A Coreia do Sul apresenta sinais de recuperação da crise econômica da pandemia de COVID-19. Em maio, o país registrou um crescimento de 45,6% nas exportações, em comparação com o mesmo mês em 2020. As exportações dos cinco primeiros meses de 2021 cresceram mais de 50% em relação ao período no ano passado, e a alta de maio é a maior desde agosto de 1988.
Isso marca o sétimo mês consecutivo de crescimento nas vendas da Coreia. Esses números também apontam uma melhora do mercado internacional, já que a alta de exportação de produtos coreanos é encarada como um “termômetro” para a demanda mundial por produtos tecnológicos — um dos setores mais prejudicados pela pandemia.
Veículos, petroquímicos, semicondutores e chips são alguns dos produtos exportados pela Coreia, no momento, para potências como China, Estados Unidos e a União Europeia. O país é a primeira potência de exportação a registrar a comercialização de itens de tecnologia desde o começo da pandemia.
Analistas de mercado consideram este um sinal de que, em breve, o panorama econômico mundial se recuperará da crise de COVID-19, pois compras do tipo indicam o crescimento da demanda de consumidores à medida que os negócios retomam ao ritmo normal.
De onde vem esse crescimento?
Dois fatores explicam o grande aumento percentual das exportações na Coreia do Sul: a pandemia e sua consequente recuperação. Como as exportações caíram no ano passado a nível global por conta da crise, o número base da Coreia para comparação no mês a mês é muito baixo, o que justifica a porcentagem alta. A expectativa é que o ritmo rápido do aumento percentual diminua nos próximos meses, já que o país passou a apresentar certa recuperação comercial no segundo semestre de 2020.
O sucesso econômico também se dá pelo combate eficaz da pandemia de COVID-19 com o avanço da vacinação. Com o recuo da doença e a diminuição de casos, o mercado está gradualmente voltando ao estado próspero de antes do coronavírus. Segundo análise da Bloomberg, a Coreia do Sul retornou ao seu nível econômico anterior à pandemia já no primeiro semestre de 2021, mas as exportações podem sofrer nos próximos meses com possíveis surtos globais da doença.
Outros efeitos da pandemia na economia sul-coreana
A recuperação comercial da Coreia do Sul é um sinal positivo para o mercado internacional e para o continente asiático, mas também traz alguns efeitos negativos para a população do país. Em resposta ao aumento de exportações, a inflação cresceu 2,6% em maio — a maior alta em nove anos. Isso já era esperado, segundo previsões do Bank of Korea, e foi provocado pelo preço caro do petróleo e de produtos agrícolas.
Um surto de gripe aviária também fez o valor dos ovos disparar, incentivando a inflação da cesta de alimentos. A expectativa é que a inflação freie apenas lá para o final de 2021, quando a porcentagem de aumento do consumo diminuir pelo enfraquecimento do efeito da pandemia de COVID-19 na economia.
Por outro lado, em maio o índice de desemprego diminuiu pelo terceiro mês seguido na Coreia do Sul. O Statistics Korea registrou um aumento de 319 mil empregados em relação ao mesmo mês no ano anterior e explica que o crescimento veio em parte pela flexibilização do distanciamento social no país.
Jovens adultos são os principais responsáveis pelo aumento de cidadãos empregados: mês passado, 44,4% deles trabalhavam, indicando a maior porcentagem desde maio de 2005. O instituto também revelou que o número de pessoas economicamente inativas (ou seja, quem pode trabalhar, mas está desempregado) diminuiu pelo terceiro mês consecutivo na Coreia do Sul. Em maio, o setor de hospedagem e alimentação abriu 4 mil vagas e o de manufatura, 19 mil empregos, sendo o segundo mês de crescimento para ambas as áreas.
No entanto, a recuperação no mercado de trabalho não acontece de maneira uniforme no país. O relatório do Statistics Korea denuncia que cidadãos na faixa dos 30 e 40 anos ainda sofrem à procura de emprego, principalmente os do setor terciário. Esta é a área da economia que cuida da prestação de serviços e do comércio e foi a mais prejudicada pela pandemia. Atacado e varejo perderam mais de 136 mil vagas em maio, enquanto esporte, arte e lazer registraram uma queda de 39 mil empregos.
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Imagens: Yonhap News (Reprodução)
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