Na sexta (24), o Tribunal Central de Seul condenou a influenciadora Cho Min a pagar uma multa de 10 milhões de wones (mais de R$ 36 mil) por fraude acadêmica. A ré é filha de Cho Kuk, que ocupou o cargo de Ministro da Justiça durante o governo de Moon Jae In.
Cho foi condenada por obstrução de justiça e por falsificar documentos que permitiram que fosse aprovada no curso de Medicina da Universidade Nacional de Pusan. A Promotoria havia pedido um ano de prisão e três anos de liberdade condicional para a ré.
Na sentença, o Tribunal informou: “Reconhecemos a ré como culpada em todas as acusações. A série de crimes de fraude feitos por Cho podem causar uma grande frustração ao público e aos estudantes que trabalham duro por muito tempo por uma competição justa. Embora Cho estivesse ciente das informações falsas em sua inscrição para o curso de Medicina, ela não estava envolvida no processo de falsificação, e levamos em consideração que ela não tem histórico criminal“.
O julgamento que finalmente foi encerrado é referente ao caso ocorrido em 10 de junho de 2014. Cho foi indiciada sem prisão por interferir no processo seletivo do curso de Medicina da Universidade Nacional de Pusan com uma carta de recomendação falsa assinada pelo presidente da Universidade Dongyang. Chung Kyung Shim, mãe de Cho que também participou do crime, havia sido condenada a quatro anos de prisão, mas foi libertada em outubro do ano passado após cumprir um terço da pena e está atualmente em liberdade condicional.
A fraude demorou tanto para ser descoberta que Cho Min não apenas foi aprovada como concluiu o curso de Medicina. Após seu indiciamento, a Universidade Nacional de Pusan revogou sua aprovação em 2022 e anulou toda a sua graduação. Cho agora atua como influenciadora digital e possui um canal no YouTube.
A família também é acusada da submeter documentos ao curso de Medicina da Universidade Nacional de Seul com informações falsas e uma carta de recomendação forjada com assinatura de um diretor da Faculdade de Direito da Universidade Nacional de Seul em junho de 2013.
Um ex-professor que foi cúmplice do processo também foi considerado culpado pela Suprema Corte. Cho Kuk — pai de Cho Min e ex-Ministro da Justiça — também foi considerado culpado, mas apelou da sentença e o caso segue na justiça.
Em fevereiro de 2022, o ex-Ministro também foi considerado culpado pelo mesmo tribunal por abuso de poder para fazer com que seus filhos fossem aceitos em universidades de prestígio. Além dos documentos falsos, Cho Kuk chegou a fazer um teste on-line no lugar de seu filho, que atualmente estuda na Universidade George Washington.
Atitudes como a do ex-Ministro e de outros poderosos levantaram discussões sobre a chamada “Cultura dos Falsos Gênios” na Coreia do Sul.
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Fonte: (1), (2)
Imagem: Yonhap
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