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Justiça

Morte trágica de Sargento das Forças Aéreas vítima de abuso sexual choca sociedade coreana

[AVISO DE GATILHO] O texto a seguir contém termos e relatos que podem causar gatilhos. Recomendamos cautela ao prosseguir a leitura.



Uma sargento das Forças Aéreas sul-coreanas – mencionada como Sargento A para preservar a identidade da vítima – foi encontrada morta em sua casa, localizada dentro da base aérea, no dia 22 de maio. A vítima gravou o vídeo de sua morte em seu celular e o caso foi fechado como suicídio. Dias após, os principais portais de notícias relataram que Sargento A havia sido molestada por um superior e o caso estava sendo encoberto pelas autoridades das forças armadas.

O caso ocorreu três meses atrás e o acusado é o Sargento Jang. Em entrevista, a tia da Sargento A contou que Jang ordenou que sua sobrinha fosse para uma festa na base, organizada apesar de uma proibição de consumo de álcool devido ao coronavírus. Quando a festa acabou, Sargento A foi para o seu carro, onde foi molestada por Jang. A caixa-preta do veículo gravou o ocorrido e pode-se ouvir a voz da vítima pedindo que Jang parasse.

Após o crime, seguiram-se diversas tentativas de tentar encobrir o caso. A Sargento A denunciou o caso aos superiores, mas Jang caçoou dessa atitude. Além disso, Jang seguiu Sargento A até o dormitório e pediu que ela fingisse que nada aconteceu. Ele chegou, inclusive, a entrar em contato com o noivo da Sargento, que também é militar, para convencê-lo a falar com ela.

O superior direto da Sargento A, ao invés de reportar os casos para as autoridades, chamou-a para conversar e convence-la de que foi um evento isolado. Outro superior também pediu para que a denúncia não fosse levado adiante porque, segundo ele, se o caso se tornasse oficial, os colegas que desrespeitaram a quarentena para comparecer à festa também poderiam ser punidos.

Sargento A foi diagnosticada com ansiedade e insônia e pediu para ser transferida para outra unidade. A pressão fez com que ela virasse um alvo de bullying. No dia 21 de maio, quatro dias após a transferência, ela e o noivo registraram seu casamento. Horas mais tarde, ela cometeu suicídio, tendo sido encontrada apenas no dia seguinte.

As autoridades militares investigaram internamente o caso, mas foram acusados de não levar as denúncias da Sargento A a sério. Em meio à pressão do público, o Chefe das Forças Armadas sul-coreanas, Lee Seong-yong, pediu demissão do cargo na última sexta (4). O pedido foi aceito pelo Presidente Moon Jae-in.

O Sargento Jang foi preso na quarta (2), três meses após o crime. O porta-voz das Forças Aéreas, Boo Seung Chan, confirmou a prisão e declarou que uma investigação está sendo organizada.

Sargento Jang sendo preso no último dia 2.
Fonte: MBC News (reprodução)

A família da Sargento A abriu uma petição pedindo uma melhor investigação do caso. O documento será enviado à Casa Azul, sede oficial do governo sul-coreano, e já foi assinada por mais de 350 mil pessoas. A petição está aberta até dia 1º de julho e pode ser acessada através desse link.

Fontes: (1), (2), (3), (4)
Imagens: News 1 e MBC News (reprodução)
Não retirar sem os devidos créditos.

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