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Ensino e Educação

Brincadeira com referência à tragédia de Itaewon alerta pais e educadores

Uma antiga brincadeira de crianças sul-coreanas que foi recentemente renomeada para fazer referência à tragédia de Itaewon acendeu um alerta nos pais e educadores do país.

A brincadeira, que já existia há algum tempo, consiste em várias pessoas ficarem empilhadas uma em cima das outras. Anteriormente, as crianças a chamavam de “jogo do hambúrguer”, “jogo do sanduíche” ou “jogo do desmaio”. Agora, ela é conhecida como “jogo de Itaewon”.

O nome faz referência à tragédia na qual 158 pessoas morreram ocorrida no final de outubro. As investigações seguem em andamento, mas já se sabe que as vítimas morreram por esmagamento. Inclusive, pelo menos 100 das vítimas fatais foram mulheres devido ao fato de terem uma estatura menor e estarem usando fantasias pesadas, o que dificultou a mobilidade em uma eventual tentativa de fuga da debandada.

O portal Korea JoongAng Daily conversou com estudantes e professores para entender essa nova fama da brincadeira. Um aluno da 7º série de uma escola de Seul disse: “Com os vídeos da tragédia de Itaewon se espalhando pelas redes sociais, o jogo do hambúrguer, que é semelhante ao desastre, se espalhou entre os estudantes. Brincadeiras onde os alunos empurram as mesas e cadeiras para as laterais da sala de aula e algumas 10 pessoas se empilham e põem pressão em uma pessoa são jogados a cada intervalo“.

Comentários feitos em redes sociais como o TikTok também trazem relatos parecidos:

“Estudantes gritavam ‘Empurra, Empurra’ quando a fila estava grande na hora do almoço.”

“Os alunos da minha escola jogaram isso hoje de novo e um dos garotos disse que suas costas doíam e ele não conseguia respirar.”

“Vi vários alunos empurrando colegas contra a parede e chamando isso de ‘Itaewon’.”

Apesar da velocidade com a qual notícias se espalham, ainda há pessoas que desconhecem a brincadeira. Porém, a preocupação agora gira em torno de entender como as crianças estão absorvendo tais notícias e como elas podem não estar sendo ensinadas a respeitar tragédias da vida real.

No dia 8 de novembro, a Associação Coreana de Professores de Alfabetização Midiática lançou um guia sobre situações de desastres para educadores e também para o público geral. Nela, um dos alertas foi: “Se crianças e adolescentes fizerem alguma brincadeira imitando algum incidente, há um grande risco disso gerar acidentes relacionados à segurança, já que eles não estão cientes do risco“.

A opinião também é compartilhada por especialistas de diversas áreas. O Professor Yoo Hyun Jae, do Departamento de Comunicações da Universidade Sogang, alerta: “Como vídeos não censurados e editados do desastre estão sendo compartilhados nas redes sociais, existem grandes preocupações de que estudantes possam ter uma percepção distorcida. Embora um trauma em massa já esteja sendo sentido, é um grande problema que nenhuma educação esteja sendo fornecida de como os alunos devem aceitar e reconhecer desastres”.

O Professor Lim Myung Ho, acadêmico de Psicologia da Universidade Dankook, reforça: “Assim como o jogo do suicídio que foi popular no passado, adolescentes frequentemente imitam comportamentos. E, quando isso se torna tendência, eles seguem sem pensar nas consequências”.

Uma possível solução para o problema é apontado por Lee Chang Ho, pesquisador do Instituto Nacional de Políticas da Juventude: “Precisamos educar nossos estudantes para aumentarem suas habilidades de pensamento crítico“.

Fonte: (1)
Imagem: reprodução via redes sociais
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Greyce Oliveira

Cearense de Fortaleza, é metade uma humana normal professora de Inglês e metade ELF(a) precisando (talvez) de tratamento para parar de falar no Super Junior toda hora.

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