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Trajetória: 10 anos do debut do CLC e sua versatilidade de estilos

Ah, 2015. O ano do k-pop que nos deu comebacks como “Just Right” do GOT7, “Dope” do BTS, “Me Gustas Tu” do Gfriend, “Shake It” do SISTAR e muitos outros hinos atemporais. E também o ano que viu muitos debuts da 3ª geração, tanto de artistas que ainda seguem na ativa, quanto grupos que se separaram e caminham da sua forma hoje, como é o caso do CLC.

O CLC surgiu em 19 de março de 2015 como o segundo girlgroup da Cube Entertainment, depois do 4Minute. Inicialmente seguindo um conceito mais leve e colorido, mas que amadureceu com os anos em um girlgroup cheio de poder feminino. Apesar de não ter atividades em conjunto desde 2022, muito aconteceu nos anos como grupo, de desafios até a glória, e muitas promessas de retorno se mantém. Enquanto isso, vamos relembrar os 10 anos do debut do CLC e a trajetória do grupo que conquista qualquer estilo.


O lançamento do CLC como então quinteto

Ainda era 2014 quando as integrantes da primeira formação do CLC foram discretamente introduzidas ao público. Seunghee, Yujin, Seungyeon, Sorn e Yeeun foram dançarinas da solista G.NA, participaram de campanhas de marcas e se apresentaram nas ruas em campanhas beneficentes. Tudo antes mesmo do debut, em atividades que chamaram atenção ao público principalmente após o lançamento do reality CLC’s Love Chemestry.

O quinteto se oficializou como um grupo em 19 de março de 2015, ao debutarem como CrystaL Clear, ou melhor, CLC. O primeiro mini álbum se chamava First Love, um bom indicativo do caminho que seguiria nesta primeira Era do grupo, com a música principal “Pepe”. Na época com integrantes entre seus 15 e 20 anos, “Pepe” é uma música jovial, alegre e ligeiramente retrô, mas ainda com uma elegância típica que o grupo carregou por toda a carreira. O debut ainda teve “assinatura” de grandes nomes, como Duble Sidekick na música e Rain que coreografou parte da dança.

Com muita energia, elas tiver um primeiro ano cheio de atividades, com o lançamento de um single digital chamado Eighteen, o segundo EP Question com a música “Like” e o primeiro evento internacional com um show na Malásia.


A reformulação como girlgroup de 7 integrantes

A comemoração do primeiro ano como um grupo em 2016 veio também com duas grandes novidades em forma de novas integrantes: Elkie e Eunbin. Naquele mesmo ano, Eunbin tinha sido uma das representantes da Cube no reality competitivo Produce 101. Após o fim do programa, ela pode oficialmente participar das atividades do grupo e entrou com Elkie no terceiro EP Refresh e no MV de “High Heels”.

No mesmo ano, o grupo continuou seguindo o conceito alegre e colorido, mas inspirado no hip hop, com “Oh No No”, faixa composta por Shinsadong Tiger do quarto EP Nu.Clear. Elas também lançaram o dois álbuns japoneses com versões de suas principais músicas no idioma e deram um nome oficial para o fandom, Cheshire, combinando com as cores e estilo do grupo. Mas os dias do CLC com conceito fofo, que parecia se encaixar tão bem com elas, estariam contados.


O choque da mudança de conceito e sucesso global

Ao completar dois anos de grupo e agora com as integrantes entrando na fase adulta, o CLC surpreendeu ao dar uma volta de 180º e mudar o conceito por completo através do quinto álbum Crystyle, lançado em janeiro de 2017, com a música principal “Hobgoblin”, com parte da composição, coreografia e direção do MV feitos pela então colega de agência HyunA.

Se “Oh No No” mostrava um hiphop mais inocente e cheio de aegyo, “Hobgoblin” partiu para o caminho mais ousado do hiphop e EDM. As cores ainda estavam presentes, mas em um cenário mais escuro e maduro. A mudança de estilo chocou, mas não de forma negativa. Além de surpreender por combinar com um estilo tão drasticamente diferente do anterior, a música viciante se tornou um hit quase que instantâneo. Até hoje é um dos MVs mais vistos do CLC, com mais de 40 milhões de visualizações, e chamou atenção principalmente de fãs internacionais, entrando em rankings de vendas globais.

Mas esta não foi a única prova da versatilidade do estilo do CLC. O EP seguinte, portmanteau, teve uma outra virada de chave com uma faixa principal lenta de R&B, “Where Are You?”, que fala de romance em uma forma mais madura e inspirada pelos grupos de K-pop dos anos 1990.


A força do poder feminino na nova fase do CLC

A imagem de mulheres mais maduras e poderosas, e ainda mais um toque de elegância, acompanhou o CLC nos anos seguintes. Em 2018, elas seguiram a temática com o lançamento de “Black Dress”, mas isso não quer dizer que deixaram de impressionar. Para fazer o MV da música, Elkie aprendeu pole dance, enquanto Yeeun cortou o próprio cabelo em vídeo.

O CLC também tem um histórico de campanhas beneficentes desde o debut. Junto ao novo lançamento, elas fizeram um show para celebrar o comeback e o 3º aniversário com ingressos gratuitos e uma campanha de incentivo a doação para uma associação de diabetes pediátrica na qual eram embaixadoras. No mesmo ano, Elkie foi a primeira integrante a debutar solo, com a música “I Dream”.

