Na última segunda-feira (21), a Divisão de Investigação Cibernética da Agência Policial Provincial de Gyeonggi Bukbu anunciou que um estudante universitário, na faixa dos 20 anos, que supostamente criou e distribuiu pelo Telegram mais de 700 arquivos de pornografia deepfake de colegas de ensino médio e faculdade foi preso e entregue à promotoria sob acusações de violar a Lei de Casos Especiais Relativos à Punição de Crimes Sexuais. De acordo com a Agência Nacional de Polícia da Coreia, só neste ano a polícia prendeu 474 pessoas conectadas a crimes sexuais deepfake.
O universitário supostamente usou fotos das redes sociais de colegas de classe e conhecidos de sua escola e faculdade para criar conteúdo pornográfico deepfake, que ele posteriormente distribuiu em um canal do Telegram. Ele também é acusado de enviar pornografia fabricada para as vítimas, ameaçando distribuir o conteúdo se elas não cumprissem com suas exigências.
Segundo a polícia, o universitário era membro de um canal de “humilhação” do Telegram, onde fazia e distribuía pornografia falsa usando fotos de conhecidas ou celebridades desde março de 2020. Em 2023, ele criou e passou a administrar seu próprio canal no Telegram, que leva o nome da região onde mora. Para participar do canal, os usuários precisavam enviar fotos, informações pessoais ou vídeos deepfake completos de conhecidas. Estima-se que o canal tenha atingido mais de 100 participantes ativos.
Esses indivíduos enviaram os vídeos para os números de telefone ou endereços de e-mail das vítimas, ameaçando-as a “fazer o que [nós] dizemos se vocês não querem que isso se espalhe para outras pessoas”, enquanto também exigiam mais fotos pessoais das vítimas.
Durante uma batida na residência do universitário, a polícia conseguiu conversas da sala de bate-papo de humilhação do Telegram e confirmou que ele havia produzido mais de 700 vídeos deepfake de colegas de ensino médio e faculdade.
Ele também teria posse de cerca de 15.000 vídeos ilegais, incluindo vídeos deepfake de idols femininos do K-pop e personalidades conhecidas da internet e material de exploração sexual infantil. A investigação policial em andamento revelou que ele é um estudante universitário que mora no norte de Gyeonggi e frequenta uma universidade em Seul.
A polícia solicitou a exclusão urgente dos vídeos relacionados por meio da cooperação oficial com as agências relevantes. Outros participantes do canal de humilhação do Telegram criado pelo universitário também serão investigados.
A Agência Policial Provincial de Gyeonggi Bukbu disse que “para aliviar a preocupação pública, estamos conduzindo uma repressão especial aos crimes sexuais deepfake até março do ano que vem” e “tomaremos medidas rigorosas não apenas contra aqueles que produzem e distribuem vídeos deepfake, mas também contra aqueles que possuem, compram, armazenam ou visualizam tal conteúdo, de acordo com as recentes emendas legais”.
Segundo a Agência Nacional de Polícia da Coreia, a polícia recebeu 921 denúncias relacionadas a crimes sexuais deepfake entre janeiro e 14 de outubro de 2024, e prendeu 474 suspeitos durante este período.
Mais da metade dos relatórios, ou 476 casos, foram registrados depois que a polícia lançou uma repressão intensiva a esses crimes no final de agosto, quando o assunto virou manchete nacional após uma série de casos semelhantes no Telegram.
Dos suspeitos apreendidos, 381 (80,4%) eram adolescentes. Menores de 10 a 14 anos, que são isentos de responsabilidade criminal, somaram 71 (15%) pessoas.
Aqueles na faixa dos 20 anos representaram 15,8%, ou 75 pessoas, seguidos por 13 na faixa dos 30 anos, dois na faixa dos 40 anos e três com 50 anos ou mais.
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Imagem: Yonhap
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