O novo sistema de créditos do ensino médio e a escala de notas de cinco níveis, aplicados aos alunos do primeiro ano a partir deste ano, estão causando confusão entre alunos, pais e professores.

Ao contrário dos alunos do segundo ano do ensino médio, que são avaliados em uma escala de nove níveis, os alunos do primeiro ano deste ano serão avaliados em um sistema de cinco níveis, considerando seu histórico escolar. Embora a proporção de alunos que podem receber a nota máxima, os 10% melhores, tenha aumentado em comparação com o sistema anterior, que premiava apenas os 4% melhores, muitos alunos sentem que não conseguir terminar no nível mais alto pode prejudicar suas chances de ingressar nas universidades e cursos desejados.

O sistema de créditos, projetado para se assemelhar às estruturas universitárias, permite que os alunos escolham disciplinas com base em seus interesses e trajetórias profissionais. Para lidar com a preocupação de que os alunos possam migrar para disciplinas nas quais esperam obter boas notas, o método de avaliação do histórico escolar também foi alterado.

Ao contrário dos objetivos pretendidos, o novo sistema levou a um aumento nas considerações sobre evasão e transferência, e alguns alunos até começaram a procurar escolas que oferecem cursos avançados, resultando no que alguns estão chamando de uma onda de “nômades do boletim”.

Estudantes que frequentam escolas particulares ou escolas de ensino médio de línguas estrangeiras também estão em situação semelhante. Mais alunos do primeiro ano em centros de educação privada estão considerando se transferir ou abandonar os estudos devido a preocupações com suas classificações acadêmicas.

Embora o sistema de notas tenha sido concebido para ser mais flexível, os alunos sentem ainda mais pressão para garantir uma classificação de alto nível. Isso é particularmente evidente para os alunos que se candidatarão à faculdade em 2028, já que universidades de prestígio como a Universidade Nacional de Seul, a Universidade da Coreia e a Universidade Yonsei consideram as notas escolares como parte do processo regular de admissão.

Segundo dados da academia particular Jongro Academy, a porcentagem média de alunos que tiraram nota A em coreano, inglês, matemática, estudos sociais e ciências em 2.375 escolas de ensino médio do país foi de 18,3%. Isso significa que aproximadamente metade dos alunos que tiraram nota A não chegarão aos 10% melhores.

O sistema de créditos do ensino médio se tornou mais uma fonte de estresse para alunos e pais. Mesmo que uma disciplina seja necessária para o curso pretendido pelo aluno, ela pode não ser oferecida se não houver um professor disponível ou se poucos alunos se matricularem. Nesses casos, os alunos precisam frequentar aulas em outras escolas.

Este mês, as escolas começaram a pesquisar as intenções dos alunos para se prepararem para as disciplinas eletivas do próximo ano.

A maior variedade de opções de cursos também tornou a inscrição mais estressante. Um orientador de carreira afirmou que, à medida que as faixas de notas se ampliaram e se tornaram menos exigentes, mais universidades começaram a considerar o histórico escolar do aluno, além da sua série.

O ensino privado também está capitalizando a incerteza. Uma academia em Daechi-dong oferece consultoria para elaborar planos de curso para alunos até duas vezes por mês, cobrando 300.000 wons por hora. Com duas sessões por mês, o custo anual é de 7,2 milhões de wons.

Especialistas argumentam que os problemas decorrem de inconsistências entre o sistema de créditos do ensino médio e o processo de admissão à universidade. Inicialmente, a administração de Moon Jae-in planejou mudar para a classificação absoluta e exibir apenas as classificações das disciplinas principais, mas depois decidiu manter a classificação relativa devido a preocupações com a inflação das notas.

Há também a necessidade de mais apoio governamental. Kim In-yeop, da Universidade Nacional de Kongju, afirmou: “As disparidades na oferta de disciplinas entre escolas urbanas e rurais resultam em oportunidades educacionais desiguais. O apoio administrativo e financeiro deve ser ampliado para garantir a adoção antecipada do sistema”.

O Ministério da Educação e os escritórios regionais de educação disseram que planejam expandir as consultas gratuitas e a orientação profissional individual com professores para aliviar a ansiedade entre alunos e pais.

Fonte: (1)
Imagem: VCG
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