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Máscaras tradicionais coreanas
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Saiba mais sobre as máscaras tradicionais coreanas

Hoje, as máscaras tradicionais coreanas são vistas em museus e apresentações de dança, mas sua história começou longe dos palcos. Por séculos, elas foram a peça central de rituais xamânicos para proteger vilas de energias negativas, garantir boas colheitas e guiar os mortos em cerimônias fúnebres, até que foram parar nas praças públicas com a criação do Talchum, a dança de máscaras tradicional da Coreia.

Ali, o propósito das máscaras tradicionais coreanas mudou: além de entreter, tornou-se uma ferramenta para o povo satirizar figuras de poder sem revelar sua identidade. Essa transição do “sagrado” para o popular deu origem a novos tipos de máscaras e práticas culturais. Conheça um pouco mais sobre elas.

Máscaras tradicionais coreanas

As máscaras tradicionais coreanas

Em coreano, tal (탈) pode se referir a máscaras ou ganhar uma conotação negativa para falar sobre doenças ou infortúnios. Isto não é à toa: linguistas teorizam que a palavra “máscara” se tornou tal em coreano justamente por seu papel de prevenir ou expulsar o infortúnio na Coreia antiga.

Naquela época, acreditava-se que máscaras assustadoras eram capazes de afastar os espíritos malignos, que vinham para a Terra trazer doenças às pessoas. Assim, as máscaras tradicionais coreanas faziam parte de rituais de exorcismo, funerais e cerimônias para garantir o bem-estar de uma vila. Elas também podiam ser encontradas em cerimônias na corte real e até em festivais populares como um elemento central do talchum, a dança tradicional de máscaras praticada na península coreana.


Para que servem as máscaras coreanas?

Ao longo da história, as máscaras tradicionais coreanas foram usadas em funerais, cerimônias de cura, peças satíricas e até mesmo para o puro entretenimento. Elemento importante da cultura coreana, elas eram inicialmente usadas em rituais de exorcismos ou cerimônias religiosas, até se popularizarem e dominarem a arte dramática com as máscaras teatrais, presentes em danças e peças.

Máscaras de rituais

No começo, as máscaras coreanas tinham uma função principalmente religiosa. Elas eram consideradas um elo de comunicação com o mundo espiritual, usadas em rituais xamânicos, purificação de vilas, cerimônias para garantir boas colheitas e rituais funerários para guiar e proteger a alma no pós-vida.

Quem as utilizavam eram geralmente xamãs ou líderes de rituais para incorporar divindades ou para afastar energias negativas. Diferente das máscaras teatrais, as de rituais eram tratadas como objetos sagrados, sendo guardadas em santuários ou locais especiais após o uso.

Os coreanos acreditavam que as feições assustadoras das máscaras ajudavam a espantar espíritos malignos que traziam doenças, má sorte ou que poderiam perturbar a paz dos mortos. A aparência da máscara também mudava conforme o seu propósito: por exemplo, a máscara Bangsangssi, uma das mais antigas, tinha quatro olhos para vigiar todas as direções ao proteger o caixão de um nobre contra demônios durante o cortejo fúnebre. Já a máscara de Cheoyong tem uma expressão tida como “gentil” e sorridente e costuma ser usada em um ritual de dança para afastar doenças e maus espíritos.

Máscaras de artes

Com o tempo, o uso de máscaras na Coreia parou de ser algo limitado aos rituais e passou a fazer parte da arte dramática coreana, especialmente em apresentações de Talchum, a tradicional dança de máscaras. Essas apresentações aconteciam em espaços abertos, como praças de mercado e pátios de vilas, e eram organizadas por atores, muitas vezes de trupes itinerantes ou membros da própria comunidade.

As máscaras eram usadas tanto para entreter quanto para criticar, com feições exageradas que acentuavam o caráter cômico, trágico ou satírico do personagem. Elas permitiam que os atores, geralmente de classes mais baixas, representassem e satirizassem figuras de poder, como aristocratas, monges corruptos e funcionários do governo. Aqui, a máscara garantia o anonimato e a liberdade de expressão.

Lei também: Conheça Talchum, arte performática coreana com dança, música e teatro

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Imagens: Mers e Yonghokim 

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