Neste domingo (02), autoridades sul-coreanas relataram ter visto uma pessoa caminhando pela zona desmilitarizada que separa as Coreias do Norte e do Sul.
A pessoa, cujo até o sexo é desconhecido, foi registrada pelos equipamentos de segurança na parte leste da fronteira no sábado. Tropas foram enviadas para tentar capturá-la, mas não conseguiram encontrá-la. Pouco depois, os equipamentos detectaram a pessoa cruzando a fronteira e entrando na Coreia do Norte.
Não se sabe se a pessoa era um cidadão sul-coreano que resolveu desertar para o norte ou se era um cidadão norte-coreano que cruzou temporariamente a fronteira antes de voltar para seu país. No domingo, a Coreia do Sul enviou uma mensagem para a Coreia do Norte para certificar se a pessoa estava em segurança, mas não obteve nenhuma resposta.
A zona desmilitarizada, conhecida pela sigla em inglês DMZ, tem 250 km de extensão e 4 km de largura. Estima-se que dois milhões de minas terrestres estejam enterradas no território, que também é protegido por cercas de arame farpado, tanques e tropas de combate em ambos os lados. Isso deu à área o título de fronteira mais armada do mundo.
Conflitos na fronteira
Em 2020, foram registrados diversos atritos na DMZ. No início do ano, Kim Jong-un decretou lockdown total em uma cidade próxima à fronteira após um desertor norte-coreano que morava na Coreia do Sul adentrar novamente no Norte com sintomas de COVID-19. Até hoje, o destino do desertor ainda é desconhecido.
Em maio, militares de ambos os países trocaram tiros pela fronteira. Felizmente, não houveram vítimas nem danos materiais neste incidente.
A história foi diferente em setembro. A Coreia do Norte matou um funcionário do escritório da autoridade pesqueira sul-coreana que foi visto navegando em águas do norte. Diferentemente da terrestre, a fronteira marinha não possui demarcações claras, por isso é mais fácil cruzá-la de forma acidental.
O funcionário de 47 anos foi considerado desaparecido enquanto navegava na faixa oeste do mar coreano, área conhecida como “Linha Limite do Norte”. As autoridades sul-coreanas relataram que o homem estava tentando desertar para o norte.
De acordo com Yoon Sung-hyun, chefe de investigação e inteligência da Guarda Costeira da Coreia do Sul, a conclusão foi tirada a partir das evidências coletadas no local do crime e pela inteligência militar. Ele também afirma que é improvável que o homem estivesse tentando suicídio ou tenha caído acidentalmente, pois estava usando um colete salva-vidas e agarrava um dispositivo de flutuação quando foi avistado pelas tropas norte-coreanas. Além disso, baseado na direção e nas correntes marítimas do dia que o funcionário desapareceu, foi possível concluir que ele não poderia ter chegado ao local onde foi encontrado sem ter nadado até lá.
Kim Jong-un chegou a divulgar uma nota de desculpas. As autoridades sul-coreanas responderam pedindo uma investigação conjunta de ambos os países para apurar o fato.
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Imagem: Ahn Young-joon (AP Photo)
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