Fase de adaptação, treinos, jogos intensos e um Campeonato Brasileiro abrilhantando os olhos dos fãs. Mesmo com toda essa rotina que um jogador profissional de jogos on-line encara, Croc e Yuri do Rensga Esports, time brasileiro de e-sport, encontraram um espaço na agenda para conversar com a KoreaIN, e contar como é ser um jogador estrangeiro em um país tão distante (literalmente do outro lado do mundo) da cidade natal.
KIN: Para começar nosso bate papo, gostaríamos de saber como vocês estão, como tem sido a adaptação aqui no Brasil?
Croc: Olá, estamos bem! A nossa adaptação à cultura brasileira não está sendo difícil; Fomos bem recebidos por nossos colegas de time e já estamos bem adaptados à rotina de treinos e jogos daqui.
Yuri: Esta é a minha primeira vez no Brasil e ainda estou me adaptando a muitas coisas, principalmente a comunicação, já que falo apenas o coreano e por isso, estou pegando aulas de inglês para conseguir me comunicar melhor com todos por aqui.
KIN: Cada um de vocês, poderia falar um pouquinho da lane que joga e quais são seus campeões favoritos?
Croc: Eu jogo de caçador (jungler) que é uma posição que exige que me comunique bastante no jogo para que consiga realizar a estratégia definida em cada draft. O meu campeão favorito é o Graves.
Yuri: Antes eu jogava mais com “campeões carry” (com habilidades mais intensas durante as teamfights), mas agora eu não sei… (Não estou tão preso). E meu preferido é o Yasuo.
KIN: Como foi o processo de mudança e a motivação para um novo time, sobretudo no Brasil?
Croc: A decisão de vir para o Brasil não foi difícil, principalmente porque teria a companhia de um bom meio (midlaner) coreano (risos). Mas, além disso, é um cenário que está em crescimento e que pode ser bom para a minha carreira.
Yuri: É uma experiência nova e bem diferente jogar ao lado de brasileiros. Então, está sendo muito bom e bem divertido… Só o Damage (jogador do time Rensga) que fala muito alto! (risos)
KIN: Como tem sido treinar e competir ao lado de brasileiros?
Croc: Cheguei alguns dias antes do início do CBLOL (Campeonato Brasileiro de LOL) e isso foi importante para minha adaptação, antes do campeonato começar. Precisei me adaptar não apenas ao estilo de jogo do time, como também à alimentação, por exemplo. No início também, todos tivemos de adaptar nossa comunicação, e tudo tem se desenvolvido melhor agora que já estamos aqui há quase dois meses.
Yuri: As scrims – jogo treino – aqui são diferentes.
KIN: Quais são as maiores dificuldades, quais as barreiras que encontraram ao chegar aqui?
Croc: (Risos…!) Esperar seis horas pelo voo…
Yuri: Como disse, esta é a minha primeira vez fora da Coreia, então a comunicação está sendo meu maior desafio. Mas, em breve estarei me comunicando muito bem.
Véi, todo mundo sabe o quanto é chato ter pause no jogo, mas uma coisa eu garanto procês, falta de estrutura aqui não é.
— Rensga Esports (@RensgaEsports) July 9, 2021
Além desse, sabemos que vamos enfrentar muitos outros desafios na nossa luta pela descentralização dos esports no Brasil, mas não vamo desistir nunca! pic.twitter.com/Gxs3dxIyeF
KIN: Qual o motivo de escolherem o Rensga como nova “casa” de vocês?
Croc: Mesmo sendo um time novo no cenário competitivo, a Rensga me inspirou confiança assim como acreditaram em mim também.
Yuri: Pra mim, vir para o Brasil pode ser uma boa experiência profissional e penso que isso vai trazer boas referências para minha carreira.
KIN: Vocês já adquiriram alguma mania dos brasileiros? Alguma frase, um gesto ou uma gíria do local em que vivem.