Já em 2019, foi a vez de mandarem um recado cheio de ousadia com “No”, do EP No1, uma música escrita por Jeon Soyeon, do então recém-debutado (G)I-DLE, e pela integrante Yeeun, que participava de letras de algumas b-sides e aos poucos passou a contribuir com as faixas principais nesta nova era. A música deu a sonhada “first win” em um programa musical para o CLC, com duas vitórias no The Show.

O ano de 2019 foi um dos mais movimentados do CLC, com vários lançamentos poderosos aumentando a popularidade do grupo. Além do novo EP, elas produziram mais dois singles digitais com MVs ao longo do ano: “Me” e “Devil”. Meses depois das promoções, já em 2020, as duas músicas que já estavam causando burburinho acabaram até entrando no top 10 do ranking de músicas globais dos Estados Unidos conforme mais pessoas passaram a conhecer o grupo.


Do ápice do sucesso aos desafios da pandemia e fim de contratos

Não dá para negar que o ano de 2020 foi desafiador para todo mundo. No mundo do k-pop, restrições de apresentações e aglomerações afetaram lançamentos e promoções. Para o CLC, isso significou menos lançamentos e mais atividades individuais.

Em maio, Yeeun entrou no programa Good Girl, uma competição musical colaborativa com mulheres poderosas da música coreana que trouxe músicas inéditas com a cantora, como “Witch” e os solos “Mermaid” e “Barbie”.

No segundo semestre do ano, o CLC teve o que seria o último lançamento como girlgroup na Cube, e também seu maior sucesso até hoje. O comeback com o single digital “Helicopter” levantou voo com uma faixa eletrônica e poderosa com produção de Hyuk Shin, letra repleta de confiança co-escrita por Yeeun e MV com referências à inovações na arte e na ciência ao longo da história.

O MV de “Helicopter” foi o mais rápido do grupo a alcançar 10 milhões de visualizações, em apenas 36 horas, e hoje é o mais visto delas passando dos 70 milhões. Com a popularidade internacional crescente, pouco depois o grupo lançou versões da música em inglês e em chinês.

Só que ao mesmo tempo do sucesso, outros problemas surgiam na carreira do grupo. No final daquele ano, Elkie pediu encerramento do contrato alegando que não estava sendo paga o que devia e que a Cube tinha deixado de investir no CLC. Alguns meses depois, anunciaram a saída dela da agência. As integrantes restantes passaram a ter atividades individuais, como o solo debut da Sorn com “Run” – poucos meses antes do seu contrato encerrar e ela também sair da Cube – e a participação de Yujin no Girls Planet 999 e eventual entrada no Kep1er.


Os 7 caminhos das integrantes do CLC

Ao longo dos anos seguintes, especialmente em 2021 e 2022, conforme o contrato das integrantes do CLC foram encerrando, elas saíram da empresa sem renovação, no que é a fatídica “maldição dos 7 anos”. Hoje, a única que parece ainda permanecer na empresa é Eunbin. Isso fez com que a Cube silenciosamente retirasse o nome do CLC dos seus canais e anunciasse fim das atividades como um grupo.

Mas, ao mesmo tempo, alguns indícios deixam vivas as esperanças dos Cheshires. Em 2023, Sorn afirmou que o CLC não disbandou, e estavam apenas focando em atividades individuais. Tanto Sorn quanto Seungyeon assinaram depois com a mesma agência, e vez ou outra colaboram nos lançamentos solos e em apresentações, como no Waterbomb de Singapura em 2024 em que dançaram “Helicopter”.

Após trocar de agência, Yeeun participou de outro reality, o Queendom Puzzle, e venceu, entrando no girlgroup El7z Up com outros nomes ativos do k-pop. Paralelamente, ela mantém sua carreira solo e também fez uma participação em música da Sorn. Yujin, que entrou no Kep1er quando ainda era da Cube, encerrou contrato com a empresa durante as promoções, mas seguiu como parte do girlgroup após a renovação em 2024.

Elkie, que nasceu em Hong Kong e já tinha alguns papeis de atuação no currículo antes do CLC, resolveu seguir carreira de atriz na China. Eunbin seguiu um caminho parecido como atriz na Coreia do Sul, ainda sob a Cube. Já o contrato de Seunghee com a Cube acabou apenas em 2024 e desde então não assinou com nova empresa, mas segue ativa nas redes sociais mostrando um pouco da sua rotina e outros projetos.

No final, mesmo separadas, as integrantes do CLC não pararam e os fãs conseguem acompanhar cada uma delas em suas atividades individuais e colaborações, tudo isso enquanto um certo aniversário de 10 anos promete ser a oportunidade perfeita para uma reunião e um recomeço.

Por Paula Bastos Araripe
Fonte: (1), (2), (3), (4), (5), (6), (7), (8), (9), (10), (11), (12), (13), (14)
Imagens: Cube Entertainment
Não retirar sem os devidos créditos.

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  • Paula Bastos Araripe

    Jornalista carioca que tem o k-pop como trilha sonora da vida. Multistan incorrigível, defensora de grupos (injustamente) desconhecidos e nostálgica da segunda geração do k-pop. Highlight (Beast) tem certificado vitalício como meu grupo ultimate.

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