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Economia

Lojas sem funcionários ganham força na Coreia do Sul

Desde 2018, quando a Amazon lançou as primeiras lojas sem atendentes de caixa, as empresas sul-coreanas correram para adotar um conceito semelhante em vários negócios. Desde então, a tendência se espalhou para diversos seguimentos, de lojas de sorvetes à cafés e serviços de lavanderia automática.


A Coreia do Sul tem investido em projetos robóticos com inteligência artificial para ocupar o mercado e diminuir os gastos com pessoal. Lojas sem funcionários geram competitividade de preços, menores gastos, compras mais rápidas, menores valores para o consumidor final e maiores lucros para os comerciantes, o que torna o sistema atraente tanto para consumidores, quanto para comerciantes.

Este foi um grande passo para o desenvolvimento econômico do país, que voltou seus investimentos para lojas sem funcionários visando facilitar e agilizar o processo de compras. Pequenos e grandes varejistas adotaram sistemas de self-checkout, como forma de economizar mão de obra e manter as lojas abertas até tarde da noite ou até mesmo funcionando por 24 horas.  Outro fator que influenciou no desejo dos comerciantes em investir seus recursos na automação de suas lojas foi o aumento do salário mínimo, que geraria gastos ainda maiores e a situação de pandemia.

Atualmente, quase 1700 lojas de quatro das principais cadeias de lojas de conveniência coreanas – CU, GS25, 7-Eleven e E-Mart 24 – possuem um sistema de funcionamento híbrido. Nele, há períodos de atendimento com funcionários e outros feito totalmente por máquinas. Um representante da E-Mart 24 disse que, depois da decisão de expandir as lojas híbridas em julho, quase 80% das lojas passaram a funcionar 24 horas por dia.

Este processo de automação está sendo adicionado também em lojas alimentícias, dedicadas à venda de pratos prontos e acompanhamentos. Neste sistema, as refeições prontas são produzidas em fábricas e expostas nas lojas. Como não há necessidade de serem confeccionadas por funcionários contratados pelos lojistas, isso diminui grande parte dos gastos e, consequentemente, o valor do produto se torna mais acessível ao consumidor final. 

De acordo com a Shinhan Card, uma das principais emissoras de cartão do país, o volume de transações de cartão de crédito em cafés sem funcionários aumentou 50% em relação ao ano anterior, entre agosto de 2019 e janeiro de 2020. O número de lavanderias de autoatendimento de seis grandes empresas também cresceu de 3086 em 2016 para 4252 em 2020, um aumento de 37,8%, de acordo com um relatório da Agência do Consumidor da Coreia.

Porém, este avanço da automação pode afetar drasticamente o mercado de trabalho. Com o desaparecimento dos empregos que exigem baixa qualificação, indivíduos de baixa renda ou que não possuem estudos comrrem o risco de ficarem desempregados.

Segundo o relatório do Statistics Korea, cidadãos na faixa dos 30 e 40 anos sofrem à procura de emprego no setor de prestação de serviços e do comércio. Além disto, esta foi a área mais prejudicada durante a pandemia, o que leva a crer que, com o distanciamento social, ideias como lojas sem funcionários e o poder comprar sem contato físico com outros, cresceu muito no país. Segundo os dados, atacado e varejo perderam mais de 136 mil empregos em maio deste ano.

Segundo o professor Lee Young-ae, professor do Departamento de Ciência do Consumidor da Universidade Nacional de Incheon, esta é uma tendência que a longo prazo trará consequências ao país e cabe ao governo apresentar um plano abrangente para lidar com a questão do desaparecimento destes empregos.

Ana Raíssa da Luz
Fontes: (1) (2) (3)
Imagem: Yonhap (reprodução)
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Ana Raíssa Luz

23 anos, mineira, graduada música, estudos em neurolinguística e army. Vivo uma eterna paixão pela Coréia.

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