Na noite de ontem (25) ocorreu o tão esperado Oscar, e entre os principais indicados estava o drama coreano-americano Minari, que concorreu em seis categorias e deu a Youn Yuh-Jung o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante. Porém a produção não foi a única com representatividade sul-coreana na premiação mais importante do cinema.
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O curta-metragem Opera – que ganhou tal nome por, nas palavras do próprio diretor, Erick Oh, “ser uma obra musical que, por ter diferentes personagens interagindo ao mesmo tempo, cria uma narrativa rítmica’’ – foi um dos indicados ao prêmio de Melhor Animação Curta-Metragem e também a única obra sul-coreana concorrendo na categoria.
A animação, com uma estética inspirada pelas obras renascentistas, conta, através de uma pirâmide com dois lados, um com cores mais quentes e o outro com cores mais frias, um lado mais obscuro da história humana: o ciclo vicioso que acontece muito por conta da polarização. Durante os oito minutos é possível ver o começo da civilização, o meio e um fim violento que acaba levando a um novo começo e repetindo a mesma história.
Essa dualidade causada pelas cores opostas não foi algo feito sem propósito. Em uma entrevista, o diretor explicou que “o lado esquerdo e o direito são contrários à qualquer ideia que o outro lado tenha” e completou: “Pode ser de uma perspectiva política, vida e morte ou yin e yang. Pode ser qualquer coisa”.
Opera se propõe a fazer o telespectador refletir não só sobre os problemas sociais que vêm ocorrendo ao longo da existência da sociedade, mas também sobre os atuais. “Isso é algo que vivemos todos os dias e os casos de crime de ódio contra asiáticos se tornou um dos grande problemas sociais na América”, afirmou o diretor, que expõe esses conflitos sociais, mas ainda com a visão de que há beleza e esperança na humanidade, “[Opera] aborda diversos problemas sociais, incluindo racismo, conflitos religiosos, conflitos políticos ou terrorismo, mas também fala sobre comemorar a beleza da vida“, disse.
Erick Oh afirma também que Opera não é uma reflexão apenas ao que está acontecendo nos Estados Unidos, mas sim no mundo todo:
“É uma reflexão para todos. É quase como colocar um espelho na frente de nós mesmos e pensar, realmente estamos aprendendo com o passado?”.
Fonte: (1)
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