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Kwichon: Por que jovens coreanos estão trocando as grandes cidades pelo interior?

Sempre que pensamos na Coreia do Sul, a capital Seul vem à nossa mente, não é mesmo? A megalópole, símbolo de progresso e desenvolvimento do país, centro de indústrias ligadas à tecnologia, abriga aproximadamente 25 milhões de pessoas. Para se ter uma ideia, é basicamente metade da população coreana, que atualmente tem em torno de 52 milhões de pessoas.

Foto da capital sul-coreana
Crédito: Manu Zoli (via Pixabay)

Kwichon ou retorno à vida rural, é um fenômeno crescente na Coreia do Sul e é encorajado pelo governo. O Instituto de Treinamento de Alimentos Agrícolas oferece cursos presenciais e à distância para impulsionar o crescimento e a inovação na agricultura. O governo sul-coreano vê nesse fenômeno uma  oportunidade de impulsionar o cultivo de áreas antes abandonadas e o povoamento dessas áreas.

A volta ao campo ganhou força em virtude da pandemia de COVID-19. A cidade parou suas atividades, os moradores se viram obrigados a ficar meses com seus filhos dentro de pequenos apartamentos, sem contato com a natureza e com a saúde mental em declínio. O medo de que a doença pudesse se alastrar rapidamente no meio dos condomínios densamente povoados motivou inúmeros sul-coreanos a deixarem a cidade em busca de uma nova vida no campo.

Segundo dados do Escritório Nacional de Estatísticas e do Ministério da Agricultura, Alimentos e Questões Rurais da Coreia do Sul, aproximadamente 515.434 pessoas deixaram Seul em 2021 e se mudaram para vilarejos em que a atividade principal era agricultura ou pesca. Vale destacar que muitas dessas pessoas tinha menos de 40 anos, idade considerada ideal para conquistar uma posição na capital do país (claro, é necessário especializações, curso superior etc.).

A insatisfação com o trabalho é um dos vários motivos que têm levado os jovens a migrar para o campo. Além disso, o custo de vida é muito alto, há o estresse do deslocamento para trabalho, além de todo o desgaste que um grande centro urbano gera e também a forte competitividade no ambiente profissional. 

De acordo com as pesquisas realizadas pelo governo sul-coreano, a competitividade e o desgaste relacionados à vida profissional estão entre as principais causas de mortalidade entre jovens e adolescentes, já que o excesso de estudos e o sucesso inalcançável geram uma pressão sobre eles. O país tem uma das taxas mais altas de suicídio do mundo.

Ainda é cedo para identificar os efeitos do aumento do Kwichon, porém, alguns avanços já podem ser percebidos, como a reativação das escolas rurais, que por falta de alunos estavam quase encerrando as atividades.

Outro ponto a ser avaliado com o tempo é se esses jovens que estão migrando para o campo decidiram ficar nas atividades rurais de forma permanente, ou se em algum momento retornarão à capital em busca de novas oportunidades e da agitação que uma megalópole oferece.

Resta saber se as jovens gerações de migrantes rurais decidirão permanecer em meio à natureza ou se serão atraídas de volta à agitação da cidade grande.

Fonte: (1), (2), (3), (4), (5), (6)
Imagens: Kyungbok Kim e Manu Zoli (via Pixabay)
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  • Beulla Silva

    Mineira, jornalista, Libriana no mundo da Lua que é viciada em GOT7, Monsta X, Astro, Itzy, gatos, K-Drama, café, literatura e culinária coreana!!

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