Na terça (22), o governo japonês anunciou que começaria a esvaziar os tanques inundados da usina nuclear de Fukushima, liberando no oceano a água armazenada desde que os geradores do local foram danificados pelo terremoto e tsunami em 2011. O plano foi posto em ação na tarde desta quinta (24) e os países vizinhos já se posicionaram contra a medida.
O governo chinês suspendeu imediatamente a importação de produtos de origem marinha, como frutos do mar, vindas do Japão. Já na Coreia do Sul, a embaixada japonesa em Seul foi alvo de um protesto que acabou com 16 pessoas presas. Todos eram estudantes universitários que tentaram invadir o prédio governamental.
Na política, deputados da oposição condenaram o posicionamento do Presidente Yoon Suk Yeol sobre a questão. O Deputado Lee Jae Myung, líder do Partido Democrático da Coreia, declarou durante uma reunião de emergência que o presidente poderá ser responsabilizado pela destruição dos mares sul-coreanos tanto quanto o Japão.
Segundo ele: “A administração de Yoon agiu como um porta-voz para o Japão, mesmo eles poluindo nossas águas com resíduos radioativos. Nosso partido não deixará de lutar contra os atos imprudentes de destruição ambiental do Japão“.
O partido também está organizando uma marcha marcada para ocorrer na sexta (25) que sairá da praça Gwanghwamun e irá até o prédio presidencial na sexta (25). No sábado (26), um novo protesto será feito na capital Seul.
O que aconteceu em Fukushima
Em 2011, um terremoto de 9.1 graus na escala Richter seguido de um tsunami causou grande destruição no território do Japão. Uma das instalações afetadas foi a usina nuclear de Fukushima, que teve vários reatores derretidos após o abalo sísmico.
Para evitar maiores desastres, os funcionários da usina encheram os reatores com água. Porém, o alto nível de radiação no local fez com que a água rapidamente se tornasse contaminada. Agora, mais de 12 anos depois, 350 milhões de galões de água contaminada estão armazenadas e a capacidade chegou ao limite.
Diante da situação, parte dessa água terá que ser liberada no oceano. Para isso, o governo japonês vem trabalhando em um complexo plano de filtragem para eliminar as partículas de radiação da água. O sistema conseguiu eliminar partículas de Césio-137 e Estrôncio-90, considerados os mais perigosos. Porém, o sistema não é capaz de filtrar as partículas de Trítio presentes na água.
Como não é possível eliminar completamente a contaminação do Trítio, o governo japonês planeja ao menos diminuir a quantidade da substância tornando a água segura para ser liberada no oceano. Como o processo está sendo feito de forma lenta, poderá levar décadas até que todos os tanques sejam esvaziados.
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Imagem: Yonhap
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