[AVISO DE GATILHO] O texto a seguir contém termos sensíveis que podem servir de gatilho. Recomendamos cautela ao prosseguir a leitura.
A unidade de crimes cibernéticos da Polícia Metropolitana de Seul informou na quarta (31 de agosto) que aumentou a equipe de investigadores e nomeou uma força-tarefa para investigar um novo esquema parecido com o “Nth Room” e o “Baksa Room”, crimes que chocaram o país e o mundo há dois anos.
Nesses crimes, criminosos chantageavam as vítimas para que enviassem vídeos sexualmente explícitos e depois ganhavam dinheiro com a venda e distribuição dos conteúdos, feitas através do Telegram.
Com a repercussão dos casos, principalmente o do “Nth Room”, o governo sul-coreano aprovou uma série de leis cujo conjunto foi apelidado de “Anti-Nth Room” para evitar que crimes semelhantes se repetissem. Porém, o Telegram não está sujeito à nova legislação.
As leis do “Anti-Nth Room” foram votadas pela Assembleia Nacional em 29 de abril de 2020 e 20 de maio de 2021 e entraram em vigor desde 10 de dezembro de 2021. Dentre as novas legislações estão o endurecimento das punições dos condenados por crimes sexuais bem como uma cláusula que obriga os provedores de internet a evitar que seus sistemas sejam usados como canais para a distribuição de conteúdos ilegais.
Porém, por ser um aplicativo estrangeiro com servidores fora da Coreia do Sul, o Telegram não está sujeito à nova legislação. Além disso, a lei só vale para espaços on-line abertos e o aplicativo russo oferece chats privados que também fogem das especificações.
Sendo assim, a única forma de investigar o conteúdo compartilhado no Telegram é se algum membro dos grupos privados fizer uma denúncia à polícia. Até o momento, o aplicativo não cooperou com nenhuma investigação.
Desde maio, a Agência Nacional de Polícia estuda medidas para combater a contínua onda de crimes sexuais. Algumas delas incluem revisão a legalização de novas técnicas de investigação, como invasão aos aparelhos dos suspeitos e busca de traços de crimes.
Medidas assim se tornam mais urgente porque, recentemente, traços de crimes semelhantes aos de dois anos atrás voltaram a ser identificados. O portal Seoul Economic Daily reportou nesta sexta (02) que um bate-papo de compartilhamento de conteúdos ilegais foi encontrado no Discord. Segundo especulações, as novas vítimas incluem não apenas adolescentes, como também garotas mais novas que as vítimas do “Nth Room” e do “Baska Room”.
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Fonte: (1)
Imagem: 123RF via The Korea Herald
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