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Cinema Review

[RESENHA] “Suzume”: Uma história sobre fechar portas

Uma jovem, uma cadeira, um gato e uma bela história sobre superação de traumas, assim é Suzume, ou Suzume no Tojimari. A animação mais recente do querido e aclamado Makoto Shinkai aborda novamente temas como amadurecimento e a psique adolescente, mas desta vez com mais ação.

O longa chegou aos cinemas brasileiros nesta quinta (13) traduzido pela Crunchyroll. À convite da Sony Pictures (que distribuiu o filme) a KoreaIN teve o privilégio de conferir a pré-estreia exclusiva no último dia 10.

Confira tudo sobre esse novo sucesso.



A imagem mostra Suzume envolta em luzes com os poderes para fechar a porta.
Créditos: Sony Pictures

Quem é fã Shinkai já deve conhecê-lo por algum de seus sucessos como que incluem O Jardim das Palavras (2013) e O Tempo com Você (2019), além, é claro, do famoso Your Name (2016). No entanto, Suzume difere de todas as obras anteriores, ainda que tenha muita semelhança com elas.

Com belas animações, trilha sonora excelente e delicadeza e sensibilidade para tratar de temas que rondam os jovens, Suzume releva-se um grande concorrente de Your Name para “melhor obra de Shinkai“. A animação mais recente segue muito do padrão das anteriores, mas traz também mais ação, tornando a obra mais dinâmica. 

Sinopse

No enredo, a estudante Suzume encontra na rua Sōta, um misterioso jovem que não é da região, mas que pergunta a ela onde encontrar uma porta em um lugar em ruínas. Por curiosidade, tanto sobre a pergunta das ruínas, quanto pelo jovem que considerou bonito, Suzume decide ir ao local abandonado.

No entanto, ao encontrá-la, Suzume abre a porta e tenta chegar ao outro lado, mas não consegue e a deixa aberta. Aí vem o problema: ao abrir o portal, um monstro vermelho gigante (que foi chamado de verme na dublagem), aparece no mundo da estudante, causando abalos sísmicos. 

Dessa forma, Suzume e Sōta unem forças para fechar a porta, enquanto a jovem entende que não poderia tê-la deixado aberta, além de descobrir que, sem querer, libertou o totem que ajudava a manter os vermes presos do outro lado do portal.

É neste cenário de prevenção de grandes terremotos que Suzume e Sōta viajam pelo Japão tentando evitar novos cenários desoladores fechando portais que aparecem em locais abandonados. 

A imagem mostra Suzume de costas, vendo o que há dentro de um frame de porta, enxergando um céu estrelado no entardecer enquanto a porta está de pé sozinha em um local redondo cheio de água e em ruínas.
Créditos: Sony Pictures


Desastres naturais e a superação de traumas

Quem acompanha as obras de Makoto Shinkai sabe que o diretor nunca mais foi o mesmo desde o grande terremoto e tsunami que assolaram o Japão em 2011. Isso se reflete em sua tríade de trabalhos mais recentes, visto que O Tempo com Você mostra uma garota que consegue controlar o clima, enquanto Your Name, uma vila destruída por um meteoro. 

Em Suzume, a temática dos desastres ecológicos volta, mas é acompanhada de esperança, tanto em ajudar o outro, como a si mesmo. Além disso, a questão da magia, presente nas obras de Shinkai, permanece nesta obra mais recente, visto que Sōta é um “selador de portas mágicas”. 

Ainda que tenha relação com trabalhos anteriores, Suzume rompe com algumas “fórmulas” já usadas, não só pela ação, mas pela metáfora de fechar portas. Shinkai afirmou em uma entrevista que não queria fazer seus filmes como “filmes de desastre”, queria histórias de amor e amadurecimento de jovens. 

Porém, a ideia de desastres continuou surgindo no roteiro, de forma que ele entendeu que sua vida estava repleta de desastres, sendo “uma porta que continua abrindo”. Suzume é sobre isso, portas que continuam abrindo, mas que você deve lutar para fechar. 

Assim como Shinkai quer fechar as portas de problemas, assuntos e pensamentos que estão sempre em sua mente, o espectador também entende que tem portas que deve fechar para deixar de enfrentar problemas recorrentes. 

O processo de encerrar assuntos e superar traumas (seja ele o luto pela morte de um ente querido ou por um desastre nacional) não é fácil. E o diretor sabe disso, por isso, mostra que Suzume não é uma supergarota, ela é uma estudante comum, mas que com persistência, alegria e entendendo o valor da vida, consegue superar a morte. 

Outro ponto é que se fechar portas é necessário, tudo isso não é feito da noite para o dia, muito menos com uma pessoa sozinha. Suzume tem a ajuda de inúmeros estranhos ao longo de sua jornada (que mais tarde se tornam amigos), mostrando que ninguém precisa passar por nada sozinho. 

O que vem depois?

Ainda que Suzume aborde questões internas e seja sobre encerramentos de ciclos, o filme tem um clima leve, com vários momentos cômicos, afinal, a jovem viaja com uma cadeira de madeira bamba e fecha portais enquanto caça um gato. Tudo isso sem deixar de ser tocante, visto que todos têm assuntos pendentes para finalizar. 

Sendo considerado por alguns como a melhor obra de Shinkai por trazer tudo o que o consagrou em uma só obra e ainda com detalhes melhorados, Suzume é uma animação de tirar o fôlego, tanto pelos visuais quanto pelo enredo.

E o que vem depois de Suzume? Makoto Shinkai afirma que não sabe se fechou a porta de filmes com toques de desastres naturais, mas sabe que vai continuar produzindo filmes, ainda que não saiba qual será o seu próximo desafio.

Confira o trailer do longa

Ficha técnica

Título: Suzume no Tojimari: A Porta Fechada de Suzume
Diretor: Makoto Shinkai
Duração: 120 minutos
Vozes originais: Eri Fukatsu, Hokuto Matsumura, Nanoka Hara, Akari Miura, Ann Yamane, Kana Hanazawa, Kôshirô Matsumoto, Kotone
Classificação etária: 12 anos
Lançamento disponível em cópias dubladas e legendadas. Consulte a programação do cinema da sua cidade.

Fonte: (1)
Imagens: Crunchyroll, Makoto Shinkai e Sony Pictures
Não retirar sem os devidos créditos. 

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  • Naomi Shiroma

    Paulistana apaixonada por idiomas, livros e música.

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