Nesta quinta-feira (2 de outubro) estreia nos cinemas brasileiros Crônicas de Exorcismo: O Início, animação sul-coreana distribuída pela Cinecolor Films. Inspirado em “Toemarok” (Diário de Exorcismo), um dos maiores sucessos editoriais da Coreia do Sul, o filme dá início a uma nova saga que mistura ação, mistério e fantasia sombria.
A história acompanha o Padre Park, um médico que deixou a profissão para seguir a fé, mas acabou expulso da igreja depois de enfrentar forças sobrenaturais que ninguém queria admitir. Quando um antigo amigo pede ajuda, ele volta para esse mundo perigoso com a missão de proteger um garoto com poderes especiais, perseguido por seu próprio mestre tomado pelas trevas.
O visual é um dos pontos fortes: a animação é muito bem-feita e cria cenas que prendem a atenção. É um filme gostoso de assistir e que entrega bastante emoção nas batalhas.
Por outro lado, a narrativa corre rápido demais. Muitos personagens aparecem, têm um momento importante e logo somem, sem grandes explicações de seu passado e o que os levou até lá. Até mesmo a história do padre, que carrega uma culpa ligada à morte de uma garotinha, poderia ter sido mais explorada para dar mais profundidade ao protagonista.
Ainda assim, o longa planta sementes interessantes para o futuro da saga. Os ganchos deixados despertam curiosidade para as próximas produções, mostrando que há muito espaço para o desenvolvimento desta jornada. O contraste entre o xamanismo e o cristianismo na Coreia do Sul também se destaca como um dos diferenciais mais legais do filme, trazendo uma reflexão pouco vista em obras do gênero.
Mais do que apenas batalhas contra demônios, Crônicas de Exorcismo: O Início fala sobre espiritualidade e sobre os verdadeiros fantasmas que habitam dentro de nós: sentimentos de culpa, medo e dor que, independentemente da religião, precisam ser enfrentados. A produção abre um debate sobre como a fé, em diferentes formas, pode servir como força para resistir e transformar nossas lutas em algo maior.
Este primeiro filme de fato abre caminho para um universo cheio de possibilidades. É uma produção que mistura boa ação, reflexão sobre fé e um visual marcante, deixando claro que ainda há muito a ser contado nesta saga. Vale a pena conferir.
Imagens: Cinecolor Films
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