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Quadro de Kim Whanki (tio-avô de TOP) é obra coreana mais cara do mundo

A contribuição de artistas nascidos na Coreia do Sul para as sete artes, vem sendo enaltecida e fomentada, através de exposições, concertos e leilões de arte. Na última primavera, uma das principais casa de leilões em Hong Kong vendeu um quadro de arte abstrata por HK$ 88 milhões (dólares de Hong Kong), ou US$11.3 milhões, o preço mais alto por uma peça artística coreana. A obra díptica (de duas peças) de 254 x 254cm 05-IV-71 (Universe) foi feita por Kim Whanki, um dos grandes nomes da primeira geração de pintores abstratos da Coreia do Sul.



O quadro “05-IV-71 (Universe)“, uma obra díptica de 254 x 254cm. (Crédito: Christie’s Hong Kong)

O quadro de 1971 nunca havia sido leiloado, a primeira aquisição do mesmo aconteceu por um casal de amigos do artista, Matthew Kim e Chae Kum Kim, que mantiveram a obra em sua coleção particular nos últimos 40 anos. O painel integrou parte da exposição em homenagem a Kim Whanki (falecido em 1974), no Whanki Museum, prédio construído e mantido pela viúva do pintor, a poetisa Kim Hyang-an.

No início do leilão, o preço estimado pela obra estava entre HK$48 a 62 milhões, ou US$6 a 8 milhões. O evento aconteceu na Christie de Hong Kong e a temática do evento de dois dias era “Século 20 e Arte Contemporânea”. “Universe” consagrou o Kim Whanki como o primeiro artista coreano a exceder a marca de 10 milhões de dólares por um arremate. De acordo com o portal The Value, é um indicador direto do país sobre o diferencial competitivo no mercado internacional.


Kim Whanki sentado e sua obra “Universe” como fundo (Crédito: Whan-Ki Foundation — Whan-Ki Museum)

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Antes do recorde pelo arremate em “05-IV-71 (Universe)”, Kim Whanki já tinha o top 5 das pinturas mais caras da Coreia. A pintura com pontilhismo “3-II-72 #220” foi vendida por 8.5 bilhões de Won em 2019, no Leilão de Seul em Hong Kong.

[…] as linhas que pinto; elas se aproximam do céu? Os pontos que pinto, será que há tantas estrelas brilhando no céu? Quando fecho meus olhos, as montanhas e rios da minha terra natal aparecem, mais brilhantes do que o arco-íris…

Trecho do diário de Kim Whanki, de quando estava em Nova York em 1970.


(Crédito: Whan-Ki Foundation — Whan-Ki Museum)

Kim Whanki iniciou sua trajetória ao embarcar para o Japão, onde integrou a classe do Departamento de Belas-artes na Universidade de Nihon. Nesse período descobriu o Modernismo Europeu – Cubismo e Fauvismo – tornando-se obcecado por Henri Matisse e Pablo Picasso. Ainda consumido pela arte, retornou à Seul em 1937, juntando-se a um grupo de intelectuais boêmios e com ideologias de esquerda (muitos perseguidos durante a Guerra da Coreia por suas conexões Marxistas). Eles exerceram profunda influência sob os artistas da época.

De acordo com a especialista de artes da casa de leilões Christie, Yunah Jung, na década de 1940, Kim fundou o movimento Novos Realistas com os pintores Yoo Young-kuk e Lee Gyu-Sang. Eles buscavam articular a essência da natureza através da arte abstrata. Whanki era o ponto focal e naturalmente artista, esboçando a estética filosófica de seus poemas e ensaios para revistas de artes.

Em 1979 (cinco anos após a morte de Whanki) ainda em Nova York, Kim Hyang-an fundou a Whanki Foundation, procurando reunir todo o trabalho de seu falecido marido e torná-lo ainda maior internacionalmente, no ano de 1989 levou-a para Seul. Em 1992, foi inaugurado o Whanki Museum, casa para mais 2.000 peças artísticas e arquivos, preservando permanentemente seu trabalho, em Seul, como desejado pelo artista.



Kim Whanki era tio da mãe de Choi Seung Hyun, mais conhecido como o rapper do BIGBANG, T.O.P. E mesmo tendo nascido 13 anos após a morte de Whanki, suas raízes na arte continuam vivas em seu sobrinho-neto.

T.O.P com um dos quadros de Kim Whanki.
Crédito: instagram pessoal @choi_seung_hyun_tttop

T.O.P vem, ao longo dos anos, mostrando seu interesse por todo tipo de arte além da música. O rapper chegou a curar um leilão da Sotheby’s e já foi reconhecido pela revista de arte The Art Gorgeous Magazine’s Art World Influencers, como um dos 200 maiores influencers de arte no Instagram. T.O.P coleciona inúmeras obras de arte em sua própria casa, em Seul, e é comum vê-lo publicando fotos relacionadas a arte e artistas em sua rede social, os expondo para mais de 10 milhões de seguidores. Ele foi o único coreano citado na lista.

Uma amostra de como é uma parte de seu apartamento, repleto de obras de arte.

Fontes: (1), (2), (3)
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  • Bárbara Contiero

    Maria-cafeína. Tenho mais livros do que amigos. Minhas roupas são 70% de brechós. Epik High me mantém acordada de manhã.

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