Desde a última semana, a Coreia do Sul registrou um pico de 297 novos casos de COVID-19, ligados à Igreja Sarang Jeil, comandada pelo polêmico reverendo Jeon Kwang-hoon – do qual também testou positivo para o vírus. Como resultado, o governo anunciou o início do lockdown, fechando os serviços não essenciais e estabelecimentos de alto risco, como karaokês, casas de show, bares e restaurantes, incluindo igrejas e espaços para cultos religiosos. O anúncio da retomada das medidas preventivas causou descontentamento, e no sábado (15) uma das avenidas de Seul foi tomada por manifestantes contrários ao governo do presidente Moon Jae-In.
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Os protestos na capital sul-coreana foram aderidos por mais de 1.000 pessoas, com máscaras, guarda-chuvas e capas de chuva, manifestantes demonstraram sua contrariedade às medidas anunciadas novamente por Moon Jae-In, procurando conter o contágio e impedir que a península seja tomada por uma segunda onda de transmissão. O lockdown que teve início na terça-feira (18), prevê o fechamento temporário de estabelecimentos de alto risco, além de serviços não essenciais, nas redondezas de Seul e próximos à província de Gyeonggi.
“Estamos encarando uma situação desesperadamente perigosa, da qual pode levar à uma nova onda epidêmica, caso não contornemos a crise”, declarou o Primeiro Ministro, Chung Sye-kyun no sábado.
As medidas de prevenção são divididas em três níveis: o primeiro pede práticas comuns de proteção; o segundo impede aglomerações dentro e fora de casa e fechamento de estabelecimentos; o terceiro – e mais rígido – seria o lockdown.
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E a história se repete…
Em fevereiro deste ano, a cidade de Daegu foi colocada em lockdown, após membros da Igreja Shincheonji de Jesus iniciarem o contágio e não notificarem as autoridades. Os frequentadores dos cultos e o líder, Lee Man-hee, foram acusados de não-cooperação para contenção da pandemia. Com a nova onda de contágio, a história se repete, mas agora com novos rostos e nomes.
No sábado (15), os protestos foram encabeçados por membros da Igreja Sarang Jeil, instituição religiosa comandada por um ferrenho crítico do governo liberal de Moon Jae-In, o reverendo Jeon Kwang-hoon. Os seguidores das palavras proferidas por Kwang-hoon tomaram as ruas, pedindo pelo impeachment do presidente e seus aliados políticos. Em resposta, o governante publicou em seu Facebook uma nota reprovando as passeatas em meio à contenção do vírus, dizendo que medidas severas seriam tomadas.
Respondendo às acusações responsabilidade pelos contágios e não colaboração, os advogados de Jeon Kwang-hoon e da Igreja Sarang Jeil declararam em uma coletiva de imprensa a inocência da instituição.
“A menos que a igreja tranque seus portões, somente permitindo a entrada através do uso de cartões de identificação, a igreja não consegue manter uma lista perfeita de quantas pessoas vieram e tiveram acesso”, declarou um dos advogados responsáveis pela defesa da instituição religiosa.
Parte das preocupações de manifestantes eram acerca da economia, o fechamento de estabelecimentos e dispensa de serviços não essenciais poderia gerar altas taxas de desemprego. O Banco da Coreia confirmou a possibilidade de aumento nas porcentagens, tornando trabalhadores informais mais suscetíveis à dispensa.
“Trabalhadores não essenciais e sem a opção de trabalhar remotamente representam 35% da força de trabalho total, o que significa que sob o lockdown, 1 a cada 3 trabalhadores passariam por dificuldades em participar das atividades econômicas normais, devido a redução na jornada de trabalho e licenças temporárias”, declarou um representante do Banco da Coreia.
No entanto, Jeong Eun-kyeong, diretor da Centro Coreano de Controle e Prevenção de Doenças, declarou que se medidas rigorosas não forem tomadas de imediato, o sistema de saúde entrará em colapso e as perdas na economia seriam muito maiores.
“Estamos diante de uma crise, que se não for controlada e haja aumento nos casos, poderá levar a um colapso dos sistemas médicos e perdas incalculáveis para a economia”, declarou Jeong Eun-kyeong.
Entre os picos de contaminação anteriores, a Coreia do Sul foi pioneira e exemplo no combate, incentivando o isolamento e distanciamento social voluntário. Com exceção de Daegu, nenhuma outra cidade da península havia entrado em lockdown, a medida atual reforça o combate eficiente ao novo coronavírus.
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