Croc: Até agora só consegui aprender: “Cala a boca Kiari!” (Kiari é o nome do toplaner do time). Ainda não tivemos muito tempo para passear pela cidade, porque estamos focados em treinar e jogar o CBLOL, por enquanto.
Yuri: Mania ainda não, mas já aprendi a dizer “Bom dia!”
KIN: Quais são seus próximos objetivos profissionais? O que gostariam de conquistar ainda esse ano?
Croc: Quero ajudar meu time a ser campeão do CBLOL e deixar boas lembranças aos meus colegas de time.
Yuri: Quero desenvolver minha carreira, ganhar muito dinheiro (risos!) e disputar o Mundial.
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Papo com o Coach
Quem também falou com a gente foi o Ti0ben, um dos coachs da equipe. Ele divide o treinamento e mentoria com Gafone. Conversamos com ele a respeito do impacto causado no jogo, quando há um jogador estrangeiro no time. Além de conhecermos um pouquinho do relacionamento entre os jogadores brasileiros e os sul-coreanos.
KIN: Qual o processo de contratar um jogador coreano para atuar em um time brasileiro de e-sports?
Ti0ben: Existem agentes que ajudam nessa comunicação, filtrando a posição e perfil que o time está procurando. Depois disso, o jogador e o clube acertam as condições.
KIN: Qual(is) impacto(s) e mudança(s) a presença do jogador estrangeiro proporciona?
Ti0ben: Temos o privilégio de receber muito conhecimento e qualidade vindos de uma região culturalmente boa em League Of Legends. O mais importante é estarmos abertos para aprender e aperfeiçoar nosso estilo de jogo, com nós nos adaptando a eles e vice-versa.
KIN: Encontraram alguma dificuldade nessa fase de adaptação?
Ti0ben: Eles são 2 estrangeiros bem tranquilos quanto às diferenças culturais. O que mais mudamos foi em relação a comida, alterando para algo que fosse bom para todos. Hoje em dia comemos mais peixe e porco do que antes e todos estão satisfeitos com isso.
KIN: Na sua opinião, qual a maior diferença entre um jogador coreano e um brasileiro?
Ti0ben: Em seu país, os coreanos possuem um ambiente de soloq (partidas rankeadas) muito melhor, fazendo com que individualmente eles se sobressaiam muito. Lá quase todos do elo mais alto estão jogando porque querem ou já são pro players. Já no Brasil este ambiente não é o mesmo, fazendo muitas vezes o jogador perder tempo. É algo muito cultural e estrutural, difícil de mudar, mas temos que tentar e não só aceitar. Outro ponto que me impressiona é a disciplina que eles têm dentro e fora de jogo.
KIN: Existe algo do convívio entre os jogadores coreanos e brasileiros que aprenderam e gostariam de levar para vida (no sentido de algum costume, lições, gestos, jogo etc)?
Ti0ben: Todos certamente estão aprendendo bastante no jogo. Já fora dele, imagino que o respeito, e separar aquilo que ocorre “in game” (dentro do jogo), para nossas relações em outros horários.
#GoRensga
Além de Croc e Yuri, a equipe Rensga possui outros jogadores: Kiari (top), Kennedys (top), Erasus (jungler), Fiennes (jungler), Bydeki (adc), Marfz (mid), Trigo (adc), Damage (sup), Harumi (sup) e Klyon (sup).
A Rensga se mantém em 6º lugar no Campeonato Brasileiro de League of Legends (LOL), com 3 derrotas e 2 vitórias. A última partida contra o time Miners GG destacou o jogador Yuri como o melhor da partida:
🏆 O jogador destaque da partida entre @minersgg e @RensgaEsports é o @Scarlet_Yur1! #CBLOL #PreparaçãoModoOn
— CBLOL (@CBLOL) July 10, 2021
AO VIVO 🔴 https://t.co/39UJYQGw8g | https://t.co/A7ZSPZMdYc pic.twitter.com/eDmeMn2Cs8
A próxima partida será no dia 15/07 contra a KaBuM!.
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Fonte: (1), (2)
Imagens: Rogério Porto
Agradecimentos: Rensga
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