O Ministério da Saúde e Bem-Estar Social da Coreia do Sul publicou os resultados da Pesquisa sobre a Situação da População em Situação de Rua de 2024, uma revisão abrangente de âmbito nacional que também inclui moradores de jjokbang, casas divididas em pequenos cômodos para acomodar mais pessoas. Este ano marca a terceira edição da pesquisa, cujas edições anteriores ocorreram em 2016 e 2021.
A pesquisa, realizada de maio a julho do ano passado, identificou um total de 12.725 indivíduos como moradores de rua, em abrigos ou em jjokbang — uma queda de 11,6%, ou 1.679 pessoas, em relação a 2021.
Por tipo de residência, o maior grupo — 6.659 indivíduos (52,3%) — vivia em abrigos, como instituições de autossuficiência, reabilitação ou cuidados. Os moradores de Jjokbang somavam 4.717 (37,1%) e 1.349 (10,6%) pessoas estavam em situação de rua.
Regionalmente, 52,1% (6.636 pessoas) estavam localizadas na região metropolitana de Seul. Entre a população em situação de rua, 75,7% (1.022) moravam em Seul, Incheon ou Gyeonggi. Isso representou um aumento de 1,2 ponto percentual em relação aos 74,5% registrados em 2021.
A perda do emprego foi o principal motivo para a falta de moradia, citado por 35,8% dos entrevistados em situação de rua. Outros motivos incluíram divórcio ou desintegração familiar (12,6%) e falência empresarial (11,2%). A proporção de pessoas que citaram a dissolução familiar aumentou 3,7 pontos percentuais em relação à pesquisa anterior.
Quando questionados sobre o motivo de não utilizarem abrigos públicos ou instalações de assistência social, 36,8% responderam que sentiam desconforto com a convivência e as regras. Outros motivos incluíram a sensação de confinamento em ambientes fechados (16,6%), a falta de informação sobre as instalações (14,2%) e os conflitos com outros moradores (11,5%).
A taxa de desemprego entre pessoas em situação de rua permaneceu alta em 75,3%, semelhante aos 75,7% de 2021. Dos desempregados, 56,9% disseram que não conseguiam trabalhar.
A renda média mensal no último ano foi de 794.000 wons (R$ 3.172,92) para moradores de rua e 505.000 wons (R$2.018,04) para aqueles em abrigos. A principal fonte de renda foi a assistência pública — incluindo auxílio-moradia e pensões —, que representou 47,8%, seguida por programas de obras públicas, como projetos de autossuficiência, com 37,6%.
Apenas 40,3% dos entrevistados sem-teto classificaram sua saúde como boa ou muito boa, abaixo dos 44,4% em 2021. No entanto, a proporção daqueles que disseram que “suportam doenças sem ir ao hospital” caiu de 9,6% para 6,5%, sugerindo melhor acesso a cuidados médicos.
Os serviços de assistência social mais úteis, segundo os entrevistados, foram refeições gratuitas (23,8%), apoio à subsistência no âmbito do Programa de Segurança Básica de Subsistência (BSM) (16,6%) e acesso a instalações de assistência social (14,8%). A assistência mais urgentemente necessária foi o apoio à renda (41,7%), seguido pelo apoio à moradia (20,8%) e assistência médica (14,4%).
O consumo de álcool foi relatado por 25,8% dos entrevistados, mas o consumo problemático de álcool associado à dependência foi identificado em 23,7% dos entrevistados, uma queda de 7,9 pontos percentuais em relação a 2021.
A duração média da situação de rua foi de 51,4 meses.
O ministério planeja usar essas descobertas para desenvolver um terceiro Plano Nacional de Bem-Estar e Apoio à Autossuficiência para Pessoas em Situação de Rua, com vigência prevista para 2026 a 2030.
Fonte: (1), (2)
Imagem: Joongang Sunday
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