Uma série recente de ataques com facas em escolas por toda a Coreia do Sul gerou preocupações crescentes sobre a segurança de alunos e professores, gerando novos apelos por medidas mais rigorosas para prevenir a violência no campus.
Há apenas dois meses, um caso chocante em Daejeon envolveu uma professora esfaqueando fatalmente um aluno em uma escola.
Myeong Jae-wan, uma professora primária de 48 anos que havia retornado de uma licença por depressão, esfaqueou fatalmente Kim Ha-neul, de 7 anos, após atraí-la para uma sala. O raro caso de uma professora matando uma aluna no campus chocou a população sul-coreana.
“Nunca mais deve haver uma tragédia como a que aconteceu com a minha filha“, disse o pai de Kim aos repórteres. “O governo precisa encontrar soluções reais para garantir que isso nunca mais aconteça“.
Semanas depois, outro caso virou notícia.
Era uma segunda-feira como qualquer outra para Lim (identificado apenas pelo sobrenome), um homem de 43 anos e pai de dois filhos. Ele dirigia lentamente por uma zona escolar em Cheongju, província de Chungcheong do Norte, a caminho de deixar os filhos no jardim de infância. De repente, um estudante em roupa de ginástica saiu correndo de entre alguns dos carros lentos e em direção ao seu veículo.
“O aluno bateu no vidro traseiro do meu carro“, lembrou Lim. “Eu o abaixei, me perguntando o que estava acontecendo. Ele apenas me encarou por um ou dois segundos sem dizer uma palavra — e então, de repente, me deu uma facada no rosto e saiu correndo.”
Lim não foi a única vítima.
O agressor, um estudante do segundo ano do ensino médio cujo nome não foi divulgado, esfaqueou Lim enquanto fugia do local de um ataque violento em uma escola próxima, onde feriu pelo menos sete pessoas, incluindo o diretor.
Apesar dos protocolos de segurança existentes, os dois casos revelaram sérias lacunas na segurança escolar. No ataque à escola de ensino médio em Cheongju, uma campainha de emergência teria sido instalada sob as carteiras, mas não conseguiu evitar a tragédia.
Segundo Park Hyun-kyung, gerente de uma filial da Federação Coreana de Associações de Professores na Província de Chungcheong do Norte, enfatizou que o problema central é o número crescente de alunos com dificuldades emocionais. Ela acrescentou que a solução fundamental reside na identificação precoce e no apoio adequado aos que estão em sofrimento: “Os professores podem oferecer orientação e aconselhamento no âmbito educacional, mas há muitos casos em que isso por si só não é suficiente. Para alunos com sofrimento emocional, seria útil que pudessem ser devidamente encaminhados a serviços médicos”.
Em resposta às crescentes preocupações com a violência escolar, a Agência Nacional de Polícia lançou o programa Policial Escolar em 2012. Mas o programa, projetado principalmente para conflitos entre colegas e incidentes não letais, não está equipado para lidar com crimes violentos envolvendo armas — como os recentes ataques com faca.
Em vez disso, em incidentes sérios como esfaqueamentos, a resposta inicial é dada pela polícia, enquanto os policiais escolares são chamados depois para reforçar as patrulhas, monitorar alunos de alto risco ou fornecer intervenções de acompanhamento quando o agressor é um aluno.
Um funcionário da Divisão de Proteção Juvenil da Agência da Polícia Metropolitana de Seul disse ao jornal The Korea Times que posicionar policiais armados permanentemente nas escolas não é realista devido às limitações de pessoal, então a polícia se concentra em melhorar os tempos de resposta e executar programas que mobilizam idosos para patrulhar áreas próximas às escolas de ensino fundamental: “Especialmente em períodos de grande ansiedade pública, a polícia escolar está trabalhando com escolas e governos locais para desenvolver medidas de monitoramento destinadas a aliviar essas preocupações”.
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Imagem: Chung Sung Jun via Getty Images
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