Conheça 5 pratos tão conhecidos no país que até aparecem em K-dramas e programas de variedade
A culinária de cada lugar é definida por vários fatores. Desde as características do clima e plantas que são encontradas no lugar, até a história daquela terra, da população e da chegada de pessoas de outras culturas. Por exemplo, o Brasil tem muita influência portuguesa, africana e nativo-americana em comidas como bacalhoada, pirão e vatapá.
Na Coreia do Sul é a mesma coisa. Conhecendo melhor alguns pratos tradicionais e populares do país, você consegue descobrir um pouco mais do povo e da cultura do lugar. E aqui na KoreaIN separamos 5 comidas da Coreia do Sul que são bastante famosas nos filmes, K-dramas e no dia a dia dos sul-coreanos.
Jokbal

Jokbal é um prato feito do pé do porco, marinado no molho de soja e outras especiarias. E o modo de preparo não é tão simples assim. Para começar, o pé de porco é limpo e cozido sozinho. Depois passa por um novo cozimento de mais ou menos 2 horas, dessa vez dentro de uma bolsinha com maçã, jujuba (uma fruta asiática), alho, gengibre e outros temperos.
Por último, a carne é separada do osso e servida com molho, geralmente de camarão. Um jeito popular de comer é fazendo uma trouxinha de vegetais, chamada de ssam. Os sul-coreanos consideram o Jokbal um prato tipo petisquinho de rolê, um acompanhamento para bebidas alcoólicas como soju, makgeolli e cerveja.
História do Jokbal
Foi criado no período pós-guerra da Coreia, quando a situação econômica não era muito boa e a comida escassa. Usar esse pedaço do animal era comum no país, mas a receita deste jeito, como é feita hoje, é creditada a uma refugiada norte-coreana no distrito de Jangchung-dong em Seul.
Pajeon

É uma panqueca coreana salgada muito antiga, feita de trigo, ovo, água e misturada com cebolinha, frutos do mar e kimchi. A textura é bem crocante e costuma ser servida com um molho à base de soja.
História do Pajeon
E para você ter uma ideia de quão antiga ela é, a receita atual consegue ser encontrada em registros históricos do período Joseon, de 1392 a 1897, ligada à região Sudoeste do país. Desde o início é um prato da classe trabalhadora, barato de se fazer e que aproveita restos de ingredientes usados em outras refeições.
Na época, provavelmente colocavam o trigo local, o sarraceno, por ser mais acessível. Hoje em dia é popular em todo o território sul-coreano, e ganhou adaptações conforme foi se espalhando. É uma comida bem melancólica, associada à vida rural, consumida em dias chuvosos com Makgeolli, uma bebida alcoólica caseira.
Budae-jjigae

Budae-jjigae é uma fusão entre a comida sul-coreana e a estadunidense. E tem como perceber pelos ingredientes usados. É feito de caldo de frango ou de rabanete branco, com tofu, cogumelo, kimchi, garaettok, aquele bolinho de arroz popular no tteokbokki, macarrão do tipo lámen e batata doce. Mas inclui salsicha frankfurt e SPAM, alimentos comuns nos Estados Unidos. E o modo de preparo é bem fácil! Você só precisa colocar os alimentos numa panela e cozinhar até o ponto desejado, levando mais ou menos 10 minutos.
História do Budae-jjigae
Esta mistura foi criada após a Guerra da Coreia, que aconteceu de 1950 a 1953, quando tropas estadunidenses ficaram estacionadas nos arredores de Seul, principalmente em Uijeongbu. Por causa disso, o prato também é chamado de “ensopado de exército”.
Bibim-guksu

Este é um prato de macarrão gelado picante, feito com macarrão Somyeon, bem fino e feito de trigo, alho, pepino, semente de gergelim, açúcar, óleo de gergelim, kimchi, gochujang e ovo. E é outra receita fácil de fazer.
Enquanto você coloca o macarrão para cozinhar, é só misturar o alho, a semente de gergelim, o açúcar, o óleo de gergelim, o kimchi e o gochujang numa bacia. Depois, é importante colocar o macarrão para escorrer em água corrente até esfriar e deixar de ficar grudento. Por último, é só colocar a mistura de temperos e o macarrão juntos e adicionar pepino picado e ovo cozinho por cima.
História do Bibim-guksu
O Bibim-guksu é um prato que aparece na história da Coreia desde o período Joseon, mas não era uma comida das massas. O trigo comum era um produto importado da China, com um custo elevado. E mesmo usando o trigo sarraceno, uma variedade cultivada no país, pratos com macarrão eram considerados especiais, aquelas comidas que só são feitas em épocas especiais.
Essa realidade só começou a mudar durante o período colonial, no início do século 20, quando a gramínea passou a ser cultivada em solo coreano. E depois, quando os Estados Unidos enviou cerca de 114 mil toneladas de grãos ao país após a Guerra da Coreia, o macarrão e outros produtos feitos de trigo passaram a ser comida do dia a dia, e não um artigo de luxo.
Hotteok

O Hotteok é outra receita de panqueca, mas ao contrário do Pajeon, é doce. E é um dos pratos favoritos dos sul-coreanos no inverno. É feita com farinha de trigo, sal, açúcar, leite ou água e fermento. Geralmente é recheada com açúcar marrom, canela e nozes, mas também tem gente que coloca queijo, vegetais e outras misturinhas.
Enquanto a panqueca tradicional costuma ter uma consistência meio líquida, a massa do Hotteok parece mais a de um pão mesmo, bem consistente. Por isso é fácil abrir para rechear. Depois de passar pela frigideira o recheio fica bem molinho. Uma surpresa muito agradável.
História do Hotteok
O Hotteok não tem uma história tão antiga no país, principalmente porque não é originário da Coreia do Sul. A receita de panqueca doce chegou lá no início do século 20, com a chegada de imigrantes chineses no território.
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Imagens: HD5, Wonho Frank Lee, Judy Joo, Greg Dupree, Matt Hunziker, Vecteezy
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