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Os destaques da Coreia do Sul na história dos Jogos Paralímpicos

Dando seguimento a essa época da maior competição esportiva mundial, os Jogos Paralímpicos estão aí para mostrar que a festa não acabou em agosto. E para que você possa continuar torcendo pela Coreia do Sul, além do Brasil, trouxemos os detalhes, as curiosidades e as medalhas das participações do país asiático nas Paralimpíadas.

Enquanto os Jogos Olímpicos da modernidade existem desde 1896, tendo a Coreia participado pela primeira vez em 1948, levou mais de meio século para que fossem criados os jogos voltados para pessoas com deficiência. Tendo sua primeira edição em 1960, em Roma. A Coreia do Sul começou a enviar atletas para a competição já na terceira edição, em 1968, em Tel Aviv. De lá até hoje, já foram 13 Paralimpíadas de Verão em que o país esteve presente e assim como nas Olimpíadas, o desempenho dos Sul Coreanos impressiona. Entre cerca de 200 delegações que participam ou já participaram dos Jogos, a Coreia do Sul está em 15º no ranking de todos os Jogos Paralímpicos de Verão. São ao todo 306 medalhas, sendo 119 de ouro, 95 de prata e 92 de bronze.

Símbolo e pictogramas das modalidades paralímpicas na Rio 2016

Apesar de um começo não muito prestigioso, sem conseguirem medalhas em suas primeiras Paralimpíadas em 1968, na edição seguinte, em Heidelberg 1972, os sul coreanos voltaram para casa com 7 medalhas, sendo 4 de ouro, 2 de prata e 1 de bronze. Naquele ano, haviam atletas do país apenas em 4 modalidades: atletismo, tiro com arco, tiro com dardo e tênis de mesa. Desses 4, apenas no atletismo não houveram medalhas. O destaque foi para Cho Keum-im, que não só participou de três modalidades, como subiu no pódio 3 vezes. Uma com ouro, no tiro com arco individual feminino, e 2 com prata, um no time misto de tiro com arco e outro no tiro com dardo. Ela chegou a participar também do tênis de mesa, mostrando sua incrível versatilidade como atleta. Outro atleta versátil foi Song Sin-nam, que participou de três categorias do atletismo e ainda pegou o ouro no tênis de mesa masculino, esporte responsável por 3 dos 4 ouros do país naquele ano.

Quatro anos depois, em Toronto 1976, a habilidade dos sul coreanos no tênis de mesa se manteve, com medalha de ouro, prata e bronze no masculino, individual e por equipe, além de outra prata no tiro com arco. Uma curiosidade é que foram apenas 9 atletas que participaram de 11 categorias no total, e mesmo com essa pequena delegação, eles voltaram para casa com 4 medalhas. O destaque aqui vai para Choi Tae-am, que defendeu o seu título no tênis de mesa conquistado em 1972, e repetiu o feito com outro ouro em 1976 (além de participar da equipe que conseguiu a prata). E não parou por aí, já que voltou em 1980, onde ficou com a prata e depois de 8 anos voltou para competir em casa na mesma categoria, mesmo que não tenha conseguido a medalha. Foram 4 participações em Paralimpíadas, com 16 anos de diferença entre a sua primeira e sua última participação.

Choi Tae-am não foi o único sul coreano a participar e ganhar medalhas em mais de uma edição do Jogos. Kim Yoon-bae, por exemplo, mostrou sua melhora ao, depois de falhar em conseguir a medalha no tiro com arco em 72, voltar com a prata em 76 e o ouro em 80. Já Kim So-boo participou de 12 categorias ao longo de 4 paralimpíadas, entre 1976 e 1992, sendo 1 categoria no atletismo em 76 e as demais em tênis de mesa. Nesse meio tempo, conseguiu 3 medalhas: 2 bronzes e 1 prata.

Em Arnhem 1980, novamente o país investiu no tênis de mesa, e não à toa, já que de 10 categorias participantes, 4 saíram medalhas para os coreanos. Um detalhe curioso é que em todas as disputas de medalhas em que o país participou, três finais e 1 bronze, foi contra um atleta de um país de idioma germânico.  Foram duas disputas contra austríacos (uma vitória e uma derrota para cada um) e duas contra alemães (novamente com vitória e derrota).

Halterofilista Jung Keum-jong conquistando o bronze em Pequim 2008, a mesma cor de medalha que conseguiu 24 anos antes, em 1984. (Photo by Jamie McDonald/Getty Images)

Em 1984, a Coreia do Sul se diversificou mais, participando de novas categorias, como a natação, o tiro esportivo e o levantamento de peso. Esta última inclusive rendeu um bronze para o país, com Jung Keum-jong, atleta de grande importância na modalidade. Participou de Paralimpíadas até Pequim 2008, em um total de 7 olimpíadas e com medalhas em todas elas, sendo ouro em 88, 92, 96 e 2000, prata em 2004 e bronze em 84 e 2008. Por outro lado, o tiro com dardo deixou de ser modalidade paralímpica, diminuindo um pouco as chances de aparecerem mais medalhas para a Coreia. E não surpreendentemente, ainda em 1984, as demais medalhas, duas pratas, vieram no tiro com arco e no tênis de mesa.

