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Saiba mais sobre a indústria dos minidramas que conquistaram o público brasileiro

Histórias dramáticas complexas contadas em episódios de poucos minutos em vídeos verticais para redes sociais. Talvez você já tenha até se deparado com este tipo de vídeo e quem sabe seja uma das pessoas que ficam vidradas nessas séries pelo celular. Estes são os minidramas, menores em praticamente tudo em relação aos dramas televisivos tradicionais, exceto no sucesso e no lucro.

Apesar de parecer que surgiram do nada, os minidramas se tornaram uma indústria milionária com público e obras de diferentes partes do mundo, inclusive do Brasil. Descubra mais sobre o que são esses dramas que bombaram nas redes sociais, como surgiram e como conquistaram o público brasileiro.

O que são os minidramas?

De forma simples, os minidramas são o que o nome bem diz: dramas em tamanho “miniatura”. Mas não é a mesma coisa que uma minissérie, por exemplo, que tem menos episódios ou episódios de meia hora em vez de 1 ou 2 horas simplesmente. São histórias ainda mais curtas e com um formato diferenciado para se adaptar a um público e uma plataforma específica: as redes sociais.

Tipicamente os minidramas são histórias rápidas contadas em episódios curtos, muitas vezes com 1 minuto, e, quando passam disso, raramente chegam aos 5 minutos. A quantidade de episódios pode variar e ter até histórias mais curtas, de 10 episódios, mas muitas vezes pode superar até dramas e novelas e chegar a ter 90 capítulos. Mas, por causa dos episódios curtos, a história toda costuma caber facilmente dentro de um filme de pouco mais de 2 horas. Estes programas também têm outra característica importante: são filmados e exibidos em vídeos verticais.

Esta fórmula foi criada especificamente para os minidramas poderem ser exibidos nos aplicativos de vídeos como YouTube, TikTok e Kwai. Nessas plataformas, os usuários esperam vídeos curtos e precisam ser fisgados nos primeiros segundos e ainda continuarem interessados o tempo inteiro para assistirem até o fim e buscarem novos episódios em vez de só “rolar para cima”.

Por causa disso, as histórias são repletas de dramas clássicos, os personagens são relativamente simples, as cenas são curtas e os diálogos são rápidos. As tramas pulam enrolações dramáticas e entregam plot twist atrás de plot twist, tudo isso ainda mantendo uma história coesa que faz com que o público queira saber mais.

É um conteúdo que aproveitou os pontos fortes dos dramas e novelas e os extrapolou para as redes sociais e, desta forma, conseguiu conquistar uma popularidade gigantesca e um público cativo.

Como os minidramas surgiram

A indústria dos minidramas surgiu em um dos gigantes do audiovisual deste gênero, a China. Este formato surgiu pensando primeiro no público local de não apenas jovens que consomem redes sociais, mas também de trabalhadores em rotinas corridas que não têm tempo para consumir obras longas de uma só vez. O conteúdo fragmentado em pequenas doses se tornou perfeito para ver no transporte para o trabalho ou em um descanso rápido em casa.

No país de origem, os minidramas são exibidos em plataformas como Douyin e Kuaishou. Os primeiros capítulos são gratuitos, mas depois é necessário pagar para assistir na íntegra, um sistema que é uma mistura de plataformas de streaming e de webtoons e novels on-line pagas.

Por causa deste formato, a indústria de minidramas chineses cresceu exponencialmente desde seu surgimento em 2018, juntamente ao crescimento do Douyin e do TikTok. Só em 2023, na China, o lucro chegou ao equivalente a 30 bilhões de reais, superando as grandes bilheterias do cinema. É estimado que metade da população chinesa com acesso à internet consuma minidramas hoje em dia.

Para produzir ainda mais conteúdo e poder alimentar os mais de 5 mil minidramas que são lançados por ano, algumas das produtoras têm apostado em inteligência artificial para criar novas histórias e escrever os roteiros seguindo tropos e clichês que funcionam com o público.

Outras produtoras têm apostado no público internacional para expandir o negócio. Inicialmente pensaram no mercado do leste asiático, mas desde o ano passado passaram a filmar histórias nos Estados Unidos para o mercado ocidental. Foi assim que surgiram novas plataformas como ReelShort, DramaBox, ShortMax e muitas outras, tanto pelas parcerias como por empresas rivais buscando um pedaço desse novo tesouro do audiovisual.

A febre os minidramas brasileiros

Dá para dizer que o Brasil foi moldado através nas novelas na TV. Não é à toa que os dramas coreanos fazem cada vez mais sucesso com públicos antes impensáveis aqui no Brasil. É esse mesmo público, só que com mais costume de acessar as redes sociais, que também se apaixonou pelos minidramas.

Se canais exibindo trechos de novelas, filmes e séries já faziam sucesso por aqui, os minidramas com histórias completas em um tempo bem mais curto também ganharam força. Muitas vezes, perfis não oficiais em plataformas como o Kwai disponibilizam as histórias nas redes sociais com legenda em português, nomes de personagens adaptados para ocidentais (abrasileirados ou americanizados) e um título chamativo em cima do título que resume o ponto dramático do episódio.

Mas a própria indústria de minidramas também reconheceu o mercado brasileiro e algumas das plataformas estrangeiras incluem legenda e dublagem em português nos seus dramas. Todos com o mesmo sistema de assistir o início gratuitamente para então pagar pelo restante.

Só que o Brasil também é bom de fazer novela, e não poderia ficar de fora com as suas próprias produções. Ainda que muitas vezes sejam amadoras, as histórias feitas por brasileiros para as redes sociais também têm seu público noveleiro cativo. As obras nacionais por vezes trazem histórias adaptadas de dramas asiáticos para a realidade brasileira, mas também há casos com histórias originais bem ao nosso estilo.

No final, não importa se é no Brasil ou na China, os minidramas se tornaram uma nova forma de produzir e consumir séries e novelas que seguem a nova rotina do mundo. É drama de sobra para quem quiser, em doses homeopáticas que cabem literalmente no bolso.

Por Paula Bastos Araripe
Fonte: (1), (2), (3), (4)
Imagens: Freepik
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  • Paula Bastos Araripe

    Jornalista carioca que tem o k-pop como trilha sonora da vida. Multistan incorrigível, defensora de grupos (injustamente) desconhecidos e nostálgica da segunda geração do k-pop. Highlight (Beast) tem certificado vitalício como meu grupo ultimate.

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