão unindo forças à presidência para fazer uma “caça às bruxas”.
O jornalista Bong Ji Wook, então reporter da JTBC, apresentou uma história sobre uma suposta tentativa de Yoon de encobrir seu envolvimento no Daejang-dong. O fato teria ocorrido em 2011 quando Yoon era promotor. A JTBC se desculpou pela matéria afirmando que Bong ignorou as palavras de um entrevistado de que não conhecia Yoon.
Bong negou as acusações e disse que o pedido de desculpas da JTBC foi feita sem o seu consentimento e sem chegar os fatos com ele. Pela lei sul-coreana, se condenados, Han e Bong podem ser punidos com até sete anos de prisão.
Fonte: (1)
Imagem: Yonhap
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