Novamente, o “boom” que fez o país se tornar uma potência na competição foi nos Jogos Paralímpicos de Seul 1988. Até então, as Olimpíadas e as Paralimpíadas de Verão até aconteciam em datas próximas, mas sempre em países diferentes. Apenas em 1988 que passaram a ser realizadas no mesmo lugar, o que realmente ajudou os sul coreanos, aumentando o quadro de atletas participantes. Conseguiram ao todo 94 medalhas: 40 de ouro, 35 de prata e 19 de bronze, ficando em 7º lugar no quadro de medalhas. Para isso, o número de atletas participantes, como é comum, subiu, e não foi pouco. Em 1984, eram 18 coreanos na competição. Quatro anos depois eram 226 competindo.

Símbolo das Paralimpíadas de Seul 1988

Pode ser também surpreendente, mas não foi nem o tênis de mesa e nem o tiro com arco a estrela do esporte sul coreano, mas o atletismo. O esporte, que passou por várias paralimpíadas sem ver um competidor sul coreano, foi responsável por 40% das medalhas da Coreia naquele ano, sendo 16 ouros, 11 pratas e 9 bronzes. O destaque aqui é de Son-hoon, que competiu em 4 categorias do atletismo e conseguiu ouro em todas elas. O país também medalhou em 12 das 18 categorias daquele ano, incluindo tiro com arco, judô, tiro esportivo, natação, esgrima em cadeira de rodas, levantamento de peso paralímpico, ciclismo, tênis de mesa, bocha, halterofilismo e lawn bowls. E, com exceção dessa última, todas as demais modalidades tiveram pelo menos um ouro para o país.

Foi também em Seul 1988 que Lee Hae-gon, atleta de tênis de mesa, competiu pela primeira vez. Ele é o atleta paralímpico da Coreia do Sul que mais conseguiu ouros até o momento. Ao longo de 5 edições dos Jogos Hae-gon conquistou 6 ouros, 1 prata e 2 bronzes. Para se ter uma noção, ele participou de 11 competições dos Jogos no total, o que significa que ele só não conseguiu medalha em 2 ocasiões, além de ter ido para uma final 7 vezes, subindo no lugar mais alto do pódio pelo menos uma vez a cada 4 anos.

Depois de competir em casa, diminuiu-se o número de classificados para participarem dos Jogos pelo país, como é de se esperar, mas sediar os Jogos fez com que mais atletas competissem nas edições seguintes do que antes de Seul 88, ficando uma média entre 60 e 90 atletas coreanos por Paralimpíada. Por isso, passaram a conseguir também mais medalhas. Em Barcelona 1992, foram 44, sendo 11 de ouro. Em Atlanta 1996, foram outras 30 medalhas, sendo quase a metade de ouro. Já em Sidney 2000, a maioria das 32 medalhas foram de ouro.

Nos anos seguintes, o país manteve sua média de 30 medalhas por Jogos, bem equilibrados entre ouro, prata e bronze. Nas últimas Paralimpíadas em Londres 2012, inclusive, foram 9 de cada. Em relação aos esportes, o país manteve conquistando medalhas naqueles que já mostraram seu valor antes. A modalidade em que eles mais conquistaram medalhas até agora é o Tênis de Mesa, com 76 medalhas no total. Por outro lado, o maior número de ouros veio com o Atletismo, 27 no total (2 a mais que no tênis de mesa). Depois deles, vem a natação, que rendeu aos coreanos 23 medalhas de ouro e 47 no total.

Pódio do tiro esportivo em Pequim 2008, com as coreanas Lee Yun-ri em primeiro e Kim Im-yeon em segundo.

Foi um período também de multicampeões paralímpicos. Além dos já mencionados anteriormente, outros paratletas do país também participaram de mais de uma olimpíada e saíram premiados em várias delas. No tiro esportivo temos Kim Im-yeon, pentacampeã paraolímpica, que competiu 15 vezes entre 1992 e 2008, conseguindo 5 ouros, 3 pratas e 1 bronze, sendo a maior medalhista do país em eventos individuais. Kim Kyung-mook, do tênis de mesa, também foi outro atleta a competir muitas vezes, num total de 14 participações, só falhando em subir no pódio 2 vezes, ficando com 4 ouros, 2 pratas e 6 bronzes. Enquanto sua medalha mais antiga é de 1992, a mais recente é de 2012. Ele competirá sua 7ª olimpíada aqui no Rio, buscando mais uma medalha e, quem sabe, igualar o recorde de ouros de Lee Hae-gon. Ao lado dele, na conquista do ouro por equipes em 2004, estava Kim Young-gun, que também foi campeão no individual em 2004 e em 2012, e agora em 2016 retornará ao Rio para defender seu título. Outro tetracampeão, agora no tiro com arco, é Lee Hak-young, que começou a vencer em casa, e manteve o título até 2004.

Assim, a equipe sul coreana desse ano virá com vários campeões defendendo o título, além de novatos promissores que podem se tornar atletas consagrados em pleno solo brasileiro. O nível da disputa das Paralimpíadas está nas alturas, e os atletas merecem toda a nossa torcida. E você, vai ficar de fora ou entrará no clima desses Jogos?

Kim Kyung Mook, medalhista em seis Paralimpíadas e classificado para a Rio 2016

Por Paula Bastos
Fontes: paralympic.org, International Paralympic Committee, ITTF, wikipedia
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  • Paula Bastos Araripe

    Jornalista carioca que tem o k-pop como trilha sonora da vida. Multistan incorrigível, defensora de grupos (injustamente) desconhecidos e nostálgica da segunda geração do k-pop. Highlight (Beast) tem certificado vitalício como meu grupo ultimate.

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