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Literatura

[LISTA] Seis escritores para mergulhar na literatura sul-coreana neste Dia do Leitor


Hoje, 7 de janeiro, é Dia do Leitor! No Brasil a data é celebrada desde 1928 com o intuito de celebrar este hábito maravilhoso. E falando em leitores… você já traçou sua meta de leituras para o ano de 2022? Afinal: ano novo, leituras novas! É muito comum todo fanático por literatura criar uma lista com os títulos que gostaria de ler durante o ano, e estamos aqui para ajudar (ou não! rs) a aumentar essa meta. Selecionamos 6 escritores sul-coreanos para você conhecer, e desta vez com novos nomes, diferentes dos que já citamos em outras listas de livros.



Bae Su-ah

Bae Su-ah
Crédtios: Arquivo pessoal

Segundo o The Guardian, ler Bae Su-ahé como mergulhar em uma pintura surrealista“. A escritora possui duas obras traduzidas para o português, a primeira é Noite e Dia Desconhecidos, livro de mistério que conta a história da intérprete Ayami, que se junta ao detetive Wolfi para procurar uma amiga que desapareceu. A obra ganhou ótimas críticas por grandes portais brasileiros, e se tornou referência em livros de aventura policial com muito quebra-cabeça. A segunda tradução é Suriyaki de Domingo, obra que critica o lado capitalista de uma sociedade (neste caso, da Coreia do Sul) e leva o leitor à reflexão sobre a relação entre dinheiro e humanidade. 

Você pode adquirir Noite e Dia Desconhecidos aqui.

E adquirir Suriyaki de Domingo aqui.

Em biografia digital de Bae no site Digital Library of Korean Literature é citado que ela “é conhecida por seu uso de mudanças abruptas de tempo e perspectiva, expressões sensíveis, porém, diretas, e frases aparentemente não sequenciais para perturbar seus leitores”.

Caso você tenha interesse em conhecer outras profundas obras da autora, elas estão disponíveis para leitura em inglês no próprio Kindle ou aplicativo, também na Amazon:

Highway with Green Apples, curta história sobre um jovem que quer recomeçar a vida em Seoul, mas descobre que a vida adulta não é tão fácil assim (a obra pode ser lida gratuitamente se você tiver o Kindle Unlimited).

Nowhere to be Found, livro sobre descobertas, perdas e reflexões sobre a vida atual de jovens adultos no mundo moderno. 

North Station, atualmente a obra mais falada entre a comunidade de leitores internacionais. Dividido em 7 histórias diferentes, North Station conecta personagens que acabaram de sofrer um grande trauma ou perder um grande amor – todos eles pegam o mesmo trem. 

Apenas a título de curiosidade, Bae Sun-ah tem Clarice Lispector como inspiração. O trabalho da escritora brasileira – apesar de ter nascido na Ucrânia – continua a ter influência ao redor do mundo.


Mary H. K. Choi 

Mary H. K. Choi
Créditos: Arquivo pessoal

A escritora coreana-americana teve seu livro de estreia, Contato de Emergência, publicado no Brasil pela Editora Intrínseca em 2019. A obra conta a história de dois introvertidos, Penny e Sam, que se encontram por acaso e acabam dividindo um momento ansioso e superam a crise juntos. Com a proposta de continuarem a se apoiar durante os dias, ambos trocam os números de telefone e iniciam uma bela amizade atrás das telas. Além de escritora, Mary H.K. Choi é editora, jornalista de televisão e mídia impressa coreana-americana, correspondente de cultura do Vice News Tonight na HBO e anteriormente foi colunista das revistas Wired e Allure

Contato de Emergência

Outra obra para conhecer a escritora, que também está disponível para os usuários do Kindle Unlimited, é Oh, Never Mind, que captura as lutas de uma jovem que deixou tudo para trás para tentar uma vida nova na cidade que nunca dorme: Nova York. O foco da narrativa é acompanhar o amadurecimento da personagem e os laços de amizade (e amorosos) que são desenvolvidos a cada capítulo.


Cho Nam-joo

Cho Nam-joo
Créditos: The Guardian

Responsável pelo best-seller mundial “Kim Jiyoung, Born 1982” (que infelizmente não está disponível em português), Cho Nam-jo é uma escritora que se aventurou recentemente pelo universo da escrita de romances (de histórias longas, e não romanticas); antes ela também se dedicava como escritora de obras para a televisão.

Sua obra de sucesso, Kim Jinyoung, Born 1982, conta a história de uma jovem que opta por ficar em casa depois de dar à luz uma criança. O livro impactou tanto por apresentar a profunda desigualdade de gênero e discriminação na sociedade coreana. O título ainda não foi traduzido para o português, mas está disponível em inglês em versão física e e-book.

Você pode adquirir Kim Jiyoung, Born 1982 aqui.



