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Universitários sul-coreanos são criticados por postarem vídeos zombando de perseguição de mulheres

Uma conta no Instagram administrada por alunos do Departamento de Engenharia Elétrica e Eletrônica da Universidade da Coreia (@ku_electreels, imagem do topo) postou um vídeo com legendas que diziam: “Escolhendo uma mulher aleatória e ajudando-a a chegar em casa em segurança” na semana passada.

A publicação dos estudantes universitários gerou indignação pública por mostrarem os alunos perseguindo alunas que caminham sozinhas à noite. Alegando estarem “ajudando-as a chegar em casa em segurança” após as sessões de estudo, tarde da noite, os vídeos, em vez disso, zombam do medo e do pânico que as mulheres sentem quando são abordadas ou seguidas por homens estranhos à noite.

O vídeo de 10 segundos mostra um homem correndo atrás de uma mulher em uma rua vazia à noite. Perturbada pela presença de um estranho, a mulher foge sem olhar para trás.

O vídeo, publicado para promover o evento de distribuição de lanches de meio de semestre do grupo estudantil, gerou polêmica on-line por lembrar os espectadores sobre crimes de perseguição contra mulheres. Alguns dias depois, a conta no Instagram removeu o vídeo e emitiu um pedido de desculpas.

Créditos: reprodução Instagram via South China Morning Post

Vídeos semelhantes foram postados por estudantes da Universidade Nacional de Chungbuk e da Universidade Nacional de Hanbat na semana passada, onde dois ou três alunos perseguem uma aluna em uma rua vazia à noite com legendas que dizem: “Ajudando uma aluna aleatória a chegar em casa em segurança”. Os vídeos geraram críticas on-line imediatas, e os grupos estudantis os apagaram e pediram desculpas.

A pesquisa mais recente do Statistics Korea mostra que 44,9% das mulheres sul-coreanas com mais de 13 anos se sentem inseguras ao caminhar sozinhas à noite.

Embora a Coreia do Sul não tenha uma pesquisa concreta e abrangente dedicada aos crimes de perseguição, a polícia solicitou mandados de prisão para 10.037 suspeitos de 29.559 queixas de crimes de perseguição em 2022. Além disso, dados de 2024 do Instituto de Direitos Humanos da Mulher da Coreia do Sul mostram que o número de sessões de aconselhamento para crimes de perseguição duplicou em 2024, em comparação com dados de três anos antes.

Esses vídeos seguem uma tendência internacional em que TikTokers homens têm postado vídeos intitulados “Ajudando uma garota aleatória a chegar em casa com segurança”. Uma série de vídeos mostra um homem, geralmente usando chapéu ou máscara, perseguindo uma mulher em uma rua escura. Alguns vídeos até mostram o homem fazendo um som ameaçador ou agarrando a mulher pelo braço.

Esses vídeos, muitos com milhões de curtidas e visualizações, viraram tendência, e os usuários on-line começaram a numerar seus vídeos em série. Por exemplo, um vídeo do TikTok com o rótulo “72” tinha 8,2 milhões de curtidas e 64.900 comentários até domingo (20).

Créditos: reprodução TikTok via The Korea Times

Existem inúmeras vítimas femininas que foram capturadas, abusadas sexualmente e mortas após serem perseguidas dessa forma. É engraçado ver um vídeo recriando o processo do crime?“, criticou um internauta.

Não acredito que um conteúdo que se assemelha a um crime de perseguição possa ser postado como um desafio e se tornar viral“, escreveu outro usuário.

Kwak Dae-kyung, professor da Escola de Justiça Policial da Universidade Dongguk, disse que esses vídeos podem levar a “efeitos colaterais que evocam memórias dolorosas de vítimas de crimes sexuais e perseguição” e que “quem filmou pode pensar que é um simples jogo, mas, além disso, é um ato que dessensibiliza nossa sociedade em relação ao crime e confunde os valores existentes“.

Fonte: (1), (2)
Imagens: The Korea Times, South China Morning Post
Não retirar sem os devidos créditos.

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