Novas atualizações do caso do soldado estadunidense que cruzou a zona desmilitarizada – conhecida pela sigla em inglês DMZ – jogam uma nova luz sobre o caso. O fato, noticiado amplamente na mídia internacional, foi confirmado pelo Comando das Nações Unidas.
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Dentre as informações, estão a identidade do soldado. Travis King, de 23 anos, servia no Exército de seu país natal. Por volta das 15:27 da terça-feira (18) pelo fuso horário local, ele cruzou a fronteira entre as duas Coreias na altura da vila de Panmunjeom, localizada em Paju, enquanto fazia uma trilha com um grupo. As trilhas existem ao longo de vários pontos da DMZ e foram reabertas em abril.
King deveria ter retornado aos Estados Unidos na segunda (17) em um voo da American Airlines que partiu do aeroporto internacional de Incheon. Seu destino era Fort Bliss, no Texas, onde enfrentaria medidas disciplinares por uma agressão que cometeu em Seul. Ele deixou o Camp Humphreys – localizado em Pyeongtaek, na província de Gyeonggi – sob escolta da polícia militar até o aeroporto.
Porém, na hora de passar pela imigração, King seguiu sozinho, pois os policiais que o escoltaram não tinham autorização para acompanhá-lo nesta parte do processo. Ao chegar no portão de embarque, o soldado não entrou no avião porque disse que estava sem o seu passaporte.
Uma fonte que trabalha no aeroporto de Incheon contou ao The Korea Times: “No portão, ele se aproximou de um funcionário da America Airlines e reportou que seu passaporte estava desaparecido. Ele conseguiu deixar o portão sob escolta de um funcionário da companhia aérea“.
Após passar pela alfândega e pela imigração dos aeroportos, um passageiro só pode retornar ao terminal caso haja um motivo válido ou se for autorizado por algum funcionário. Presume-se que King tenha mentido sobre estar sem passaporte para conseguir fugir do embarque, mas as autoridades competentes não comentaram sobre o caso. Um oficial da U.S. Forces Korea (USFK) informou que ainda não se pode confirmar detalhes porque as investigações sobre o caso ainda estão em andamento.
No dia 10 de julho, King foi libertado da prisão onde passou dois meses preso por pelo menos dois delitos. Em setembro de 2022, ele foi acusado de agredir um coreano. Já em fevereiro, ele foi condenado a pagar uma multa de 5 milhões de wones (mais de R$ 19 mil) por ter chutado uma viatura policial em outubro do ano passado.
Ainda não se sabe como King viajou os 85 quilômetros que separam Panmunjeom de Incheon após deixar o aeroporto. Os detalhes revelados pela mídia levam a crer que ele premeditou cuidadosamente toda a fuga.
As rotas pela DMZ são feitas com cadastro prévio e os visitantes passam por um rigoroso processo de verificação de documentos antes de seguirem para a trilha. Os passeios só acontecem em quatro dias da semana: terças, quintas, sextas e sábados.
Após a checagem dos documentos, os visitantes precisam passar por uma pequena palestra de 30 minutos para receberem instruções gerais sobre o passeio. A rota geralmente dura 90 minutos e é percorrida a pé e também em carros dependendo do trecho.
Segundo a mídia, um sueco que estava no mesmo grupo que King contou que ele riu alto segundos antes de cruzar a fronteira. Lloyd Austin, Secretário de Defesa dos Estados Unidos, reconhece que o compatriota desertou de forma totalmente intencional.
O Comando das Nações Unidas disse acreditar que King esteja sob custódia do exército norte-coreano e que está trabalhando para resolver o incidente.
Fonte: (1), (2)
Imagem: Ahn Young Joon (AP Photo)
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