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“A Última Invocação”: terror japonês une luto e amor

O Halloween está chegando e com ele uma seleção de filmes surge, porém, nesta temporada sombria, os cinemas recebem, no dia 31 de outubro, a estreia de A Última Invocação, dirigido por Hideo Nakata, responsável pelo clássico filme de terror O Chamado e O Chamado 2 da franquia “Ring”. O longa é uma adaptação do romance homônimo de Shimizu Karmae, que vendeu mais de 100 mil cópias no Japão e conquistou o prêmio do 4th Hon no Sanagi Awards.

O filme conta a história de Naoto Ihara (Daiki Shigeoka), que leva uma vida tranquila ao lado de sua esposa Miyuki e do filho Haruto (Minato Shogaki). Porém, sua felicidade é abruptamente interrompida quando Miyuki morre em um trágico acidente. Em uma tentativa desesperada de trazer a mãe de volta, Haruto enterra um dedo dela no jardim e começa a rezar diariamente, na tentativa de fazê-la retornar. Quando são visitados por Hiroko Kurasawa (Kanna Hashimoto), uma ex-colega de Naoto, o que parecia ser um gesto de compaixão se transforma em um pesadelo, já que Hiroko presencia Haruto gritando palavras estranhas no quintal, desencadeando uma série de eventos sombrios e perturbadores.

Exploração do luto e da culpa

Em A Última Invocação, a morte de Miyuki deixa Naoto desolado e Haruto em estado de negação, fazendo com que o diretor explore temas como luto e culpa no decorrer das cenas. Todos parecem esconder algum segredo ou ressentimento, sendo perceptível pelas expressões dos personagens, que, mesmo sutis, transmitem a intensidade do assunto. 

Esse desenvolvimento emocional e o uso de imagens sombrias e inquietantes transformam o longa em uma obra que examina o terror psicológico, sendo capaz de simbolizar sentimentos profundos, como o desejo de consertar o passado e o medo de encarar o que não pode ser mudado, resultando na busca por algo sobrenatural.

O suspense de Hideo Nakata

O suspense que o diretor Hideo Nakata cria em seus filmes prende a atenção do espectador, que precisa acompanhar cada detalhe para não perder nenhuma etapa de desenvolvimento. O uso intenso da paleta de cores frias intensifica a tristeza e o medo dos personagens, criando uma atmosfera que faz o público se sentir envolvido pelo terror psicológico.

Além do uso de cores frias, outros elementos recorrentes na direção de Hideo ajudam a criar essa tensão. A ambientação em locais vazios acentua a sensação de estupor e medo, transportando o público para dentro desse horror emocional. O silêncio prolongado ou sons isolados, como toque de celular ou estática, reforçam a sensação de desconforto e suspense, como o uso do chiado de televisão visto em O Chamado, que evoca uma sensação de perigo iminente.

A exploração de traumas e emocionalidade profunda criam um ambiente íntimo e aproxima o público, sendo um dos pontos fortes do diretor. Em vez de recorrer ao uso frequente de “jump scares” (sustos repentinos), ele constrói e aguça o medo com uma tensão psicológica que reflete profundamente no espectador.

Ficha Técnica

Título: A Última Invocação (Kinjirareta asobi)
Diretor: Hideo Nakata
Roteirista: Noriaki Sugihara
Gênero: Terror, Suspense
Elenco: Kanna Hashimoto, Daiki Shigeoka, Megumi, Hotta Mayu, Kura Yuki e Izuka Kenta

Imagens: Sato Company
Não retirar sem os devidos créditos.

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  • Raquel Athaide

    Estudante de jornalismo e apaixonada por escrever sobre cultura, música e entretenimento.

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