Sohn Won-pyung

Sohn Won-pyung
Créditos: The Korea Times

Romancista e diretora de filmes, Sohn Won-pyung tem muito o que falar e analisar sobre amor fraternal em seus livros. Sua obra Almond anunciou sua estreia como escritora e de cara lhe rendeu o prêmio de melhor livro de ficção adulta no Chanbgi Publishers. Almond se tornou popular após ter sido recomendado pelos integrantes do BTS. A obra conta a história de Yunjae, uma criança que nasce com uma condição no cérebro chamada Alexitimia, que cria dificuldade para ele sentir emoções. Apesar da mãe e da avó o ajudarem a aprender sobre os sentimentos das pessoas alheias, a criança sempre se envolve em confusões em meio a pessoas apáticas.

Apesar da escrita de Sohn ser bem leve, o livro pode apresentar alguns gatilhos. O livro não tem versão em português, mas segundo O Globo, a Editora Rocco está em negociação para o lançamento da edição traduzida para o nosso idioma.

Você pode adquirir Almond aqui.

Entre os principais filmes dirigidos por Sohn estão: Intruder, Oooh You Make me Sick, A Two-way Monologue e Do You Remember me?


Sok Yong Hwang

Hwang Sok Yong
Créditos: Goodreads

Segundo o site Digital Library of Korean Literature, a escrita de Sok-Yong Hwang está fortemente ligada a experiências pessoais. O autor chega a dividir em uma de suas obras que a realidade da Coreia é como um “estado de sem-teto em todo o país”, e tem explorado continuamente a psicologia das pessoas que perderam suas “casas”, simbólicas ou reais. Para o autor, “Casa” não é simplesmente um lugar onde você nasceu e foi criado, mas uma vida comunitária baseada no sentimento de solidariedade. Esta ideia de casa também é a base para a tentativa de Hwang de revelar as contradições sociais por meio de pessoas periféricas ou estrangeiras.

E é sobre estrangeiros que Hwang fala no livro Princess Bari, que traz a história da jovem Bari, que foge da Coreia do Norte para tentar a sorte em outros países, como China e Estados Unidos. O livro apresenta a dificuldade como refugiada, do preconceito que sofre por não ter para onde voltar e do abuso que sofre de pessoas cujos corações são frios demais para acolher quem tem necessidades.

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Byung-chul Han

Byung Chul Han
Créditos: Arquivo pessoal

O filósofo contemporâneo Byung-chul Han nos convida a refletir sobre os males que afligem e anseiam a sociedade atual. Com livros que trazem ensaios sobre trabalho, relacionamento, tecnologia, violência, religião e muito mais, Han tenta trazer mais humanização e pensamento crítico para todos que vivem em sociedade. As obras do autor levam o leitor a questionar a própria existência, quer dizer, a questionar se realmente está existindo e o que tem feito com o “viver bem”; será que realmente estamos vivendo como gostaríamos, respeitando nossos limites e nossa saúde física e mental? 

A Sociedade do Cansaço é seu livro mais popular e fala sobre a pressão mental que cada ser humano é capaz de colocar sobre si mesmo, e ultrapassar barreiras para sempre se superar no mercado de trabalho e em seus ciclos sociais. Na obra, Han questiona se vale a pena se desdobrar para atingir um objetivo que muda a cada dia. 

Byung-chul Han nasceu em Seul, mas atualmente vive em Berlim, onde é professor de Filosofia e Estudos Culturais na Universität der Künste Berlin (UdK). É um dos filósofos mais lidos na Europa, autor de mais de vinte livros, incluindo quatro volumes anteriores na série MIT Press Untimely Meditations: In the Swarm: Digital Prospects, Agonia do Eros, Shanzhai: Deconstruction in Chinese e Topologia da Violência.


Sobre o Dia do Leitor

Segundo o site Calendarr, a data do Dia do Leitor foi criada em homenagem a fundação do jornal cearense O Povo, criado em 7 de janeiro de 1928 pelo poeta e jornalista Demócrito Rocha. No jornal, que ficou conhecido por combater a corrupção e divulgar fatos políticos, havia um suplemento chamado “Maracajá” que se tornou um espaço de divulgação do movimento modernista literário cearense na época. As obras de Demócrito Rocha são de grande importância para a cultura regional e o autor pertenceu à Academia Cearense de Letras enquanto era vivo.

Fonte: (1), (2), (3), (4), (5), (6), (7)
Imagens: Arquivos pessoais, The Guardian, The Korea Times, Goodreads e reprodução
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  • Isabela Marques

    Jornalista do interior de SP. Tenho 27 anos e quase metade deles foram dedicados ao mundo geek asiático. Quando não estou sendo uma boa fangirl, aproveito para ler bons livros e webtoons de mistério.

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