Para falarmos sobre o K-City Pop, primeiro precisamos voltar um pouco no tempo e conhecer um pouco sobre o City Pop, gênero musical que dá origem ao K-City Pop junto ao K-pop.
O City Pop é um gênero musical japonês que surgiu nos anos 1970 e foi popularizado nos anos 1980. Ele combina influências ocidentais, como R&B, jazz, soul, funk e disco, com inovações tecnológicas e cria uma fusão leve, divertida e moderna. Naquela época, este estilo musical capturava a atmosfera vibrante das metrópoles japonesas e a experiência da juventude urbana, seu público-alvo, refletindo a urbanização e modernização do Japão.
As músicas deste gênero geralmente romantizavam a rotina urbana, com suas euforias noturnas e relacionamentos fugazes, vida com luxo, roupas de marca, discotecas e arte. O gênero se tornou popular graças a disseminação dos aparelhos de som em carros, que abriram espaço para a criação da imagem coletiva cores neon, prédios altos e o movimento da vida noturna.
Dos artistas daquela época, Junko Ohashi, Taeko Ohnuki, Tatsuro Yamashita e os grupos Casiopea e T-SQUARE são considerados pioneiros do gênero. Hoje, a música “Mayonaka no door”, da cantora japonesa Miki Matsubara, é um dos símbolos do gênero:
Embora o City Pop tenha perdido parte de sua popularidade já no início dos anos 1990 e sido objeto de ridicularização por gerações mais jovens, o gênero ressurgiu na década de 2010. Esse renascimento foi impulsionado pela divulgação em blogs de compartilhamento de música e relançamentos japoneses, que apresentaram o City Pop ao público internacional. A internet desempenhou um papel crucial na revitalização do gênero, atraindo novos seguidores e inspirando estilos.
E em 2018, a cantora Yukika Teramoto debutou no K-Pop com a música “Neon”, que resgata sua origem japonesa e foi mais um passo para a nova era do City Pop, mais moderno e globalizado.
Em abril deste ano, com o debut do UNICODE, grupo feminino japonês de K-pop, surgiu o termo “K-City Pop“, que mescla o City Pop japonês com a música pop coreana, mais conhecida como K-pop.
O K-City Pop une a sonoridade e estética urbana do City Pop ao K-pop e o resultado são músicas refrescantes, únicas, que combinam com a identidade singular do UNICODE, como em “Let me Love”:
Essa fusão cultural resgata o City Pop e, ao mesmo tempo, estabelece uma conexão entre as duas culturas que, apesar de um passado histórico conturbado, agora encontram um ponto em comum na música.
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Por Yulle Santos
Fonte: (1), (2), (3)
Imagem: Alexey Ruban via Unsplash
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